segunda-feira, 31 de maio de 2010

Doe Palavras: Simples ajuda ao Hospital Mário Penna

Por Carlos Ramalho

O Hospital Mário Penna de Belo Horizonte, que cuida de doentes de câncer, lançou um projeto que se chama Doe Palavras. Fácil, rápido e todos podem doar um pouquinho.

Você acessa o site http://www.doepalavras.com.br/, escreve uma mensagem de otimismo (curta, como no twitter) e ela aparece no telão para os pacientes que estão fazendo o tratamento.

Considerando que as palavras têm muita força e poder, aconselho a sua participação.

Participe! Divulgue!

sábado, 29 de maio de 2010

O livro de Romanos: Introdução ao estudo e breve aplicação para hoje. PARTE 2/2

Por Carlos Chagas

A Teologia de Romanos

Por ser talvez o principal livro de Paulo Romanos conta com uma perfeita elaboração teológica já que este livro é uma espécie de suma do pensamento evangelístico de Paulo. Diversos temas e termos são adotados pelo apóstolo. Mas o mais forte da epístola de Romanos talvez seja a justificação pela fé. Em 3.28 se encontra o pensamento que trabalha a salvação fora das obras. Este pensamento sobre salvação se repete em Gálatas e Colossenses.

“Carne” e “Espírito”

Paulo também trabalha a oposição entre “carne” e “Espírito”. Estas duas palavras laboram, para Paulo, uma incessante luta entre si dentro da alma humana. Mas este conflito não é o mesmo que pode ser encontrado na filosofia grega. Não se refere à briga entre matéria e mente e nem entre os elementos físicos e racionais do homem.

A palavra “carne” abordada por Paulo procura se desprover dos conceitos do Antigo Testamento. Vale lembrar que carne no AT possui diversos sentidos como: carne humana, criação de Deus bem como sua fraqueza, mortalidade e natureza humana (Gn 6.12; Is 40.5; Jl 2.28; Sl 78.39). Carne no AT pode se referir ao que simplesmente se conhece como “eu” (Sl 63.1). Contudo Paulo emprega a palavra “carne” (do grego sarx) em Romanos com os seguintes conceitos:

1- Possui sentido de “carne” corporal (2.28) onde a circuncisão literal da carne adota um sentido de circuncisão espiritual do coração;

2- Possui sentido de descendência ou relação humana natural. Enquanto Cristo é mencionado em 1.3 como descendente de Davi segundo a “carne” e quando Abraão é chamado de “nosso pai” segundo a “carne” em 4.1 Paulo também menciona Abraão como sendo pai de todos os que crêem (4.11, 16). Existem os “filhos da carne” e os “filhos da promessa” (9.8);

3- Usa-se “carne” no sentido de humanidade (3.20) quando ele cita a palavra referindo-se à tentativa de justificação por obras da lei;

4- Usa-se “carne” no sentido da natureza humana: (a) Por ela ser fraca (6.19); injusta (8.3; o mesmo de Mt 26.41 usado por Jesus); (b) para falar da natureza humana de Cristo em semelhança de carne pecaminosa (8.3); (c) da velha natureza do cristão onde não há nada de bom (7.18) onde se é escravo da lei do pecado (7.25); carne esta que foi crucificada com Cristo (6.6); (d) e por ser não-regenerada (8.8);

5- Para falar que aqueles que se encontram em Cristo já não podem mais serem guiados por esta “carne”, mas pelo “Espírito” (8.4s, 12s);

6- Relacionada ao pecado e à morte (7.23; 8.2).

A palavra “Espírito” é colocada antagonicamente pelo AT com a palavra “carne” (Is 31.3). Esta palavra está relacionada ao espírito de Deus e ao do homem também. Em Romanos essas 2 palavras estão dispostas antagonicamente uma à outra (8.4, 9). Para Paulo a palavra “Espírito” podia significar:

1- A parte espiritual da constituição humana (1.9);

2- O Espírito de Deus (Espírito Santo) (1.4, 8.11), o qual dá testemunho verdadeiro quando age na consciência humana (9.1) e que santifica (15.16). Este traz amor, paz, poder, alegria e esperança (5.5, 15.30, 14.17, 15.13). Este Espírito comunica vida (8.4, 5, 6, 10), dá liberdade do pecado (6.18, 22); direciona o cristão (8.14); intercede pelos seus (8.26s); é instrumento de santificação e penhor de um futuro predito (Jl 2.28-32).

3- O Espírito supre a vida e intercede pelo seu povo (8.15, 26s);

4- É instrumento de santificação e penhor do futuro (6.23; 8.23).

A Lei em Romanos

A palavra lei ocorre cerca de 70 vezes no livro de Romanos. A palavra Lei (nomos, em grego) pode se referir: Ao Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) (3.21), ou ao AT em sua totalidade (3.19), ou a um princípio (3.27). Para Paulo a Lei era vista como palavra de Deus. Ao se dizer que a Lei era de Moisés era conhecido que na verdade a lei era de Deus e que esta foi passada para Moisés e de Moisés para o povo. Mas a Lei de Deus, segundo Paulo, não era exclusiva do povo de Israel, pois Deus criou a todos para que todos vivam essas leis. Segundo Paulo até mesmo os gentios são indesculpáveis de não seguirem retamente a lei, que é dada através da consciência e da natureza (2.14). A consciência do pecado vem do reconhecimento da própria consciência corrompida.

Para Paulo a Lei deve ser cumprida, seja como ela venha ser revelada (7.12), contudo ninguém deve achar que terá méritos no céu somente porque a guardou. Paulo insiste que a Lei é boa para se ter ordem, mas não vale para justificação e libertação do pecado. Sendo assim, para que a Lei serve? Eis alguns argumentos:

1- Foi dada para ser uma revelação de Deus e de sua vontade: A lei não nasce somente de convicções sociais, mas de base no ser e no caráter de Deus (7.12, 16, 22).

2- Foi dada para o bem estar e a preservação da raça humana: Nas mãos do governo civil a lei serve para impedir e castigar a prática do mal estimulando a prática do bem (13.1-7).

3- Para revelar o pecado e trazer arrependimento e confiança na graça de Deus: Apesar do homem que guarda a lei necessitar de viver por ela (10.5) ninguém será justificado por ela devido ao fracasso em guardá-la perfeitamente (3.20, 23). O homem demonstra ser rebelde para com Deus quando este não cumpre os mandamentos, de modo que vem, pela Lei, o pleno conhecimento do pecado (3.20; 7.7). Sendo assim Paulo suscita a dúvida: Como pode o homem ser justificado por aquilo que o condenou? Se a Lei condenou o homem, como este pode ser salvo por aquela? Paulo responde em outra epístola que esta lei serviu de tutora até que o homem conhecesse plenamente Cristo (Gl 3.24). Sendo assim, agora que Cristo veio, Ele “é o fim da Lei para que todo aquele que tem fé seja justificado” (10.4). Assim, a Lei serviu para mostrar ao homem seu pecado, tendo então a necessidade de fé nas promessas divinas de salvação. Os que são justificados pela fé nEle não estão “debaixo da Lei e, sim, da graça” (6.14).

4- Foi dada para prover orientação para a vida do cristão: Apesar de que quem está em Cristo vivem segundo o Espírito (8.3) as exigências da lei se cumprem nele com divina espontaneidade. A lei serve de parâmetro para a vida cristã. Contudo esta lei só possui sentido quando iluminada na nova lei que é o amor, pois quem ama tem cumprido a lei (13.8-10). Porquanto quem não rouba, não adultera, não cobiça se resume em uma só tese: Ama o próximo. Sendo assim a forma com que Paulo trata o Evangelho não é de forma antinomista (contrária à lei). Pelo contrário. Paulo apenas mostra que a vontade de Deus não está escrita num código externo de leis, e sim na vivência das leis divinas que agora estão no coração do cristão que, em fé, as pratica. E essa prática está maior que a tese da lei (12.1).

Esboço de Romanos

I- Introdução 1.1-17
A. Identificação de Paulo 1.1-7
B. Desejo de Paulo de visitar Roma 1.8-15
C. Resumo do Evangelho 1.16-17
II- Todos Pecaram 1.18 – 3.20
A. Os gentios conhecem Deus, mas o rejeitam 1.18-32
B. Os judeus têm as leis de Deus; mas não são justos 2.1-29
C. Deus é justo para julgar todos os seres humanos 3.1-20
III- Justificação apenas pela fé 3.21 – 5.21
A. Justiça de Deus preservada através da morte de Cristo por nós 3.21-26
B. Justificação apenas pela fé 3.27-31
C. Abraão justificado pela fé, não pelas obras 4.1-25
D. Uma vez justificados pela fé, nós triunfamos mesmo no sofrimento 5.1-11
E. Nós ganhamos a morte através do pecado de Adão, mas a vida eterna mediante a obediência de Cristo 5.12-21
IV. Praticando justiça na vida cristã 6.1 – 8.39
A. Superando o pecado na vida cristã 6.1-23
B. Estamos mortos para o sistema impotente chamado “lei” 7.1-6
C. A lei não pode mais nos dar poder para obedecer 7.7-25
D. Nós cumprimos a justiça de Deus vivendo no poder do Espírito e de acordo com o Espírito 8.1-17
E. Ansiando pela redenção completa 8.18-25
F. Ajuda e segurança na adversidade 8.26-39
V- Deus e Israel 9.1 – 11.36
A. Embora Israel seja infiel, Deus é justo 9.1-33
B. Israel rejeitou o Evangelho de bom grado 10.1-21
C. Agora permanece um remanescente, e algum dia da salvação completa chegará a Israel 11.1-32
D. Louvem a infinita sabedoria de Deus 11.33-36
VI- Aplicações práticas 12.1 – 15.13
A. Apresentem-se como sacrifícios a Deus 12.1-2
B. Uso de dons espirituais 12.3-8
C. Relacionando com cristãos 12.9-13
D. Relacionando com descrentes 12.14-21
E. Relacionando com o governo 13.1-7
F. Alei do amor 13.8-14
G. Tolerância e amor em coisas secundárias 14.1-23
H. Cuidando um do outro 15.1-13
VII- A própria situação de Paulo 15.14-33
A. Seu ministério 15.14-22
B. Seus planos 15.23-33
VIII- Recomendações pessoais 16.1-24
IX- Bênção 16.25-27

A epístola de Romanos para a atualidade

Ainda hoje muito se discute sobre qual seria o principal tema da epístola de Romanos. Para os reformadores foi destacada a justificação pela fé, que vai dos capítulos 1 – 4. Outros estudiosos como Albert Schweitzer achava que a questão da justificação pela fé não passava de doutrina de combate de Paulo contra os judaizantes, e que o verdadeiro teor de ensino de Romanos se encontra em 6 – 8, onde se tem a união com Cristo e a obra do Espírito Santo. Outros defendem que o centro de Romanos é sobre a história da salvação que está nos capítulos 9 – 11, caso do estudioso Krister Stendahl. Outros já dizem que a exortação à prática da unidade, em 14.1 – 15.13 é a essência da carta.

Fato é que Romanos não possui um tema único. Todavia, se fosse necessário destacar uma palavra-chave do livro com certeza seria a palavra “Evangelho”. É esta palavra que vem destacada em 1.16-17. Diante desta perícope Paulo inicia seu discurso onde se concentra toda a sua teologia cristã, a qual é o recheio de todas as suas cartas. Romanos é, portanto, a exposição que Paulo faz de seu Evangelho. Então nasce a pergunta: O Evangelho que tem sido pregado nos dias atuais tem tido tanta coerência como o Evangelho pregado por Paulo como é visto na epístola de Romanos? Será que a pregação atual tem combatido temas pertinentes, nocivos, radicais, relevantes como o foi em Romanos?

