segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Cristão e o Homossexualismo: Reflexão necessária

Por Carlos Chagas

Em dias atuais muito se discute sobre direitos do indivíduo. O termo "Direitos Humanos" hoje faz mais sucesso que a 30 anos atrás. Juntando ambos os conceitos o que se tem é uma briga de foice onde a decisão estoura para o apoiado pela mídia. Sendo mais específico, o homossexualismo é o tema de discussão da atualidade. Jornais, revistas, filmes e livros, bem como Reality Show's promovem esse gueto, que de tempos para cá, tem se tornado a realidade que deve ser aceita por todos.

Mas o que é o homossexualismo? Como se sabe, termos mudam de compreensão de tempos em tempos. A cruz, antes de Cristo, era sinal de condenação. Após Cristo, sinal de Salvação. O mesmo é o termo homossexualismo. Antes, reprovação e sem-vergonhismo; hoje, opção, definição pessoal e moda. Mas acima de tudo, o homossexualismo hoje é visto como espécie de raça, o que é completamente errôneo aos olhos da biologia, uma vez que é comprovado psicologicamente que ninguém nasce homossexual, e sim, opta por ser. A questão de ser tratado como raça é perceptível quando um homossexual, ao participar de eventos homossexuais, levantam faixas de protestos contra a homofobia, tratando-a como uma espécie de racismo. A lei PLC122/2006 defende que homofobia é crime, ou seja, se uma empregada (ou empregado) for mandada embora simplesmente porque se descobriu que a mesma é homossexual isso pode ser caracterizado como prática homofóbica, sendo esta pessoa penalizada por tal ato. Isso chega a ser absurdo pois e se o pai sentir que o filho ou a filha está tendo comportamentos que, para ele, o pai, é errado? Ele como pai não poderá exercer seu papel? Todos têm direito de escolher quem terá contato com sua família (uma empregada homossexual e uma criança que convive com a mesma, como ficará o futuro da mesma se o homossexualismo for difundido?), ou em seu serviço. Não quer dizer que homossexuais não tenham direito de trabalhar ou coisas do tipo, mas toda escolha traz conseqüências: Um assassino terá outro fardo que uma pessoa dita "de bem". O que a lei PLC 122 quer tratar é que o homossexualismo deve ser aceito. Talvez isso se dê ao grande número de homossexuais que se afirmam como tal. O problema se agravará quando o número de estupradores, assassinos e ladrões crescerem e estes se afirmarem como tais dando à sociedade mais leis "PLC 122" que os enquadrem como "corretos".

O fato é que o homossexual (pessoa) deve ser aceito sim, mas o homossexualismo (movimento) deve ser uma questão estudada e com cuidado. O nazismo de Hitler nasceu da mesma forma: Como algo certo e agradável se demonstrou como sendo totalmente prejudicial até mesmo ao alemão da época. O homossexual é uma pessoa como qualquer outra que opta por ser alguém de escolhas que, muitas das vezes, não condizem com o padrão ético da sociedade. Mas deve ser dito que a sociedade é um corpo de relações. Não se muda radicalmente como é colocado pelos homossexuais da frente do movimento. Se assim o for como fica o caso dos neo-nazistas, ladrões, skin heads, estupradores, assassinos, psicopatas e outros que também exigem seus direitos ante à sociedade? Estes também possuem códigos de conduta totalmente diferente de sua sociedade. Sendo assim eles também têm o direito de viverem como querem?

Simplesmente querer algo não faz disso algo legítimo. A homossexualidade não pode ser imposta para todos. Esta deve sim ser aceita como uma opção para todos, mas ser aceita como padrão de vida comum para todos já é algo forçado; é como se quisessem passar "o carro por cima dos bois".