As palavras de Romanos estão predispostas ao contexto do século I. E é neste contexto que existe um elemento muito importante a ser destacado: A natureza da continuidade entre a primeira e a segunda “palavra” de Deus e entre o povo daquela primeira palavra, Israel, e o povo da segunda palavra, a igreja. Diante disso nascem dois pontos para reflexão: (1) Sendo a igreja o povo da segunda palavra como esta tem se compreendido como tal? Seria esta igreja um ajunte de pessoas salvas, ou uma organização salvadora? A salvação de Romanos está intimamente ligada à fé. E a salvação da igreja de hoje? A salvação atual estaria ligada somente à fé ou a observância de ritos, sacramentos e regras? E (2) a igreja deve ser compreendida como organismo (algo que cresce involuntariamente) ou organização (que adere medidas para o próprio crescimento)? Seria certo a igreja se ver como separada de Israel no quesito salvação? O fato é que a palavra Israel em Romanos possui dois sentidos: Povo e qualidade da palavra (Israel = Vencedor). Teria Deus sentimentos diferentes para dois povos? Amaria Deus dois povos de formas diferentes?

Por fim, devem ser observadas a atenção e zelo que Paulo utiliza o Antigo Testamento para escrever seus textos, que mais tarde comporiam o Novo Testamento. Paulo deixa clara a importância da maneira como de expressa a relação entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento, entre a lei e o Evangelho, Israel e a igreja – o grau de continuidade e descontinuidade – a qual é crucial para a construção de qualquer teologia cristã. O que se vê nos dias atuais são construções de teologias cristãs, nas quais podem ser destacadas disparidades entre si, o que promovem desequilíbrio na compreensão bíblica como um todo. Muitas teologias cristãs elaboradas no Brasil e no mundo têm tido essa falta de respeito entre os dois Testamentos. Nas epístolas de Paulo isso não é constatado. Fica aqui então o apelo aos líderes cristãos que repensem suas teologias aplicadas: Que estas não venham a ferir o pleno Evangelho, o qual Paulo pregou até sua morte.

Referências Bibliográficas

BRUCE, Frederick Fyvie. Romanos: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2005.

CARSON, D.A., MOO, J., MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.

BÍBLIA SAGRADA Plenitude, Edição de Estudos.

Para ler a PARTE 1/2 clique aqui.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Deus está com você quando...

Por Carlos Chagas

Deus está com você quando... você valoriza as Leis que o mantém ligado a Deus, e quando você viola essas leis em favor do seu semelhante por amor.

Deus está com você quando... você não procura fazer o máximo de coisas, nem quando você procura mudar o mundo inteiro ou alcançar reconhecimento por uma grande obra em nome de Deus. Tudo isso é ótimo. Todavia mais excelente é fazer de tudo pelo esquecido, lembrando que esta sua obra também será esquecida de todos, mas não de Deus. Talvez essa pequena obra não faça diferença para o mundo, parém para aquele único que foi ajudado por você será a salvação.

Deus está com você quando... você não somente enoja a injustiça que hoje se vê no meio político brasileiro, ou nas favelas, ou nos grandes centros urbanos, na saúde, etc, mas quando você luta através de práticas pela execução da justiça. Mostrar o injusto é fácil, mas praticar a justiça é que é necessário.

Deus está com você quando... você nega a instituição, que é a igreja, e valoriza o seu próximo em amor, que é a Igreja.

Deus está com você quando... você se nega e não se anula. Negar-se é não dar tanto ouvidos a si próprio. Anular-se é o mesmo que deixar de existir. Você é especial para o próximo. Tão especial que Deus lhe criou e lhe deu a vida.

Deus está com você quando... você não dá o 10%, mas o 101% quando o assunto é amar.

Deus está com você quando... você esquece o seu título e valoriza osem conteúdo; o esquecido; o desfavorecido.

Deus está com você quando... você se vê no inferno porque um dia resolveu ajudar alguém e se ferrou. Ou quando não aceitou a injustiça ou o errado. Deus está com vocêmesmo quando se sente queimando na fornalha. É ali queEle gosta de estar... bem do seu lado.

Deus está com você quando... você resolve carregar a sua cruz todos os dias... mas não só e sim seguindo Ele, que está à sua frente com outra cruz bem maior, que é a de toda humanidade.

Deus está com você quando... você não está com Ele.

Deus está com você quando... suas convicções caem por terra. Aliás elas caíram justamente porque Ele está do seu lado. Ele não quer convicções lhe guiando mas a fé que Ele te deu.

Deus está com você quando... você não acredita em absurdos achando que isso é a verdadeira fé, mas quando você pondera tudo e todos e, com responsabilidade, senso e equilíbrio, cogita entre fé e razão e alcança a melhor opção. Deus o fez como um todo e não com um atributo apenas. Não anule suas faculdades.

Deus está com você quando... o amor e não as regras imperam seu coração.

Deus está com você quando... você ignora a Bíblia como apenas um livros cheio de palavras e passa a tentar vivê-la na prática honrando o que Ele falou que a Lei de Deus não está escrita mais em tábuas de pedras, mas em seu coração em amor.

Deus está com você quando... você perdoa o infrator. É claro que a punição é necessária. A punição deve vir como educadora. Contudo essa punição nunca deve ser em intenção de vingança.

Deus está com você quando... você consegue ser sincero e ao mesmo tempo gentil.

Deus está com você quando... você ainda não existia.

Não duvide... apenas se questione... mas não se questione sem antes estar aberto às respostas... seja político: aceite conversar com Ele, afinal, Ele está com você, mesmo quando...

domingo, 23 de maio de 2010

Aniversário de 18 anos da IBBF

Por Carlos Chagas

No dia 23/05/2010, hoje, nós, membros da Igreja Batista Betel no bairro Flamengo, comemoramos juntos os 18 anos de nossa igreja. Não perdendo a oportunidade, na EBD (Escola Bíblica Dominical), nossa turma dos pré-adolescentes apresentou uma mini-peça de teatro com uma mensagem simples escrita por mim mesmo. O que foi mais interessante é que eu a escrevi às 1:00hs da manhã de sexta para sábado e enviei para nossa irmã Nana. Após o envio cheguei até a apagar a mensagem. Todavia foi uma grande surpresa ao ver como o teatro repercutiu bons olhares nos irmãos. Confesso que subestimei minha própria obra e dos meus alunos.

Portanto, resolvi postar a obra no blog, mas não em forma de teatro, como foi na igreja (uma vez que foi improvisação), para que todos que queiram ler ou até mesmo usá-la possam fazê-lo sem restrições.

Segue-se a mensagem de aniversário da igreja na íntegra:

No princípio criou Deus a Betel.
Esta era sem forma e vazia; mas o Espírito de Deus pairava sobre ela.
E disse Deus: Haja membros.
E houve membros. Nestes membros Deus destacou líderes e seguidores e viu Ele que era bom.
E Deus chamou a este corpo de casa de Deus. E assim foi o primeiro momento.
E disse Deus: Haja porão. E assim o foi. Ali Deus se revelou como aquele que habita em nosso meio.
E fez Deus a separação dos santos dos profanos; e assim foi o segundo momento.
E chamou Deus à expansão o porão dizendo: Haja Templo. E assim o foi. O alicerce, as paredes, o teto e o principal, o corpo de Deus; as pessoas, formaram essa magnitude. E viu Deus que era bom. Esse foi o terceiro momento.
E a Betel produziu frutos; frutos tais que agradaram a Deus até que Ele dissesse: Hoje chamarás Igreja Batista Betel porque isto é bom. E assim foi o quarto momento.
E fez Deus os dois grandes obras ali: Curas, conversões, transformações. Então disse Deus: Porque cresceste tornaste adulta. Então tribulações vieram. Assim foi o quinto momento. Mas mesmo assim, viu Deus que isso era bom.
Lutas vieram, mas Betel não confiou em carro e cavalos, mas no seu Criador. Então Deus disse: Porque foste fiel a mim, dar-te-ei o prazer de experimentar o aroma da salvação. Este foi o sexto momento. E viu Deus que era bom.
Com este aroma seus filhos, por onde passavam, atraíam com cheiro de vida, aqueles que jamais experimentaram as benesses da salvação.
E assim o foi, de Glória em Glória, de Vitória em Vitória, em temor e tremor, rumo ao Pai, por Jesus Cristo, nosso Senhor, em plena comunhão com o Espírito Santo, até aos dias de hoje. E assim, viu Deus que isso era muito, mas muito bom.

Versículo: E então pregaram a mensagem do amor, mesmo diante de muros, mas crendo que o poder é maior que barreiras, vencendo foram juntos com Cristo, fazendo o que seus antepassados também fizeram: HISTÓRIA. At 29


O que na verdade é a vida?

Por Carlos Chagas

Vida: Muitos tentam descobri-la;
Outros apenas desvendá-la;
Mas o que ela seria?
E ao descobrir, como praticá-la?

O que sou eu nessa imensidão descrita por um poeta?
Uma ontologia, um espírito, um animal?
Definição de uma ciência racional?
Ou uma constante em auto-descoberta?

Teologicamente: Sou pecador?
Traição, vítima, evolução ou involuído?
Ser idêntico, semelhante, decaído, devedor?
Na verdade sou andarilho de um mundo enganador.

O mundo diz algo,
Outra coisa a vida mostra,
Não sei mais no que devo acreditar,
Todavia sei em quem posso confiar.

Filosoficamente: Eu existo?
Sou o que sou ou sou eterno vir-a-ser?
Dúvidas e questionamentos vêm disto,
Mas o fato é que nessa busca não deva eu desfalecer.

Ontologias e teorias, isso é o que se produz,
Mas ao invés de falar da vida falamos de nós mesmos,
Descobrindo-se então que não a somos;
O que é a vida? A pergunta renasce mais uma vez,
Arrancando novamente de nós toda intelectual altivez.

A vida é um mistério assim como quem a criou,
Faz de nós marionetes num teatro de drama,
Onde a trama não se conhece nem como se formou,
Mas o final disso tudo todos esperam que seja algo bem bacana.

Viver não é falar e nem formular,
A vida é a sabedoria nascida do experimentar e do saber consertar;
Os erros que se praticam no ato de caminhar,
O Caminho no qual sempre tendemos vacilar

Viver não é entender e nem conceituar,

Crianças disso sabem como testemunhar,
Nas cirandas e nas rodinhas,
Rindo ou chorando, deixando a vida os levar.

A vida não é se atarefar,
No corre corre para a vida nos deparamos com a morte,
E esta nos mostra que inútil foi o trabalhar,
Pois antes de eu morrer descubro que morto estava,
E isso já não posso mais negar.

Mas o que é efetivamente a vida?
Sábia não é a pergunta mas sim a busca,
A mais louvável das atitudes que em ti se pode achar,
A vida nada mais é do que o outro,
Pois somente no outro a vida se pode encontrar.


No Outro vida e morte se confunde,
Na Cruz as duas parecem uma como nunca na história se compreendeu,
Minha vida veio de Sua morte, e mesmo morto a morte não o venceu,
Mostrando mais uma vez que a vida só tem sentido Naquele que por mim morreu.


Mas o sentido continua; a caminhada vital não parou,
O Outro, o Totalmente Outro, já nos falou,
Façam aos pequeninos, e então a mim o farão,
Logo, é nele e no próximo que o cheiro de vida estacionou.


Ame o próximo e assim a vida renascerá;
Ame a si mesmo, mas não mais que o outro,
Pois somente assim a vida você verá
E em todos os vitais sentidos terá você um novo encontro.


A vida é assim: Um convite à Esperança.
Faz de mim um aluno com fervor
Que aprende que não se ganha a vida por vingança,
Mas com fé e temperança e sobretudo com amor.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O que é mito?

Por Carlos Chagas

Mito nada mais é do que a tentativa, de forma simbólica, elaborar uma narrativa relacionada a uma dada cultura e transmitido de geração a geração. Este procura explicar não somente a realidade, como também os princípios da vida, os fenômenos naturais, as origens do mundo e do homem, através de um envolvimento homem/Deus, ou de deuses, semi-deuses e heróis.

O mito não tem a ver com o rito. Rito é a prática cerimonial do mito. 

O mito, nos dias atuais, é considerado algo sem objetividade científica, ficando em segundo plano como algo de confiabilidade histórica e científica. Contudo até mesmo uma história real pode se tornar um mito quando esta passa a estar carregada de símbolos para uma dada cultura.

De forma pessoal, para mim, o mito é algo a ser trancendido pelo homem; nunca deve ser o fim da concepção sobre algo ou alguma coisa.

Fonte de Pesquisa:

AURÉLIO, Dicionário

Site www.wikipedia.org

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O livro de Romanos: Introdução ao estudo e breve aplicação para hoje. PARTE 1/2

Por Carlos Chagas

Época da produção da epístola

Durante dez anos (47 a 57 d.C) Paulo realizou intensa evangelização dos territórios que margeiam o mar Egeu. Após evangelizar e deixar líderes responsáveis em cada cidade (Icônio, Corinto, Filipos, Tessalônica, Éfeso, e outras) Paulo conclui seu primeiro grande plano de campanha. Seu segundo plano era ajuntar dinheiro de ofertas para ser entregue à igreja de Jerusalém tentando com isso fortalecer os laços entre igreja-mãe, na Judéia, e igrejas gentílicas.

Após a consumação dessa transação Paulo é tomado de ansiedade para concretizar a vontade de anos em seu coração: Visitar Roma. Embora cidadão romano por direito de nascimento Paulo nunca esteve na capital. É fato que Paulo não queria se estabelecer em Roma, como fica claro em sua afirmação em 15.20 de "não edificar sobre fundamento alheio". Entretanto Paulo se estabeleceria por pouco tempo até que, em momento oportuno, chegasse à Espanha e iniciasse nova campanha de evangelização.Sabe-se que o Evangelho já havia chegado em Roma bem antes de sua conversão.

Diante dessa sua vontade de conhecer Roma, de conhecer também seus irmãos em Cristo, e de ter novas terras a serem evangelizadas além de Roma, Paulo, com a ajuda de Tércio, seu "secretário", a mando de Gaio, seu hospedeiro, se propõe a escrever uma carta aos romanos visando prepará-los para a sua visita à cidade e explicar a finalidade da mesma. Paulo aproveitou também para deixar registrado na carta a sua compreensão do Evangelho e de como ele o pregava.

O cristianismo em Roma

Estudos deixaram claro que a igreja cristã de Roma não era de organização tão recente. Em At 2.10 se tem uma passagem interessante sobre o dia da festa de Pentecoste (30 d.C.) onde Pedro pregou para diversos visitantes procedentes de Roma. Não se sabe se deles se têm convertidos da remessa de três mil pela pregação de Pedro. O cristianismo de Roma tinha vindo de uma mistura com a religião judaica. Estes cristãos e estabeleceram em Roma sem sinais de obras milagrosas e sem nenhuma ajuda dos apóstolos. Logo, fica claro que foram pessoas "simples" que pregaram o Evangelho no seio de Roma e, provavelmente, no meio da comunidade judaica da capital. Ainda segundo estudiosos um provável Chrestus foi o iniciador dos cristãos. Sabe-se que este foi impulsionado a propagar o Evangelho após problemas com o imperador Cláudio, quando este insistiu em perturbar os cristãos de Roma.

Outra prova de que o Evangelho de Cristo havia chegado em Roma antes da pregação de Paulo é o fato de Priscila e Áqüila já se encontrarem em estado cristão. Paulo jamais dá a idéia de que eram seus filhos na fé. Estes podem ter sido dispersados juntos com os demais judeus cristãos do primeiro século pela ordem de expulsão de Cláudio.

Algumas informações interessantes sobre os membros da igreja romana de 57 d.C. podem ser encontradas em 16.3-16. Alguns cristãos mensionados ali podem ter tido contato com Paulo em algum lugar e depois se instalado em Roma. Dois nomes, Andrônico e Júnia (ou Júnias), são representantes desse caso. Considerados os primeiros cristãos da igreja primitiva estavam em Cristo antes do próprio Paulo (16.7), eram muito conhecidos dos apóstolos e também reconhecidos como apóstolos. Rufo, cristão citado por Paulo no verso 16.13 provavelmente é o filho de Simão Cireneu mencionado em Marcos 15.21. Talvez Paulo tenha conhecido sua mãe em Antioquia durante sua visita.

O cristianismo encontrou solo fértil em Roma. Apesar do cristianismo romano ser uma mesclagem judaísmo com cristianismo, este conseguiu bom progresso na mensagem do Evangelho, contudo conseguiu também levantar a ira de muitos romanos, que viam o cristianismo como sendo mais uma superstição oriental. Foi aproveitando dessa visão torpe dos romanos que o imperador Nero, sete anos mais tarde, procurou à sua volta bodes expiatórios para que pudesse jogar sua culpa pelo grande incêndio de Roma para entõ se safar de uma revolta. Não foi muito difícil encontrar; os cristãos de Roma eram impopulares. Eram vistos como inimigos da raça humana, pois eram acusados de práticas de canibalismo e incesto. Foi a perseguição de Nero contra os cristãos que tradicionalmente compôs o cenário para o martírio de Paulo e Pedro.

Três anos após escrever a carta Paulo finalmente visita Roma. Não da forma que ele esperava. Após poucos dias de sua estadia em Jerusalém, os soldados romanos da Judéia alegaram que Paulo havi praticado grave ofensa à santidade do templo. O processo se arrastou até que Paulo se valeu dos seus direitos de cidadão romano e pediu para que o julgamento de sua causa fosse transferida para Roma, para a jurisdição direta do imperador. Após naufragar e se refugiar na ilha de Malta ele chega em Roma por volta do ano 60 d.C. Por dois anos Paulo é mantido sob guarda em seus alojamentos particulares sendo permitido receber visitas e propagar o Evangelho no centro vital do Império.

Quanto à sua visita à Espanha nada se sabe. Ainda se discute se Paulo conseguiu ou não evangelizar os espanhóis. Sabe-se que poucos anos mais tarde Paulo foi sentenciado à morte em Roma como líder dos cristãos. Segundo a tradição Paulo foi levado para fora da cidade onde foi decapitado. No local de sua decaptação encontra-se a Igreja de San Paolo Fuori le Mura (São Paulo Fora dos Muros).

A Epístola aos Romanos e o Corpo Paulino

Após intensos estudos sobre a epístola de Romanos descobriu-se que esta não foi apenas uma espístola entreoutras. A epístola de Romanos teve grandes particularidades que a destaca como, talvez, a mais importante carta de Paulo. Primeiro pelo fato de esta não ter sido uma única carta. Ao que parece Paulo escreveu esta carta, no mínimo, três vezes: Uma no tamanho que se possui ainda hoje nas Escrituras, outra sem o capítulo 16, e outra sem trechos específicos para pessoas específicas de alguns lugares sem importância para outros. Paulo retirou tais partes da epístola simplesmente porque não valeria a pena copiar a carta novamente (o que era penoso para a época) e enviar a outro grupo que não se identificaria com certos trechos. O capítulo 16 tem valor apenas a uma igreja de Roma, por isso a sua retirada das outras cópias.

Outra característica importante da epístola é o fato de esta epístola ter causado tanta influência em Roma. A se ler a epístola de Clemente aos Coríntios percebe-se toda a estrutura e pensamentos da epístola de Paulo aos Romanos. Ao que parece, Clemente decorou a carta aos Romanos e depois adaptou-lha para os coríntios. Além do mais, parece que esta carta foi considerada um tesouro em sua época porque foi uma das poucas cartas que conseguiu sobreviver à perseguição de 64 por Nero (este mandou queimar as cartas e quem as possuía). Essa carta sempre possuiu preço de sangue dos mártires.

Também segundo estudiosos da epístola, esta pode ser considerada o Evangelho de Paulo, uma vez que Paulo descreve ricamente sua visão sobre o que seja o Evangelho de Cristo e também por ser uma carta com perfeita estrutura e pelo seu tamanho. Esta é a maior carta de Paulo. A epístola de Romanos causou tanto impacto que um grupo de pessoas resolveu ajuntar todas as epístolas de Paulo para formarem o corpo paulino (corpus paulinum). Este corpo pulino chegou a ser formado por 13 cartas, incluindo Hebreus, apesar de esta carta não ser da autoria de Paulo. Mas esta discussão de autoria é recente.

Romanos e o Evangelho Paulino

Romanos é uma carta que foi escrita antes do prolongamento de sua pena de detenção, primeiro em Cesaréia, e depois em Roma. Portanto foi escrita após Tessalonicenses, Coríntios e Gálatas e antes de Colossenses e Efésios. Alguns temas abordados em Romanos são comuns em outras epístolas: Sobre comida 14.1 com 1 Co 8-10; sobre os membros do corpo 12.3ss com 1 Co 12; antítese de Adão e Cristo 5.12ss com 1 Co 15.21, 45; e a coleta em prol de Jerusalém 15.25ss com 1 Co 16.1 e 2 Co 8, 9.

De todas as epístolas de Paulo a que mais coaduna com Romanos é Gálatas. Em Gálatas se encontram as mais duras palavras de Paulo a respeito dos que tentam pregar um Evangelho que não tenha a Graça de cristo. É em Gálatas que se encontram ensinos que vão contra àqueles que acrescentam regras ao cristianismo, as quais, para Paulo, eram uma tremenda deturpação do Evangelho. Romanos possui a mesma idéia de Gálatas: Ir contra aquilo que diz respeito à salvação por obras. A pergunta que tanto Romanos quanto Gálatas realizam é a seguinte: "Se for possível ao homem ser justificado perante Deus pela observância das exigências das leis judaica, qual foi então, o papel desempenhado pela morte de Cristo, o ponto central do Evangelho?" Para Romanos e Gálatas a salvação vem somente da graça divina pela fé.

Portanto sobre salvação Romanos tratará de usar espécies de antíteses para esclarecer o raciocínio. Duas antíteses muito usadas são e Obras; e Carne e Espírito. A nova vida em Cristo mostra que a vida é comunicada pelo Espírito, e tão-somente por este. A tentativa de se viver pelo "Espírito" e pela "carne" está fadada ao fracasso, porque as duas ordens estão em franca oposição uma à outra: "a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne" (Gl 5.17). As antíteses fé versus obras e Espírito versus carne reaparecem em Romanos numa seqüência lógica: A primeira nos capítulos 3 e 4, onde se discute o caminho para a justiça, e a última nos capítulos 7 e 8, onde o assunto é o caminho para a santidade.,

Outro paralelo entre Gálatas e Romanos se encontra nas passagens que Paulo trabalha o personagem Abraão (Gl 3.6-14 e Rm 4). A história de Abraão é usada por Paulo para mostrar a superioridade da fé ante a Lei de Moisés. Segundo Paulo Moisés escreveu a Lei que fala da fé de seus antecedentes. Um destes é Abraão. Paulo afirma que a Lei mosaica só existe porque Abraão ousou a crer. Logo, são filhos de Abraão, aqueles que, por meio da fé, assim como Abraão, ousam a crer em Deus. Em suma, para Paulo, o Evangelho é o cumprimento das promessas feitas por Deus a Abraão e à sua posteridade. Paulo afirma que a razão da existência da lei mosaica está na existência das promessas, que antecedem a própria lei.