A questão da aceitação de padrões sociais marginais é algo comum em todas as sociedades, desde Sodoma, com a homossexualidade, passando pelo Egito com seus escravos, por Roma com seus gladiadores, até hoje com o sistema tribal. Um ser social aceita (aceita as possibilidades da existência) o ladrão, assassino, homossexual, entre outros, como possibilidades de seu habitat. Isso não quer dizer que este ser social quer que isso tome seus direitos de cidadão. O simples ato de aceitar mudanças radicais com naturalidade gera mudanças complexas para todos: Como ficará uma sociedade com professores, médicos, pastores, padres, mães, pais, filhos gays? Religiões como o cristianismo que não coadunam com a homossexualidade, como estas ficarão? Discursos sobre pecado, com o tempo, deixarão de existir e, assim sendo, não mais existirá a necessidade de se pregar sobre o certo e errado; o bem e o mal, uma vez que tudo é possível; tudo pode ser aceito. Então nascerá o paradoxo: A libertinagem, que é aceita deverá ser aniquilada já que esta não respeitará a si própria (quando um matar o outro porque simplemente queria matá-lo, mas o que morreu não queria morrer). A aceitação de tudo é a prova de que a imaturidade chegou ao ápice.

Outro ponto a ser pensado é o fato de o homossexualismo não ser a favor da vida. Ninguém nasce de um relacionamento heterossexual, logo, o homossexualismo, que é pregado como sendo uma prática em favor da vida de seus adeptos, se demonstra egoísta e torpe já que o próprio homossexual nega sua existência quando nega a importância da heterossexualidade.
Entende-se também a busca da homossexualidade o fato de alguns procurarem viver prazeres intensos. O século XXI é a época da liberdade. O que era proibido antes hoje é dito careta. A proibição não tem vez mais. Sendo assim, o envolvimento com outro do mesmo sexo, que antes era algo torpe, agora passa a ser o que é de melhor na vida. Certas instituições como casamento, religião e família são destruídas em seus ideais dando ao homossexualismo maior campo de ação. Contudo e se toda a natureza se voltar ao homossexualismo? E se todos os animais voltassem a essa prática? Talvez o equilíbrio natural não mais existisse.

Entretanto alguns estudiosos dizem que o homossexualismo animal é algo mais comum do que se acredita (para ler algo sobre isso no wikipedia clique aqui. Em um blog clique aqui. Ou no Terra clique aqui). Percebe-se que muita coisa ainda vai mudar na compreensão sobre homossexualismo daqui para frente. A realidade que se conhece nos dias atuais sofrerá uma drástica mudança e isso é fato. Pois é pensando nisso que vem a pergunta: Como é que um cristão deverá se portar ante a essas mudanças?

O cristão e a homossexualidade

Foi dada uma explicação sobre o que seja homossexualidade para que então tal debate fosse possível. Não que a explicação acima esgote o assunto, mas que sirva de reflexão para o leitor. Que o leitor possa ser honesto com sua fé, realidade e história.

Sabe-se que a vida nunca mais será a mesma com a difusão de tantas informações que promovem a homossexualidade. Sabe-se também que os veículos de informações são tendenciosos e que muitos deles são mentirosos e interessados em um bem comum. Logo, o que se busca hoje em dia é a promoção do homossexualismo, e isso é fato. Tal tendência pode ser observada quando jornais falam dos números de seguidores em estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Mais e mais novelas abordam o tema com certa promoção positiva. Filmes dos mais variados estão cada vez mais trazendo o assunto como engodo. E desenhos animados a cada dia trabalham a cabecinha das crianças para que a aceitação futura seja fácil.

Não há como evitar: O homossexualismo conseguirá o que quer, que é a aceitação mundial. A cada dia casamentos gays são anunciados. Se antes era em países da Europa, agora é no Brasil (clique aqui para ver sobre o assunto). E algumas igrejas auto-intituladas evangélicas já têm líderes e membros casados com cônjuges gays. Neste blog foi postado um artigo sobre isso (clique aqui para lê-lo). A moda agora é mais importantes que os valores.

Mas é nestes momentos que a Palavra de Deus se mostra viva: Quando esta não é somente pregada, mas vivida por cada um de Seus filhos. Mas como um cristão deve se portar em meio a tanta perversão? Eis algumas recomendações:

1- Ame o homossexual e abomine o Homossexualismo: O homossexual é uma pessoa e, como qualquer outro pecador. Mas o homossexualismo é um movimento, o qual busca viver tendências atuais não respeitando a visão dos demais. Este movimento não prima os valores sociais. É anárquico e deturpador. Geralmente se passa como vítima e não demonstra o fim triste que muitos de seus adeptos deverão passar.

2- Não se deixe enganar: Mesmo que leis existam para conter posturas homofóbicas, não abra mão de seus princípios. É claro que deve ser evitada a homofobia, mas abrir mão do que se acha certo para aceitar libertinagem já chega a ser violação de direitos.