Paulo luta veemente contra a instituição da lei mosaica aos cristãos. Paulo afirma que a lei, se observada em algum ponto, mínimo que seja, deve ser vivida em sua inteireza. E se vivida, esta será a própria maldição porque ninguém consegue cumpri-la. A mensagem do Evangelho pregado por Paulo anula a lei mosaica uma vez que o Evangelho tem em si a liberdade do cristão, liberdade esta que é concedida por Cristo na cruz. Então por que voltar aos rudimentos da lei? Por que submeter-se à servidão? Todavia essa liberdade não tem a ver com uma espécie de lei anárquica. A fé apresentada pelo Evangelho é fé que se manifesta em vida de amor, e assim se cumpre "a lei de Cristo" (Gl 5.6; 6.2).

Na época da escrita de Romanos existia um problema quanto ao Messias ser condenado como maldito (crucificado). Se Jesus merecia a condenação não era a questão maior, mas sim o fato de alguém, que é o Messias, ser condenado como maldito pelo próprio Deus (Dt 21.23). Como isso é possível? Como uma pessoa é Messias (enviado de Deus) e ser maldito pelo próprio Deus (crucificação)? Foi essa radicalidade da cruz que trouxe a conversão a Paulo. Para o apóstolo o que difere Jesus dos demais messias da sua época é a ressurreição de Cristo. Para Paulo, nada mais é prova maior do que aquele que foi condenado, morto, ressussitado dentre os mortos e ainda coroado como Rei dos Reis. Mas soa como se a lei tivesse mudado do nada após a morte de Cristo. E isso não é aceito. Por que deveria mudar? Na verdade foi a compreensão da lei que estava parcialmente revelada. É aqui que entra a revelação maior de Paulo sobre a morte de Cristo: Gl 3.10-13. Jesus levou sobre si a maldição que a Lei sentenciava para todos os que não cumprissem completamente (Dt 27.26). Isso era comum nas escolas rabínicas. Mas nenhum rabi formulou que o Messias devia sujeitar-se voluntariamente à maldição lançada sobre os infratores da lei de Deus, para livrá-los dquela maldição. Deste modo, a doutrina de um Messias crucificado, que outrora fora uma pedra de tropeço para Paulo, veio a ser a pedra fundamental de sua fé, bem como sua pregação. Assim fica explicado: A maldição da cruz foi quebrada por Cristo porque este se entregou em fé pelos demais, o que não é validado pela lei, mas pela instância maior, que é a fé nas promessas. Cristo creu e isto lhe foi imputado por justiça. Diante dessa suma Paulo explica para os judeus porque sua crença na lei mosaica os levarão à condenação (Rm 9.32).

Para ler a PARTE 2/2 clique aqui.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

10 razões porque vou à igreja

Por Carlos Chagas

1- Após ser salvo me vi na necessidade de me identificar com pessoas iguais a mim. É na igreja que as encontrei.

2- Vou à igreja não porque lá possui as pessoas santas, mas as pecadoras que querem ser santas.

3- Vou à igreja não para cultuar. Vou à igreja para entregar meu culto de toda uma semana. Igreja não é lugar para se viver, mas para entregar o que se viveu. A igreja é o marco da mudança.

4- Vou à igreja não para achar a verdadeira vida, mas para aprender a viver com muitos outros que desejam o mesmo. Igreja não é lugar da perfeição, mas de aperfeiçomento.

5- Não vou à igreja para encontrar Deus, mas para encontrar o irmão e a irmã que tiveram o mesmo encontro que tive com Deus.

6- Não vou à igreja somente porque acredito nela, mas porque acredito Naquele que nela acredita.

7- Vou à igreja porque fui chamado para ser diferente; para estar de fora do comum com o ideal da benevolente transformação da criação.

8- Vou à igreja porque no bar, na feira, na escola ou em qualquer outro lugar não oferece um ótimo ambiente, todos os dias da semana, para se refletir, pensar, conversar e dialogar sobre, por e com Deus.

9- Vou à igreja porque quero e não porque querem.

10- Vou à igreja porque sou cristão e me delicio das experiências vitais dos demais irmãos e irmãs que ali se entregam em total adoração e sinceridade.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Illuminatis: Quem são eles? Breve abordagem teológica

Por Carlos Chagas

Recentemente recebi um DVD e um endereço de um blog onde falam sobre uma espécie de seita conhecida como Illuminatis. Confesso que no primeiro momento meu contato com tal informação foi totalmente de ignorar tal seita, que também pode ser chamada de ordem. Mas após assistir o DVD parei para refletir em suas mensagens. Sendo assim, fiz questão de postá-lo aqui no blog como se vê abaixo:


Mas quem são os Illuminatis? Talvez você esteja se perguntando. Confesso que não defendo tal crença. Apenas estou divulgando o que me foi passado. Sabe-se que muitas informações hoje em dia carecem de verdade e, é claro, esta pode ser mais uma. Mas o fato é que estou sendo muito questionado sobre esta ordem, e, como teólogo que sou poderei trazer alguma luz sobre o assunto. Todavia minhas palavras serão restritas apenas ao campo teológico, uma vez que não sou historiador, nem economista, nem sociólogo, nem racionalista, nem adepto às questões religiosas dos Illuminatis.

Quem são?

Os Illuminatis, segundo o DVD e segundo os vídeos que podem ser acessados no YouTube, é um grupo de pessoas que são provenientes de uma linhagem de 13 famílias, as quais nunca através da história se desassociaram nem sequer para constituir uma outra família, a 14ª família. Sempre as 13 se mantiveram puras. Este grupo foi fundado em 1 de maio de 1776 por um satânico chamado Aleister Crowley (mas segundo o Wikipedia ele nasceu em 1875 e morreu em 1947), apesar de ter suas origens, segundo o irmão Rubens, o preletor do DVD que eu tenho, lá na Babilônia, dos tempos antes de Cristo. Todavia, alguns sites defendem que Adam Weishaupt é o verdadeiro fundador da seita Illuminatis (para acessar um desses sites clique aqui).

Eis o irmão Rubens, preletor do DVD

Ainda segundo o DVD os Illuminatis possuem uma idéia de dominação mundial através de todos os setores: Economia, comunicação, política, trabalho, religião, etc. O intuito é de estabelecerem uma nova ordem mundial, conhecida como N.O.W. Essa ordem tem objetivos de reduzirem a população mundial para 500.000 habitantes. Portanto eles desejam destruir cerca de 80% da população mundial através de guerras, implantação de doenças, guerras, etc.

Nas imagens do DVD são divulgados diversos pontos interessantes como os líderes da ordem como os Bush's, Obama, os Rockefeller's e até mesmo o nosso presidente Lula junto com Xuxa, Collor de Melo, TV Record, TV Globo, entre outros.

Os Illuminatis são as pessoas mais poderosas e ricas do mundo. Todas as grandes empresas são ou trabalham para eles. Essas pessoas possuem um pacto entre si. Uma espécie de maçonaria. E eles possuem um pacto com um deus conhecido como Oz (lembram do "Mágico de Oz?"). Segundo eles o pacto com esse deus lhes darão um governo de paz mundial sem sofrimentos; uma espécie de céu. Assim, em troca desse suposto céu, eles devem propagar a mensagem de Oz, deixando claro a sua intenção para com o mundo.

Seus Objetivos

O objetivo dos Illuminatis é estarem um passo à frente do Deus pregado por qualquer religião. Para eles o Deus cristão, Jesus Cristo, bem como qualquer outro é representado pelo número 10 (1=alfa e 0=ômega). Sendo assim, o 11 é o número dos Illuminatis e de Oz porque estão sempre a 1 passo de Deus.

Este um passo é pregado por eles como sendo a benevolência praticada por seus crentes, benevolência esta que o Deus cristão não conseguiu impôr. Os Illuminatis acreditam que 2009 (2+0+0+9=11) foi o ano crucial para a difusão de suas maiores idéias e de execução do plano de paz mundial (os evangélicos tradicionais acreditam que este plano é a implantação do anticristo no governo mundial). Neste plano os Illuminatis concluirão os pedidos de Oz, geralmente representados por símbolos como pirâmides com um olho que tudo vê, uma coruja, um pentagrama, um hexagrama, um número 11, um triângulo, etc. onde se terá um governo único e que será implantado à força matando todos os que renegarem sua execução.

Para os Illuminatis todos e tudo que não faz parte das 13 famílias são deles e são seus escravos. O mundo, segundo informações, não passa de uma espécie de mentira social; uma matrix (filme Matrix), onde só se reproduz o que quer que seja reproduzido. O mundo é controlado pelos Illuminatis: Nada do que acontece deixa de passar por suas mãos. Se houve uma notícia de queda de avião eles não só sabiam como liberaram sua divulgação.

Curiosidades do DVD

Muitas informações são interessantes. São mais de 3 horas de mensagem onde apenas alguns segundos não são interessantes. Muitas imagens são usadas, inclusive, são imagens que podem ser encontradas na própria internet. O DVD não tem cunho religiosos no quesito da denominacionalidade (não prega uma religião específica a não ser a Bíblia numa interpretação cristã, talvez evangélica).

No DVD se tem explicações sobre a farça das Torres Gêmeas, as mentiras dos Meios de Comunicação, os planos da Nova Ordem Mundial, seus adeptos e líderes, possui também imagens que nem na internet serão achadas como um vídeo de adoração a Oz, onde sacrifícios humanos são entregues a ele (Oz). Esse vídeo de adoração foi feito escondido e após conseguirem tal imagem os responsáveis pela cópia foram até um dos políticos que frequentou a adoração para lhe fazer algumas perguntas. este se demonstrou muito nervoso e gaguejou muito, o que demonstra muita veracidade e autenticidade da obra.

Sobre as Torres Gêmeas (11 de setembro de 2001) que na data norte-americana fica 09/11 de 2001 (9/11 = 911 = 9+1+1= 11) refere-se a diversas informações como: 11 = Duas torres; não foi um atentado terrorista, foi um sacrifício a Oz (tem fortes argumentos); foi o dia D para os Illuminatis; foi a grande mentira para o povo. Ainda sobre o atentado às Torres Gêmeas o DVD traz fortes informações sobre sua queda: Essa não foi ocasionada pelos aviões mas por explosões. Estas explosões são perceptíveis a olho nú.

Comentários Teológicos

Eu poderia aqui tratar de muitas áreas teológicas, especialmente a área apocalíptica, que é, talvez, a mais cobiçada pelos brasileiros. Contudo me reservo pela não confiança sobre certos dados do DVD. Quem me conhece pessoalmente sabe o quanto sou criterioso com relação ao cientificismo dos assuntos dos quais trato em minhas pesquisas. Concomitantemente não posso deixar de falar deste DVD uma vez que se tornou a sensação do momento entre evangélicos de todo Brasil, senão do mundo. Logo, tentarei comentar aqui alguns pontos me valendo de certa neutralidade com relação ao ideal pregado pelo DVD.

1- Interpretações

a) Em muitos momentos o irmão Rubens diz que cristãos devem evitar de falar a palavra God (GOD = Deus, que de traz para frente é DOG = cão, que é inimigo de Deus) porque é uma blasfêmia contra Deus. Segundo ele os pastores norte-americanos preferem falar Lord por causa disso. Em outro momento o preletor cita que pronunciar certas palavras consagradas podem trazer a condenação. Ora, uma blasfêmia só é blasfêmia quando esta sai do coração e não de meras palavras. Até mesmo a verdadeira adoração ao Pai nasce em espírito e em verdade. Logo, o preletor deixa a desejar com sua colocação. Muitos dizem God com todo o amor em seu coração, o que não quer dizer que blasfemam.

b) O preletor sempre efatiza que os símbolos satânicos exercem influência onde passam. Um desses símbolos é o olho. No DVD diversas imagens, logotipos, logomarcas de produtos e empresas aparecem denotando que são do demônio. Considero isso perigoso. Se tudo que tem olho é do demônio, conclui-se que eu também sou do demônio, pois também tenho olho. O problema não é o símbolo, mas o que se prega com o símbolo. Uma criança de 2 anos e um adulto culto, ambos com um crucifixo, não será necessariamente a mesma pregação de ideais: Está claro que a criança não sabe o que é o crucifixo, mas o adulto quer passar uma mensagem usando o mesmo. E qual será a sua intenção com esta mensagem? O mesmo é com a leitura do símbolo Illuminati: Aquilo reflete uma maldição, ou minha leitura com uma aplicação da mesma refletirá?

c) Às vezes percebo uma falta de conhecimento de teologia biblica nos que compuseram o DVD. Este possui muitas informações rasas sobre a teologia, especialmente sobre o Antigo Testamento. Cito aqui um momento em que o preletor cita Sansão quando ele derruba as duas colunas do templo. Segundo o preletor aquelas colunas representavam o reino dos Illuminatis, que é o reino de Oz, que é o reino de Satã. Ainda segundo Rubens, Sansão recebeu uma revelação de Deus de que aquelas colunas representavam o reino de Satã e que deveriam ser derribadas. Temos pelo menos 2 problemas: (1) A figura de Satanás, como conhecemos hoje (ser ontológico; pessoa), não existia naquela época. Satanás (Hasatã, do Hebraico) referia-se ao "adversário", que deve ser entendido como um mal, algo que vai contra o propósito do bem. Não era uma pessoa e sim uma força, uma influência. Outro problema (2) é o fato de que o preletor forçou o texto em sua exegese e em sua hermenêutica. Ele retirou dali informações que o próprio texto não oferece, como por exemplo a figura de Satanás e a revelação de Deus.

d) Em certo momento do vídeo o preletor pede ao seu telespectador que digite no programa Word a palavra "jesus" usando a fonte Wingdings. Aparecerá um rosto rindo com uma seta apontando para o rosto e uma cruz com duas gotas uma de cada lado da cruz. Segundo o preletor as gotas são o sangue de Cristo derramado na cruz. Mas onde ele ciu sangue? E se for lágrimas? Essa crítica serve para mostrar que várias leituras são possíveis de um simples desenho. Quão maior não é quando se faz de todo um sistema como o dos Illuminatis? Ou seja, não estaríamos criando uma espécie de leitura fantasiosa de todo o esquema? Cuidados devem ser tomados ao se interpretar algo.

e) O DVD mostra que unir as religiões é errado. Mas deixa claro que apenas uma religião salvará. Fica a pergunta: Quem salva? Jesus ou uma religião?

f) Outro problema é dizer que os Illuminatis vieram da Babilônia. Isso é forçar a história. Onde estão as provas? Como comprovar tal afirmação? É o mesmo que dizer que Deus é formado de água com sabão com odor de mexerica.

Breve apanhado apocalíptico

Não sei se as informações ali estão corretas. Não sei se os Illuminatis realmente existem. Todavia as informações, se são mentiras, foram muito bem articuladas e trabalhadas ao ponto de me impressionarem. Porém vale lembrar que este vídeo se encaixa em duas categorias: A verdade sobre o fim de tudo e mais uma mentira sobre a besta e o apocalipse.

Gostaria de criar aqui alguns pensamentos crendo ser o vídeo verdade e mentira (continuo a manter minha neutralidade). Vejamos algumas:

1- O vídeo como verdade apocaliptica e escatológica

Pensando no vídeo como sendo verdade em suas informações históricas e econômicas, bem como todas as informações que não sejam de cunho teológico (para melhor elaboração aqui), podemos elaborar alguns pensamentos:

a) Para aqueles que são fundamentalistas em sua forma de pensar provavelmente estão convencidos de que o vídeo realmente é sobre o anticristo. Logo, uma série de pensamentos devem ter invadido sua mente para que, de alguma forma, alguma reação da sua parte seja tomada. Seguindo sua crença digo o seguinte: Nada pode ser feito. Para os fundamentalistas isso deve acontecer e pronto! É plano de Deus. Portanto, o máximo que você pode fazer é continuar a amar, porque essa é a finalidade da lei. Quem ama cumpre a lei (sobre a lei e o amor leia meu artigo sobre Romanos). O Evangelho, mais do que nunca, deve ser vivido sem exitar. Ainda segundo o pensamento escatológico fundamentalista muitos deverão morrer. E nessas morte você pode estar incluso. Sendo assim, você deve estar preparado. Mas tenho aqui uma palavra de consolo: Deus é com você. Você poderá estar morrendo pela melhor causa: O Evangelho. Tais informações não devem ser vistas com medo. Quem tem que ter medo são os que estão do lado das trevas porque sofrerão ranger de dentes. Não sou fundamentalistas, mas se fosse, nesse momento estaria regozijando em minha alma, já que o livro do Apocalipse não é o livro do fim, mas o livro o livro do belo recomeço (sobre o Apocalipse e o número da besta leia o meu artigo sobre o 666). O livro onde Deus se mostra no trono. Onde as trevas terão que se ajoelhar.

b) Para aqueles que não acreditam nessas palavras vai uma dica. Fiquem com o pé atrás. Para que tais palavras no DVD se confirmem como mentira basta o tempo, mas para que se confirmem como verdade basta estarem certos uma vez apenas. Mas aqui você não deve pensar nas catástrofes mas Naquele que permite tal coisa: Em Deus. Se for verdade ninguém evitará isto. Logo, só lhe resta a fé em Deus, que tudo controla. Pense Nele.

c) Nunca veja os Illuminatis como senhores do mundo. Na verdade eles são administradores; meros mordomos, que usam de suas influências e poder para dominar e escravizar, enganando a todos o mortais (mas somente os mortais). Os Illuminatis são apenas continuidade do mal liberado no jardim do Éden. Assim como tiveram seu início, terão seu fim, e o melhor fim!

d) Não entre em pânico. Relaxe e apenas desfrute do Evangelho. Pregue como nunca o amor de Deus e não o fim do mundo. Sabe por quê? Porque quem deve pregar o fim do mundo são eles, os Illuminatis, porque eles crêem nisto. Mas você crê em Deus, logo pregue o amor, a viva palavra de Deus. Se alguém o questionar seja sincero, responda o que você sabe sem dar créditos para os Illuminatis. Não ajude a Satanás, não dê méritos às palavras dos Illuminatis. Dê ênfase a Deus! Fale o mínimo dos Illuminatis em suas pregações e enfatize a Palavra Viva.

e) Não se torne paranóico. A vida prossegue da forma que você sempre viveu. Não enlouqueça. Diante de idéias como estas muitos realizam loucuras como suicídio físico e suicídio social. Seja equilibrado. Medite nessas coisas e medite em outras também. Não banque o herói.

f) Algo que se deve ter em mente: Nunca se torne um bitolado! Muitos anti-illuminatis procuram redescrever sua forma de viver evitando toda prática que eles têm. Muitos evitam contato com desenhos iguais aos símbolos Illuminatis; evitam determinadas palavras, etc. Digo que o mais importante é o coração sadio e não códigos de ética e conduta. É no coração que se instala a doença da Besta e não na mão e na testa (leia meu artigo sobre o 666 para maiores informações sobre o assunto).

2- O vídeo como mentira apocaliptica e escatológica

a) A primeira coisa a se pensar: Por que reduzir a população para 500.000.000? Sabe-se que na China tem atualmente mais de 1 bilhão de pessoas. Os Illuminatis reduzirão a população mundial para metade do número de chineses!!! O que nos faz pensar: Que prazer eles obteríam nisso? Ou, que vantagem? A grande sacada é que eles são ricos. E o prazer de ser rico é dominar. Agora, sobre quem eles dominarão? E quem os manterão ricos? É a massa que os mantém como poderosos. Acabando com mais de 80% da população mundial nem eles alcançarão o controle do mundo. O poder se esvai. Não é impossível matar esse tanto de gente, mas é loucura inaceitável para o mais insano a aplicabilidade da mesma.

b) Não seria este vídeo mais um desses que falam sobre o fim do mundo? Realmente o vídeo é muito bem elaborado; no nível dos filmes de Hollywood. Mas tal elaboração pode conter uma teia de informações bem amarradas ao ponto de criar tal ficção. E aí, quem provará que é verdade? Muitas informações citadas pelo preletor estão sem referências científicas; carecem de teor científico. Não se pode negar que algo está acontecendo. Mas será efetivamente esta história a real?

c) Outra coisa a ser questionada é a aplicação de uma teologia fundamentalista. Por que não se deu ênfase a Deus quando ele falou religiosamente? Porque a teologia fundamentalista necessita dessa desgraça para se auto-promover. Segundo o fundamentalismo, Jesus só volta após a desgraça da Besta. E então? O vídeo é para relatar a verdade iminente sobre nossas vidas ou é mais um vídeo de promoção teológica?

d) Será que a idéia sobre a existência dos illuminatis foi melhor elaborada após o livro de Dan Brown "Anjos e Demônios"? Seria as evidências sobre a existência dos Illuminatis algo plantado?

e) Outra questão de discussão é o fato de afirmar que eles nasceram na Babilônia, passaram pelo Egito até chegarem nos EUA. Isso é muito complicado. Até hoje historiadores tentam descobrir se Jesus nasceu mesmo em Belém! Até hoje tentam descobrir algumas verdades sobre a 2ª Guerra! Agora dizer que eles vieram da Babilônia... até escritos de lá são escassos, quanto mais informações tão nítidas como essa. Infelizmente isso não é assim tão fácil.

Conclusão

O fato é que algo está acontecendo. Tais imagens são reais e as informações são muitas. Todavia estas não servem como prova efetiva sobre a existência de tal grupo. Mas fica um alerta: No AT muitos profetas preveram a destruição do império israelita pelos assírios e babilônios. Não se tinha quase nenhuma prova. Mas mesmo assim aconteceu. O mesmo é sobre os Illuminatis. Talvez seja mais uma profecia para que se guarde dos dias maus. O que cabe a nós é tão-somente deguir o melhor caminho. Enquanto cristão digo que este caminho está em Jesus de Nazaré, o qual me favorece em TODAS as situações, me assistindo em QUALQUER adversidade.

Em dias como estes nos quais vivemos, vale lembrar que se houver alguma guerra de proporções mundiais, com certeza será pior que a 2ª Guerra Mundial. E falo isto como estudioso e apaixonado pela história da 2ª Guerra. Coisas horríveis aconteceram naquela época e piores serão se outra guerra mundial estourar. Portanto o que cabe a nós, cristãos, é pregar o Evangelho de reconciliação e paz, e mais do que isso: Vivê-lo com toda a alma.

Se os Illuminatis existem ou não isso não é relevante. A grande questão é: Pratico o bem? Estou em dia com meu semelhante e meu próximo? Estou em harmonia com Deus? Tenho seguido Ele? Aliás, acredito Nele? Se a resposta é sim, é boa, se não, é uma boa hora para ser Iluminado, nõ pelos homens, muitos menos pelos demônios, mas por Aquele que tudo contro e de tudo sabe; Deus, que tem como apelido "Justiça".