3- Não aceite isso como algo comum: Não deixe seus filhos sem explicações coerentes. Muitos deles assistirão conteúdos homossexuais e coviverão com eles. Não os príbam de terem contato com tal conteúdo, mas antes, procurem orientá-los sobre tais práticas. Caminhar com o filho ou filha ensinando no caminho que se trilha é melhor que a proibição, um vez que a maioria dos homossexuais foram pessoas que foram privadas de certos contatos. Lembre-se: Muitos homossexuais dentro das igrejas foram filhos que receberam as piores orientações e muitas delas foram proibições. Mais vale orientação que proibição. Todavia, certas proibições são extremamente válidas.

4- Caminhe com o homossexual: O simples fato de se ter amizades com um homossexual fará dele uma pessoa socializada. O homossexualismo cresce porque muitos os marginalizam e isto cria um espécie de gueto; de tribo, o que é ruim, pois a cada dia o ódio entre os grupos é alimentado e ninguém é beneficiado.

5- Leia sobre o assunto: Não evite entender a cabeça de um homossexual. Tente entender sobre o que ele pensa do mundo. Isso melhora o combate contra a homossexualidade. Numa luta a derrota visita um dos lados pelo fato de este não compreender seu oponente.

6- Seja cristão: Haja como cristão. Viva sua fé e não pregue apenas. Frequente igreja por que você quer e não por moda. Leia a Bíblia, livros edificantes e jornais. Edifique-se. Mantenha-se informado.

7- Não seja extremista: Não mate homossexuais. Não se torne um fanático por sua religião. Não seja indiferente com esta realidade. Seja equilibrado. Pondere sobre a situação.

8- Não trate o homossexualismo como doença: A homossexualidade é opção. Ninguém pode acusá-lo de racista porque você nõ aceita o homossexualismo. Homossexualismo não tem nada a ver com raça. Ser negro, branco, índio ou esquimó é uma imposição da natureza e não uma escolha. E se é uma escolha, assim como todas as escolhas, esta virá com uma série de consequências e valores. Que cada um aprenda a lidar com elas.

9- Faça do mundo um lugar melhor: Nõ crie guerras por isso. Já chega o nazismo.

10- Ore: Desfecho aqui com uma passagem bíblica. "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" Tiago 5.16

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Pra mim é uma falta de vergonha e desrespeito com o brasileiro

Por Carlos Chagas



Após assistir a esse vídeo uma raiva acompanhada de indignação e impotência invadiu o meu ser. Por quê? Simplesmente porque por ser eu um cristão eu sempre prezo o melhor, seja para mim, seja para outro, seja para Deus, seja para o mundo. E é nesse desejo de que o melhor estabeleça que vem o sentido da evangelização: "Respeitar o próximo e ainda tentar melhorar sua qualidade de vida, seja aqui ou no céu".

Vivemos a pior crise política de nosso país. Nunca, em toda a história do Brasil, se pegou tantos corruptos e ladrões de ternos como agora. Nunca se viu no poder pessoas que nem sabiam o que deveria ser feito. Mas aconteceu. E após esses acontecimentos o que era de mais natural a se esperar eram candidatos à política brasileira com vontade de ralmente serem políticos que sentem o momento de mudarem a sorte desta nação que é rica, todavia desrespeitada e vendida a outros por preço de banana.

Sei que no horário eleitoral não se tem tempo de falar muita coisa. Mas será que esse pouco tempo só serve para isso? Afrontar o brasileiro? Dizer que ele não sabe nada e que, sendo assim, até mesmo um tiririca da vida pode subir ao poder nacional? Muitos já se esqueceram do Impeachment de 91, onde o Collor ainda era presidente. Tiramo-lo do poder mas ele ainda está lá no senado guiando nossa nação. Muitos já se esqueceram do Sarney e sua política presidencial que aceitava inflações com índices absurdos de até 89%. Mas hoje ele está sentado no trono do senado. Roberto Jeferson? Ainda não o vi preso. Entretanto ele se declara herói por ter denunciado todo o esquema do mensalão. O problema é que ele só denunciou o esquema porque não iria receber mais do que queria nesse esquema corrupto.