Links dos vídeos:

“Prepare-se” palestras 1/6
“Prepare-se” palestras 2/6
“Prepare-se” palestras 3/6
“Prepare-se” palestras 4/6
“Prepare-se” palestras 5/6
“Prepare-se” palestras 6/6

Link do Blog
http://fim2012.blogspot.com/2009/05/baralho-illuminatis-o-inventor-do-rpg.html

ATUALIZADO EM 13/01/2013
Devido ao exagero dos defensores de "Direitos Autorais" o vídeo que antes era mais completo precisou ser retirado. Meus "sinceros" parabéns aos prezados "palhaços". Assim, de fato, vocês consertarão "sinceramente" o mundo.

Como acabar com a seita Illuminati? Clique aqui e tire suas conclusões.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O livro de Filemom: Introdução ao estudo e breve aplicação para hoje

Por Carlos Chagas

A ocasião e o propósito da carta

A mais breve das epístolas que integram o corpo de escritos paulinos e o Novo Testamento a epístola de Filemom pode ser considerada também como uma espécie de bilhete no qual Paulo tenta de forma persuasiva ajudar nas relações de Senhor/Escravo, não ausentando o caráter de epístola, que tem como característica sua leitura comunitária (o problema de Filemom foi a conhecimento de todos da comunidade ao menos pela epístola de Paulo). Filemom era um cristão da comunidade de Colossos, provavelmente uma pessoa de posses (o fato de ter escravos permite tal ideia), e de destaque na comunidade (v. 4, 7). Onésimo, escravo fugido de Filemom, cometera uma ato injusto contra o seu senhor (v. 18), ato do qual não se sabe o que especificamente, e fugira. Este escravo teve um encontro com Paulo, no qual ele relatou toda a situação. Tal encontro pode ter sido com Paulo na prisão ou apenas uma tentativa de refúgio na companhia do apóstolo. Paulo pede a Filemom que receba Onésimo novamente como seu escravo em qualidade de irmão (v. 16) e como se fosse o próprio apóstolo (v. 17).

O fato de Paulo deixar claro para Filemom que ele o restituirá em tudo (v. 18) demonstra mais que a possibilidade de roubo (teria havido roubo?), uma vez que as leis romanas deixavam claro que que acolhesse um escravo fugitivo assumiria o montante de cada dia de trabalho perdido a ser entregue ao seu dono. Também parece que Onésimo conhecia bem as leis que regiam a Roma. Uma delas dizia que um escravo fugido poderia encontrar repouso na casa de um amigo ou familiar. Contudo isso é difícil de aceitar devido à passagem do v. 13 onde Paulo transparece a outra parte da lei romana que dizia que um escravo deveria ser vendido para pagamento das despesas do seu antigo dono. Paulo queria ter Onésimo ao seu lado, todavia com o prévio consentimento de Filemom.

Algumas coisas ficam sem explicações claras na epistola: (1) Com relação ao tempo de duração da estadia do escravo junto ao apóstolo pode ter durado um tempo maior que o normal para a época; (2) não se sabe se a epístola tem o objetivo de Paulo buscar uma certeza de que Onésimo será aceito novamente por Filemom, ou se Paulo que sondar a possibilidade de Onésimo ser seu companheiro de pregações; (3) e o fato de Paulo pedir para Filemom aceitar Onésimo como um membro da família (v. 15-16) é um tanto quanto forçada para a época.

A liberdade do escravo era tão oficializável como o ato de torná-lo escravo. Ao fugir o escravo poderia comprar sua liberdade depositando nos altares dos deuses romanos determinadas quantias, as quais eram transferidas pelos sacerdotes destes templos ao seu antigo senhor à medida que este escravo comprava sua liberdade. Nos templos de Apolo e Delfos era possível ler os nomes dos escravos que estes deuses libertavam. Mas o ato do perdão era algo mais complicado. Paulo usara de pensamentos repletos de revolução intelectual e cultural ao pedir a Filemom que o aceite sem maldades; como irmão, enquanto que ele, segundo os costumes da época, poderia prendê-lo e depois castigá-lo com brutalidade. Até mesmo a crucificação era aceita.

Sendo assim, Paulo não procura forçar Filemom com palavras. Antes ele procura trabalhar o coração de Filemom com os ensinos cristãos que ele possui, deixando claro que prejuízos financeiros ele não terá (v. 19), usando com ele tom suave no argumentar (v. 8, 9) e esperando uma atitude que brote do coração de Filemom (v. 14). Portanto Paulo não o força a nada.

A epístola toma um ar de correnteza da compaixão cristã (v. 12) com uma lembrança bem usada por Paulo de certa dívida de Filemom para com ele (v. 19b) em prol da vida de Onésimo. A epístola possui notas características como "em nome do amor" (v.9), "reanima-me o coração em Cristo" (v. 20), "recebe-o como se fosse a mim mesmo" (v. 17) e "sabendo que farás mais do que estou pedindo" (v.21) deixando um ar de confiança e certeza de que seus pedidos serão atendidos. E não há como não dizer que tais pedidos não foram realizados porque se não o fossem com certeza a epístola não teria sido preservada em Colossos tal como foi.

Lugar de origem e a data

Percebe-se um cuidado com os nomes colossenses citados por Paulo nesta epístola (ver Cl 4.7-17). Percebe-se também que Paulo se encontra prisioneiro (vv. 1, 9, 10, 23). Logo esta epístola foi escrita na mesma época de Colossenses.

Argumenta-se que foi o próprio Paulo quem escreveu o bilhete a Filemom, o que descarta a idéia de que Paulo tenha sido um prisioneiro algemado, mesmo quando ele o cita em sua epístola aos colossenses (Cl 4.3, 4, 18). Paulo talvez se referisse às algemas devido a impossibilidade de pregar tal como ele queria, uma vez que ele estava preso como que por algemas. Sustenta-se a idéia de que Paulo estivesse preso como um homem em “livre custódia”, tal como era em Roma (At 28.30-31), o que lhe concedia certos privilégios e um deles era ensinar pessoalmente ou por cartas, mas com devidas restrições. Provavelmente seu lugar de aprisionamento era em ou perto de Éfeso. Isso é sustentado por dois trechos bíblicos: Um é o fato de Paulo pedir aos colossenses, através da carta a Filemom, que preparem para ele uma pousada porque parecia a ele que logo ele seria solto (v. 22), e também por parecer congruente com seus planos na ocasião de seu ministério efésio (At 19-20). Segundo registros Paulo nunca visitou a região de Colossos após sua partida de Éfeso. A situação de sua prisão e soltura fez com que ele se sentisse meio incomodado de voltar a tal região. Então ele prossegue com seu ardente plano de pregar em Roma (At 20.16, 17; cf. v.23).

Uma vez em Roma seus planos era continuar viagem até a Espanha (Rm 15.23-24, 28). Devido esse desejo nasce outra hipótese, porém mais inconstante da origem da escrita do bilhete a Filemom. Segundo estudiosos, Paulo ainda estava em Roma quase de partida para a Espanha quando encontrou com Onésimo, quando este fugia para Roma procurando anonimidade na cidade Imperial, o que seria um refúgio e início de vida para ele. Todavia este acabou se encontrando com Paulo, causando uma grande mudança nos planos do apóstolo. Talvez Paulo tenha repensado sobre a forte e falsa doutrina a que Colossos estava sendo apresentada. Paulo pode ter revisado seu itinerário quanto à visita ao vale do Lico. Ainda segundo estudiosos mais uma indicação de que a epístola tenha nascido em Roma é o fato de Lucas e Marcos estarem na lista de Paulo (v.24). Lucas estava com Paulo em Roma e não se tem indícios de que ele esteve em Éfeso. Marcos é tradicionalmente associado com Roma, não com Éfeso. Porém não se pode afirmar com tanta certeza de que tal epístola foi escrita em Roma baseando-se apenas no silêncio das maiores informações ou no vácuo de ligação entre elas. Logo, esta linha de evidência, considerada indecisiva e neutra, não caminha mais além do que isto.

Partindo do pressuposto de que quase todos os estudiosos das epístolas de Filemom e Colossenses aceitam um estreito vínculo entre ambas as cartas e de que é preferível aceitar que Paulo escreveu-as durante sua estadia na prisão de Éfeso datar-se-á então no final da década de 50. Caso opte-se por ser de Roma sua origem, datar-se-á nos anos iniciais da década de 60.

Esboço de Filemom

I- Saudação 1 - 3
II- Ação de graças em relação a Filemom 4 - 7
  A. Louvor pessoal 4
  B. Características dignas de louvor 5 - 7
III. Petição de Paulo por Onésimo 8 - 21
  A. Um pedido de aceitação 8 - 16
  B. Uma garantia de reembolso 17 - 19
  C. Uma confiança na obediência 20 - 21
IV- Preocupações pessoais 22 - 25
  A. Esperança de libertção 22
  B. Saudações 23 - 24
  C. Bênção 25

A epístola de Filemom para a atualidade

Apesar desta epístola não apresentar questões doutrinárias como as demais epístolas paulinas o bilhete a Filemom possui uma mensagem bastante forte no quesito dos relacionamentos pessoais. No século I a escravidão fazia parte do círculo natural da vida. Ninguém pensava em aboli-la. O Novo Testamento foi e é muito criticado pelo fato de não ter tido voz ativa contra a escravidão, e isso é fato. Contudo a epístola de Filemom é um "tapa de luva" quando se fala de relacionamentos entre pessoas de status diferente na sociedade. Nesta epístola não é difícil perceber como que Paulo coloca Filemom e Onésimo no mesmo nível diante de Deus. Ambos servem a Cristo, logo são tratados imparcialmente por Deus, que os vê como iguais. Nesta demonstração de igualdade é que Paulo continua trabalhando seu ideal de servidão a Deus como pode ser visto nas demais epístolas (Gl 3.28; Cl 3.11; 1 Co 7.20-24; etc). A escravidão, pelo menos para Paulo, se torna algo inútil diante da grande mensagem de salvação do Evangelho. Todavia Paulo não repreende tal prática, mas deixa pistas para reflexões do tipo "quem tem ouvidos ouça" ou "quem tem coração reflita".

É no v. 16 que está a suma da epístola. Paulo apela para que Filemom veja seu escravo não somente como tal, mas como seu irmão em Cristo, o que era extremamente difícil uma vez que escravos não eram vistos como pessoas, mas como mão-de-obra; ferramenta viva. Tal apelo leva os cristãos de hoje a repensarem sua posição social, mesmo que nos dias de hoje não se veja mais escravidão como antes. Paulo coloca que trabalho e vida social não fogem às leis evangélicas, o que deve ser refletido nos dias de hoje. Um(a) empregado(a) nunca deve ser oprimido(a) sem que antes a consciência do seu(sua) chefe passe por uma reflexão. E vice-versa. Nunca o(a) empregado(a) deve agir sem meditar no Evangelho para a conseqüente ação posterior em seu posto social e profissional. E não só nestas áreas da sociedade, mas em todas deve-se ter tal meditação.

Vale lembrar que todos são escravos do Evangelho. E mesmos escravos do Evangelho conseguem se ver livres no próprio Evangelho, no qual todos são apenas um, os quais lutam para apenas um, Nosso Senhor Jesus Cristo. À Ele a dívida de gratidão deve ser sempre paga em amor ao próximo; dívida que não se extingue; dívida que não é por troca pela salvação; nem por pagamento, mas pela provocação de se amar onde o amor não é aceito e muito menos possível. Num mundo de insanidade, a insanidade divina de se desejar algo impossível, contudo cativante, se torna o melhor dos convites, o qual, por milagre, torna-se o impossível mais praticável e desejado do mundo indo contra qualquer razão ou status.