A dívina externa do país nasceu em 1824 e nunca mais essa dívida foi paga. O máximo que se conseguiu foi deixar de ser um país devedor líquido, ou seja, agora é que estamos conseguindo pagar os juros da mesma (leia mais clicando aqui ou aqui). Mas a nação ainda nos deve pessoas compromissadas a quererem ser brasileiros, que não querem os lucros dos títulos mas proporcionar uma vida melhor a todos. E talvez a pergunta que nasça no coração seja: "Por que a política do Brasil não tem toda a bancada composta por cristãos? Já que os cristãos são compromissados em fazer o bem, por que não ter uma política evangelical?" Porque não basta ser cristão. Para ser cristão basta se arrepender dos pecados. Mas para ser político deve-se arrepender dos seus erros e ainda lutar para a transformação da nação.

A eleição está chegando. Junto com ela a responsabilidade do voto. Infelizmente a maioria dos eleitos serão pessoas que só subirão no poder porque possuem fama já estabelecida. Pessoas famosas como o Romário, Tiririca, Tati quebra-barraco, Mulher Pêra, Netinho, Maguila e tantos outros já se candidataram e com certeza muitos deles ganharão. Por quê? Porque o brasileiro consegue ser mais corrupto do que nossa bancada política. Porque o brasileiro é preguiçoso e não sabe ao menos coletar informações sobre o passado de nossos candidatos. Não que todos sejam uma farça, mas que a maioria não possui perfil político e isso é fato (veja alguns famosos da lista de cndidatos clicando aqui).

"Ser cristão não é apenas fazer o bem, mas evitar o progresso do mal" CHAGAS, Carlos

Após a candidatura de "Tiririca":

Diplomado em 17.12.2010.

Salário: R$ 26.700,00
Ajuda Custo: R$ 35.053,00
Auxilio Moradia: R$ 3.000,00
Auxilio Gabinete: R$ 60.000,00
Despesa Médica pessoal e familiar: ILIMITADA E INTERNACIONAL (livre escolha de médicos e clínicas).
Telefone Celular: R$ ILIMITADO.
Ainda como bônus anual: R$ (+ 2 salários = 53.400,00).
Passagens e estadia: primeira classe ou executiva sempre.
Reuniões no exterior: dois congressos ou equivalente todo ano.
Custo médio mensal: R$ 250.000,00
Aposentadoria: total depois de oito anos e com pagamento integral.
Fonte de custeio: SEU BOLSO!!!!!!

A pergunta é: Será que trabalhará à altura de seu salário?

domingo, 22 de agosto de 2010

Quais são as motivações de um terrorista suicida?

Por Carlos Chagas

Freqüentemente essa pergunta passa pela minha cabeça: O que, afinal, serve de motivação para um terrorista suicida? Saber tal resposta ajudará e muito na compreensão que temos dos terroristas. Isso também ajuda na evangelização dos mesmos e trabalha melhor o cristão sobre aquilo que ele pode encontrar em territórios onde essa dura realidade é uma constante. As respostas abaixo foram retiradas da revista Super Interessante de Set/2005. Acompanhe:

Marwan Abu Ubeida

Membro Da Al-Qaeda, em entrevista publicada pela revista americana Time no Dia 4 de julho de 2005.

O Corão diz que é nosso dever levar terror ao inimigo, assim ser um terrorista me faz um bom muçulmano. Eu peço a Allah que me deixe matar muitos americanos.

Raymond Stock

Escritor e tradutor das obras de Naguib Mahfouz, egípcio que propõe luta global contra o terror.

Alguns jovens muçulmanos são tentados pela civilização ocidental, que consideram moralmente inferior. Enquanto lhes é ensinado que a sua fé é suprema, outras sociedades parecem viver muito melhor e isso faz com que eles se sintam humilhados. Quando esse conflito interno fica muito grande, eles são incentivados a buscar o prestígio doentio do "martírio".

Robert Pape

Professor da Universidade de Chicago e um dos maiores especialistas americanos em terrorismo.

Terroristas suicidas agem contra a presença de forças estrangeiras num território considerado sua casa. Não são fanáticos religiosos nem contrários à cultura ocidental. Antes da invasão americana, o Iraque nunca teve um ataque terrorista suicida. Nunca. Também nunca houve suicidas advindos da Al-Qaeda do Irã ou do Sudão, outros 2 países islâmicos fundamentalistas.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Apostila de Espiritualidade Cristã - Disponível para Download

Por Carlos Chagas

Esta apostila é recomendada para estudantes de teologia e para professores que ministram na área. Criada pelo professor de teologia Aziel Miranda Gusmão esta apostila busca mostrar uma nova visão sobre o que seja espiritualidade, indo contra os padrões dos dias de hoje. Desafiadora e motivadora.

Para baixa-la clique aqui.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Simples palavras sobre o porquê de eu não ser espírita kardecista

Por Carlos Chagas

Após postar um breve estudo científico que foi publicado pela revista Super Interessante achei viável colocar alguns dos motivos pelos quais não me torno um espírita kardecista. Que fique claro que isto é apenas minha posição e não para levantar brigas e/ou discussões sem aproveito.

1- Pelo fato de o Espiritismo Kardecista nascer em meio ao fim do Iluminismo, juntamente com o pior momento dos questionamentos sobre a real necessidade de religiões, com o cristianismo sendo apontado como algo primitivo, uma vez que envolve fé e não razão somente, creio que ser espírita é se tornar seguidor de algo que é, para mim, a coqueluxe da era contemporânea. Digo isso porque o cristianismo estava sendo questionado pela sua história e pelo fato de ser religião e de ser propagadora de uma fé (que segundo os racionais era nocivo ao homem). O espiritismo se aproveitou do grande momento histórico: A decadência do cristianismo e da razão pura, e do renascimento das religiões ditas científicas e orientais para surgir como a mais nova professora da vida. O cristianismo nunca foi perdoado pelo fato de não ter conseguido responder cientificamente sobre sua fé. Mesmo com o renascer da religião, isso não foi bom para o cristianismo, que desde então se tornou uma espécie de "religião traidora". Para o espiritismo o campo foi bom: queda do cristianismo (cientificamente falando) e portadora de um discurso que abrangia a fé (esta que continha tudo que era louvável na época - sem tradição e com pensamentos atuais) e razão (elemento crucial para afirmação de veracidade). Portanto, historicamente, o espiritismo não enfrentou os duros questionamentos que o cristianismo enfrentou. Aliás, nem quero que o espiritismo os enfrente, uma vez que isso é totalmente desumano e injusto para com qualquer religião/doutrina;

2- O espiritismo vai contra a leitura cristã da Bíblia alegando que os cristãos cometem diversos equívocos nas suas interpretações dos textos. Contudo, o mesmo rigor utilizados por eles contra os cristãos, não é utilizados NELES próprios. Exemplo: Dizem que a Bíblia foi escrita por homens que, sem saberem, estavam sendo inspirados pelos espíritos, ou seja, o cristianismo não respeita a evolução da interpretação biblica, que é a base da nova doutrina chamada de espiritismo, quando este ainda insiste que foi Deus e não os espíritos que inspirou a escrita da Bíblia. Ora, esse critério deveria ser usado em suas próprias interpretações, pois quando eles pedem para que os cristãos respeitem a época atual, eles também devem respeitar a época da escrita da Bíblia. Como alguém escreveria algo inspirado assim, sem saber que está inspirado? Isso não soa muito científico como eles pregam que são. Parece mais um discurso fanático;

3- O fato de acreditarem em evolução das espécies é algo um tanto quanto controverso e delicado. Somente daqui uns 200 ou 500 anos é que tal crença será derrubada, que é o período necessário para que pensamentos tomem novos rumos. Sempre foi assim na história: Era primitiva (100 a 500 d.C); Medieval (dividida em 3: 500 a 1000, de 1000 a 1200, e de 1200 a 1400); Renascentista (1400 a 1550); Moderna (1550 a 1900) e Contemporânea (1900 a 2000). Portanto, quando se iniciar um novo ciclo de pensamento vigente o Espiritismo correrá o risco de ser questionado no mesmo rigor que foi o Cristianismo;

4- O discurso sobre caridade é o mesmo que o do cristianismo. Não preciso deixar de ser cristão para viver o amor ao próximo;

5- Só conheci espíritas que dizem ter desencarnado de pessoas ditas "boas" (pintores, cozinheiros renomados, músicos, médicos, etc), e nunca de pessoas consideradas "más", "inferiores" ou "marginalizadas" (ladrões, assassinos, bêbados, gays, etc);

6- Todo espírita que diz ter desencarnado de alguém que praticava tal atividade jamais conseguiu praticar a mesma atividade na encarnação atual. Exemplo: Se eu sei que fui músico (porque se eu digo "fui músico" me leva a crer que me lembro de algo que infere ser eu na vida anterior um músico) por que não consigo tocar sequer um instrumento? Isso é por demais comum no meio deles...