Referências Bibliográficas


MARTIN, Ralph P. Colossenses e Filemom: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2005.


CARSON, D.A., MOO, J., MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.


BÍBLIA SAGRADA Plenitude, Edição de Estudos.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O livro de Colossenses: Introdução ao estudo e breve aplicação para hoje

Por Carlos Chagas

A cidade e o povo de Colossos

Colossos ficava na região sul da antiga Frígia (oeste da Turquia moderna) no vale do rio Lico. Em tempos anteriores aos dias de Paulo, autor da epístola, sabe-se que Colossos foi uma grande cidade, a qual conseguiu impedir o avanço das tropas militares do rei Xerxes. Sua importância econômica na época da epístola se resumia à fabricação de lã de carneiros, que eram pastoreados nos encostos do vale do Lico. O nome "colossense" era usado para designar uma cor específica (colossinus) de lã tingida.



Mas Colossos perdeu sua grandiosidade enquanto cidade após influências políticas pelo império romano. Laodicéia, situada a oeste de Colossos, por ter se tornado sede da administração romana, passa a se desenvolver mais rapidamente em todos os quesitos,fazendo de Colossos uma cidade de segundo e terceiro plano. Após o terremoto de 60-1 d.C., Laodicéia e Colossos foram destruídas, todavia, somente Laodicéia, apesar de não receber ajuda financeira externa, conseguiu se reerguer. Colossos jamais se reconstruiu como antes do terremoto. Além do mais fontes afirmam que Colossos sofreu mais abalos sísmicos nesta mesma época.

Devido às mudanças nos cenários econômicos, Colossos passa a depender das cidades vizinhas. Estas, por sua vez, sofreram fortes mudanças culturais. Dentre essas mudanças as religiões se transformaram completamente. A região da Frígia era marcada pela predominância de dois objetos (deuses) de culto: A deusa Cibele e a deusa Íris. A primeira era asiática e a segunda africana. O fato é que o culto a estas era marcado pelo êxtase e alegria excessivos. Também faziam parte o rigor ascético e a circuncisão. A circuncisão veio após a infiltração do judaísmo juntamente com sua teologia monoteísta, que causou um sincretismo religioso no povo colossense após o advento do cristianismo primitivo.

Com o nascimento da ideia monoteísta religiões do império adotam, cada uma, o seu deus. Apolo, Íris, Cibele, Osíris, Dionísio, Asclépio, etc são alguns dos nomes destes deuses. É nessa cultura mística e extasiante que nasce o culto ao "Deus Altíssimo" (hypsitos Theos).

Para um povo formado de indígenas frígios e gregos, de cultura involuída em sua história, em ascensão religiosa do judaísmo no âmbito de uma fusão de culturas helenistas com o rigor da religião frígia juntada a elementos religiosos iranianos e a características de um ensinamento sapiencial dos cultos de mistério é que Paulo escreve sua epístola ensinando a verdadeira e correta leitura do cristianismo para os colossenses.

A Igreja em Colossos

Segundo Atos 19.10 Paulo é o responsável pela propagação do Evangelho do Senhor na região da Ásia devido à passagem "todos os habitantes da Ásia ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos". Contudo Paulo nunca teve contato com os colossenses ao menos até o dia da composição da carta (1.4 e 2.1).

O Evangelho foi pregado por Paulo em Colossos provavelmente através de Epafras. Esse era nativo da região (4.12), tinha um bom relacionamento com os crentes dali e com os apóstolos (4.13), além de ser um bom ministro do Evangelho (1.7) e de compartilhar da prisão de Paulo (Fm 23). Devido à sua prisão a carta não pôde ser entregue por Epafras. A responsabilidade foi confiada a Tíquico (4.7-8) o qual também ficou responsável por consolar a igreja de Colossos acerca da prisão de seu pastor.

A ocasião da carta e data de sua escrita

Quando Epafras veio ter com Paulo na prisão este relatou que a igreja de Colossos estava correspondendo bem à instrução dos apóstolos (1.6) e que estavam firmes na fé (2.5-7). Para alguns estudiosos da epístola, a igreja de Colossos era muito nova, sendo esta de semanas ou, em muito, de meses de idade. Para estes 14 versículos (1.4, 5, 6, 7, 8, 9, 21, 22, 23; 2.1, 2, 5, 6, 7; 3.7, 8, 9, 10) sustentam alusões diretas à conversão dos colossenses.

Mas sobre a real questão sobre a origem da carta até hoje não se sabe ao certo. Paulo escreve em resposta às queixas de Epafras sobre uma ameaça à fé dos colossenses, ameaça esta que não se sabe, uma vez que, na carta, só se tem a refutação de Paulo frente esta ameaça. Estas advertências podem ser constatadas em 2.4, 8e 2.16.

Há ainda um pequeno grupo de estudiosos que discutem a carta ser um pseudônimo (alguém que fala por Paulo) de Paulo, o que era comum para a época. Para este grupo a heresia que ameaçava a igreja de Colossos, a qual foi refutada na epístola, possui traços de um desenvolvimento teológico pós-paulino. A linguagem na epístola, segundo os estudiosos, está longe de ser paulino. Além do mais, segundo eles, não se sabe se a epístola foi escrita nas primeiras prisões de Paulo (década de 50), ou em prisão posterior (década de 60), ou até mesmo após sua morte (ideia remota).

A ameaça à fé

Quase nada se sabe sobre a heresia que ameaçava a igreja de Colossos. Poucos indícios são encontrados na epístola. Todavia alguns versículos deixam códigos e senhas para que se entenda um pouco a situação em que se encontrava a fé cristã de Colossos frente a esta heresia: Os respectivos versículos são:

1.19 Porque aprouve a Deus que nele residisse toda a plenitude
2.18 Pretextando humildade e culto a anjos
2.21 Não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro.
2.23 Rigor de devoção e auto-humilhação e severidade ao corpo

Estes versículos apontam para uma seita teosófica: Fala-se com mistério das coisas ocultas mas com uma determinada ciência e sabedoria. Muitos estudiosos da era primitiva da igreja mencionam que havia em Roma, uma religião com traços que se identificam com os versículos acima. Essa religião é conhecida como gnosticismo. Contudo o gnosticismo só se torna uma religião conhecida após 122 d.C., o que deixa claro que não é ainda esta religião que é descrita nos versos acima. Mas apesar de o gnosticismo ser a religião combatida por Paulo ainda fica a possibilidade de ser o nascimento desta na região de Colossos, nascimento este conhecido como proto-gnosticismo. Estudiosos apontam que no proto-gnosticismo já haviam compreensões que se encaixam nas refutações de Paulo na epístola.

O gnosticismo crê que existe um desejo eficaz de se ter relacionamentos com o Poder que se manifesta no universo. Para o gnosticismo a plenitude de Deus é distribuída por uma série de emanações do divino, estendendo-se do céu à terra. Estes "eões", ou elos, ou rebentos da divindade deviam ser venerados e homenageados como "espíritos elementares" ou anjos, ou deuses, que habitavam nas estrelas. Regem o destino dos homens e controlam a vida humana, e detém no seu poder a entrada no reino divino. Cristo é um deles, mas apenas um entre muitos.

Se realmente for o proto-gnosticismo a heresia que atormentava a fé cristã dos colossenses fica fácil compreender certas passagens da epístola. Para uma pessoa ter contato com esta plenitude divina geralmente o adepto se entregava a uma disciplina ascética rigorosa de abnegação. Abstinha-se de comidas e bebidas; observância dos ritos de iniciação e de purificação; e possivelmente uma vida de celibato e de mortificação do corpo humano. Tudo isso é combatido por Paulo (2.20-23). Entretanto ainda não se pode afirmar que é o proto-gnosticismo a heresia que ameaçou a fé dos colossenses.

A filosofia colossense

Dois termos são usados para identificar o falso ensino introduzido em Colossos: "Filosofia" (2.8) e "piedade forçada" (2.23). Tais palavras herdam da astrologia persa-caldeia, dos mistérios orientais-helenistas e da especulação gnóstica elementos teológicos, demonológicos e termos achados nos conceitos astrais dos mesmos. Paulo trabalha essa "filosofia" empregando algumas palavras como: Stoicheia, o culto da veneração aos anjos e a defesa da "humildade" como parte da "severidade ao corpo".

a) Stoicheia (2.8, 20): O significado mais preciso é "objetos que ficam numa fileira ou que formam uma série". O exemplo primitivo para se explicar esse termo é o alfabeto: Colocando letra por letra até formar uma linha com uma escrita inteligível ao homem. Aprimorando a explicação do termo é como se o universo obtivesse uma possibilidade de organizar as coisas para a melhor explicação do mesmo. Para isso necessita-se inteligência, pré-condicionamento e sabedoria.

Estas Stoicheia eram usadas pelos primeiros filósofos como tentativa de explicar o acaso, o oculto. Para eles a criação possui um sentido que só pode ser encontrado quando esse oculto se revela. Assim, basta ao homem se entregar em humildade e sabedoria para entender. Sendo assim, Paulo luta para explicar aos colossenses que tudo foi criado pelo Cristo cósmico (1.16, 17) e que essas Stoicheia nada mais são do que conceitos tiranos e astrológicos que tentam controlar as vidas humanas como joguetes do destino.

O apóstolo trabalha então a questão de que Cristo possui vitória sobre esses agentes demoníacos (Stoicheia) (2.15) e na liberdade do cristão diante deles (2.20). Todas as coisas estão sujeitas a Cristo (1.15ss) logo a plenitude das coisas está em Cristo e não nestas forças cósmicas (1.19; 2.9). Quanto às referências sobre a circuncisão em 2.11 e sobre a dieta e calendário de 2.16 não têm ligação com o judaísmo a não ser questões referentes ao sábado. A palavra Stoicheia usada em Colossenses é diferente em significado e sentido da de Gálatas 4.8-10, já que este último é referente aos judaizantes. (ver meu artigo sobre a epístola de Gálatas). A prática do ascetismo fazia parte da disciplina e sobre o "culto dos anjos" (2.18) à filosofia do sistema teosófico que venerava divindades que habitavam nas estrelas.

b) A alusão em 2.18 ao "culto dos anjos" parece vir de judeus sectários de Colossos com uma angelologia altamente desenvolvida e pouco ortodoxa. O que sustenta essa teoria sobre sectários judeus são as descobertas das cavernas de Qumrã, onde se encontrou relatos de um judeu desta época que praticava rituais tipicamente judaicos mas com características altamente individualistas que adotavam crenças e padrões ebionitas judaicos-cristãos com uma angelologia diferenciada. Paulo combate tal culto em 2.15 e 2.20.

c) Havia uma espécie de doutrina platônica que separava o Deus supremo da criação. Para contato com esse Deus é preciso que o homem se liberte da influência maligna e das coisas materiais. Juntamente com esse platonismo os Colossenses eram submetidos a duas rotas para a "libertação" do mal: Uma era a negação de tudo que era considerado carnal e material, já que para este grupo gnóstico o corpo possui tendências lascivas, instintos e apetites (que fazem parte da matéria) que são prejudiciais e atrapalham o homem na sua busca por salvação. Nasce então em Colossos a tendência ao ascetismo rigoroso, onde o homem se privava de alimentação, desejos e até mesmo da relação sexual entre marido e mulher. Diante disso Paulo adverte os colossenses a não se privarem para aquilo que já não mais serve (2.21-23). Paulo alerta que tais práticas são usadas para preparar o iniciado a entrar num estado de transe para conceber visões celestiais (2.18) e que são nada mais que conhecimento vão e que servem apenas, mesmo parecendo contraditório, para enfatizar as obras da carne. Tais práticas parecem ter ligação com o legalismo judaico já que indícios são encontrados em 2.11, 16, 21-22.

Já a outra rota para "libertação" do mal não se destaca tanto na epístola, mas estudiosos conseguiram destacá-la. Esta prega que como o corpo é indiferente às questões religiosas não precisava de observâncias a ele. Logo abria uma espécie de libertinismo, dando a liberdade incondicional para seus adeptos para que realizem todos os desejos que acharem necessários. Essa rota para a suposta "libertação" pode ser vista sendo combatida por Paulo na passagem do capítulo 3.5-11. Sendo assim, Paulo busca um equilíbrio na sociedade colossense.

Conclui-se então que a região da Frígia era uma região que possuía tanto um contato com o judaísmo de livre pensamento (da Dispersão), quanto ideias especulativas das religiões de mistério gregas buscando uma relação entre si.

Paulo e seu objetivo

Após entender, mesmo que de forma simples, a doutrina que permeava os ensinos em Colossos, podemos então ter idéia da dimensão e propósito do ensino de Paulo aos colossenses em sua epístola. Eis a seguir um resumo das principais posições do apóstolo:

a) Seu ensino tem uma ênfase cristológica. Para Paulo a falsa doutrina corta a comunhão do homem com Deus. Cristo é que é o intermediador entre ambos. Cristo é o cabeça da igreja (2.19). Para Paulo o erro é tanto teológico, por colocar Cristo como mais um mediador como os demais, quanto prático, por despertar a incerteza religiosa ao dizer que Cristo não possui a “plenitude da vida” (2.9-10).

Paulo busca trabalhar a inter-relação entre o Senhor e a Igreja. Em 1.15-20 Paulo demonstra que Deus é o agente cósmico da Criação (1.15-17) e quem restaura a harmonia entre Ele mesmo e sua Criação (1.18-20). Portanto para o apóstolo não é possível qualquer intervenção entre Cristo e Deus, e entre Cristo e o mundo e a Igreja.

A obra reconciliadora de Cristo em Colossenses destaca Cristo como responsável pela existência de tudo (1.16) e como vitorioso após sua morte e ressurreição, tornando-se o soberano sobre todas as hostes demoníacas, angelicais e poderosas do mundo (2.10). Sua ressurreição o tornou preeminente (1.18) tendo ganho a vitória sobre todos os poderes malignos que o homem do I século mais temia (2.15). Logo Paulo mostra que Deus, por mais que seja santo e/ou espiritual, não é inacessível como o gnosticismo pregava e que Jesus, apesar de sua santidade, também foi homem, não negando sua matéria; seu corpo.

b) Paulo apela para a separação do “ministério dos homens” (2.22) do ministério da verdade” (2.6ss). Após traduzir o grego para as línguas da atualidade perdeu-se a qualidade nas palavras de Paulo. Há um jogo de significados nestas quando Paulo as emprega. Paulo usa Paradosis (2.8) e Didaskalia (2.22) para se referir aos ensinos humanos e Parelabete, Paradidonai (p.e. 1 Co 11.23, 15.3) e Edidachthête (2.7). Paulo demonstra que por mais que haja sabedoria nos ensinos ocultos e gnósticos eles são apenas ensinos humanos em comparação com o verdadeiro ensino que vem de Cristo.

c) O apóstolo Paulo vê os tabus dietéticos e práticas ascéticas como uma ameaça à carta magna do cristianismo que é a liberdade do cristão que está na morte e ressurreição de Cristo. Para Paulo a verdadeira qualidade do cristão é viver sem o embaraço de regras ou regulamentos feitos por homens (2.22), os quais pertencem à sombra do que havia de vir e que agora se torna passado (2.17).

Paulo coloca que a verdadeira “religião” é Cristo e o motivo principal da moral é uma experiência de morte e ressurreição (simbolizada numa morte de fé no batismo) em que a velha natureza morre para o próprio-eu e para o pecado, e a nova natureza é recebida como uma dádiva de Deus (2.11-13; 3.9-12). Essa nova humanidade é Cristo-vivendo-no-Seu-corpo, a Igreja, que fornece a definição da moralidade como também o poder motivante de se viver como uma família de Deus. Os conselhos de Paulo no capítulo 3 exortam os cristãos a buscarem uma auto-disciplina verdadeira e uma relação verdadeira entre os relacionamentos na igreja e na sociedade, que são chamados “em um só corpo” (3.15), sendo que o amor dá coerência a todas as qualidade éticas que caracterizam esse novo estilo de vida (3.11, 12).


Sobre a autenticidade da carta

Fica claro na epístola que Paulo não possuía com os colossenses a mesma intimidade que ele tinha com os gálatas. Paulo era mais íntimo destes uma vez que ele fundou a igreja e nutria uma grande responsabilidade por eles (Gl 1.6; 4.12-20) o que lhe permitia um diálogo mais doutrinário e ríspido, com exortações severas e posicionamento rígido. O que não é o mesmo com a igreja de Colossos, já que Paulo os conhecia apenas de longe. Mas nem por isso Paulo deixou de ensinar aos colossenses a doutrina cristã. Contudo o apóstolo se deteve apenas em combater a falsa doutrina, nada mais.

Data da epístola

Não se tem muita precisão sobre quando a carta foi escrita já que não se tem conclusões do lugar onde Paulo esteve preso. Se foi em Roma o local de sua prisão tem-se uma data no início dos anos 60. Mas se for outra cidade provavelmente a data será no final dos anos 50.

Esboço de Colossenses

I- Introdução 1.1-14
  A. Saudação 1.1-2
  B. Oração de louvor pela fé dos colossenses 1.3-8
  C. Oração de petição pelo crescimento deles em Cristo 1.9-14
II- Apresentação da Supremacia de Cristo 1.15 - 2.7  A. Na Criação 1.15-17
  B. Na Igreja 1.18
  C. Na Reconciliação 1.19-23
  D. No Ministério de Paulo1.24 - 2.7
III. Defesa da Supremacia e Suficiência de Cristo 2.8-23
  A. Contra a Falsa Filosofia 2.8-15
  B. Contra o Legalismo 2.16-17
  C. Contra o Louvor aos Anjos 2.18-19
  D. Contra o Ascetismo 2.20-23
IV-  Supremacia de Cristo exigida na Vida Cristã 3.1 - 4.6
  A. Em Relação a Cristo 3.1-8
  B. Em Relação à Igreja Local 3.9-17
  C. Em Relação à família 3.18-21
  D. Em Relação ao Trabalho 3.22 - 4,1
  E. Em Relação à Sociedade Não-Cristã 4.2-6
V- Conclusão 4.7-18
  A. Companheiros de Paulo 4.7-9
  B. Saudações Finais 4.10-15
  C. Exortações e Bênção Finais 4.16-18

A epístola de Colossenses para a atualidade
Os "falsos mestres" colocaram uma barreira entre o povo de Colossos e Deus. E essa barreira só era vencida através do ascetismo exagerado e/ou pela entrega à sorte permitindo a libertinagem, porém esta última não foi tão forte quanto a primeira. Diante disso Paulo ressalta a figura de Cristo como o mediador entre o homem e Deus, explicando que Ele está acima de toda a criação. Ele é destacado como o cabeça da Igreja pelo derramar de seu próprio sangue em favor de todos (1.15-20). Essa combinação de explicações deixa claro que qualquer tentativa meritória para se alcançar Deus, tal como o ascetismo, é vã, sem conclusões e tola.

Em algumas igrejas cristãs são encontrados alguns tipos de ascetismos que são extremamente exagerados. Algumas pessoas deixam de comer por dias, outras sem ingerir qualquer tipo de líquido, e algumas cometem até mesmo o suicídio social, se retirando por completo da teia social que permeia a todos. A prática disso ainda não é o problema, no sentido cristão da coisa. O problema é quando tais práticas buscam uma justificação ou pagamento pela salvação alcançada. A carta de colosenses é contra isso.

Outro problema é quando se tem a ideia de que o corpo humano é a raiz do mal, ou quando o corpo humano (carne) é impura ou o próprio mal. É nessa epístola que se encontram passagens que vão contra tais pensamentos. Primeiro é o fato de Paulo dizer que Cristo veio como homem (1.15-20) e é neste que se encontra toda a sabedoria e conhecimento (2.3). E é em Cristo que os crentes recebem a plenitude (2.10) ainda em vida, ou seja, na carne. O maior sacrifício está no morrer para ele (2.20) e ressuscitar com ele (3.1). Logo, o que se destaca é o amor de Cristo, ainda em carne, para com os seus, chegando até derramar seu próprio sangue.

Ainda nos dias de hoje, apesar do crescente ceticismo que permeia a sociedade ocidental, existem igrejas e, em especial no Brasil, que ainda acreditam que poderes malignos são, ou mais fortes, ou do mesmo nível dos poderes divinos. A demonstração disso pode ser vista nos teatros feitos pelos evangelistas do Brasil onde a figura de Satanás está em pé de guerra com Jesus, onde aquele é derrotado por este após sua morte na cruz. Sabe-se que essa ideia é, de certa forma, inconsciente no meio evangélico brasileiro, mas também é inegável. Sabe-se que Jesus sempre foi o mesmo; é imutável e acronológico (fora do tempo). É diante dessa ideia de super-poderes das trevas que Paulo destaca a supremacia e preeminência de Cristo sobre TODA a criação, desde o pó, passando sobre anjos e demônios, até a humanidade.

O fato de Paulo não conhecer os colossenses em carne e osso (2.1) serve para mostrar o quanto é importante enxergar que todos os crentes formam uma única igreja. Numa era onde o individualismo e o sistema tribal tem se instalado, a releitura da epístola se faz necessária. Essa ênfase que Paulo dá à unidade da igreja fica também as ricas instruções de Paulo para esposos e esposas, filhos e pais, e escravos e senhores (3.18 - 4.1) para o aprimoramento da unidade. Essas orientações se dividem em dois grupos: Família e Trabalho. E são esses dois grupos que mais têm sofrido degradações nos últimos tempos. A família é algo que já não mais tem valor na sociedade pós-moderna. E o trabalho já não é respeitado nem pelos patrões, que exigem além do possível de seus funcionários, e nem pelos funcionários, que desonram sua posição de empregado se tornando um baderneiro, ladrão ou irresponsável quando este defrauda seu local de trabalho.

A degradação da família e do trabalho tem a ver com as filosofias de vida presentes nos dias de hoje. Sempre em todas as gerações cristãos sofreram, sofrem e sofrerão tentações em adequarem ao novo sistema pregado pela nova ordem do mundo. E assim como foi na época da epístola de Colossenses, assim também deve ser hoje. Todos não devem desprezar os ensinos de Paulo quando este diz que nenhuma filosofia venha tomar lugar de Cristo. É sempre oportuna a advertência paulina sobre "filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo" (2.8). Ao mesmo tempo deve-se dar ouvidos às advertências sobre práticas religiosas que desviam a atenção, a observância de festas religiosas que detraem daquilo que é fundamental (2.16) e o costume de fazer das regras a essência da religião (2.20-21). Essas práticas geram uma humildade falsa e na realidade promovem a falta de espiritualidade (2.18). Nada pode compensar a perda de contato com a Cabeça da Igreja (2.19) que é Cristo Jesus, Nosso Senhor.

Referências Bibliográficas

MARTIN, Ralph P. Colossenses e Filemon: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2005.

CARSON, D.A., MOO, J., MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.

BÍBLIA SAGRADA Plenitude, Edição de Estudos.