7- O kardecista alega que ciência é diferente de fé, sendo aquela superior a esta. Eu discordo: Para mim a fé é uma fonte válida de conhecimento que não parte do princípio racional para se explicar todas as coisas necessariamente. Também a ciência não pode ser considerada superior à fé uma vez que esta também erra assim como a fé já se demonstrou passível de erro. Aliás, um filósofo, conhecido como Kierkegaard, já dizia que a ciência só pode dizer que algo é certo ou errado quando através de uma hipótese. Nada se expressa sem antes vir a hipótese. Ora, a hipótese é algo não confirmado cientificamente. Portanto, a própria ciência deve dar seu "passo no escuro", ou seja, nutrir uma espécie de fé.

Basicamente estes são alguns dos pontos que descrevo. NÃO QUERO AQUI CRIAR CONTENDAS. APENAS EXPRESSAR MINHA CRENÇA CRISTÃ. Poderia ficar aqui descrevendo milhares de linhas sobre o porque não sou espírita, mas acho que estas linhas acima são simples e puras, das quais virá um singelo sentimento meu sobre amar a Deus, que é Espírito (no singular e pessoal).

sábado, 14 de agosto de 2010

Artigo sobre o Espiritismo Kardecista: PARTE 2/2

Transcrito por Carlos Chagas


[Continuando]





O QUE PREGA

Para entender o Espiritismo, é preciso saber que a base de toda a religião está exposta nas cinco obras seminais de Allan Kardec. Desde esse nascimento na França oitocentista, o Espiritismo reivindica não apenas um status de religião, mas também de ciência e de filosofia. Ou seja: é uma fé e uma doutrina cujas manifestações – contato com espíritos, regressões a vidas passadas e textos psicografados – poderiam ser comprovadas através do método dedutivo herdado da ciência.

Segundo o Espiritismo, todo homem é um médium, um canal de comunicação entre os vivos e os espíritos. Por isso, não existe um papa espírita nem qualquer tipo de hierarquia dentro da religião (a ausência de paramentos e cerimoniais também é uma característica "racionalista" dentro da fé espírita). Nos centros espíritas, por exemplo, a função de liderança geralmente está reservada ao médium mais experiente ou ao próprio fundador do centro.

A simplicidade pregada pelo Espiritismo também estaria explicitada pela inexistência de grandes rituais de passagem como casamentos, batismos e enterros. Isso porque os espíritas acreditam ser desnecessário o vínculo com Deus – "a inteligência suprema", como prega Allan Kardec. Céu, inferno e diabo virtualmente não existem no horizonte espírita. Isso porque o Bem e o Mal podem estar dentro de cada um, sem que haja a necessidade de uma localização para cada um.

Os médiuns comunicam-se com os espíritos das mais diversas maneiras. Houve um tempo em que a comunicação se dava por meio de batidinhas na parede, mas hoje, na maioria dos centros espíritas, as principais formas de comunicação costumam ser a psicografia e a incorporação. Em sessões chamadas de "desobsessão" (quando um espírito cheio de más intenções incomoda uma pessoa), os médiuns incorporam essas entidades chamadas "obsessoras" e procuram convencê-las da falta de sentido em assombrar a vida dos "encarnados".

O Espiritismo acredita que os espíritos são criados numa espécie de "ponto zero", onde todos são imperfeitos e devem chegar – ao longo de várias e sucessivas encarnações – à perfeição. A cada encarnação o espírito aprende um pouco mais sobre bondade, tolerância e caridade. Claro que nem todos são "santos": o livre-arbítrio (a capacidade de cada um escolher o seu destino) é um elemento importante da religião. Por isso, haveria espíritos deliberadamente "maléficos" fadados a intermináveis (e sofridas) encarnações na Terra. Os espíritos só se tornarão mais iluminados e superiores na medida em que forem eliminando seus maus hábitos, os aspectos ruins do seu caráter e passarem a praticar o bem.

Um fato curioso é a crença dos espíritas na vida em outros planetas. "Os espíritos são intergalácticos", afirma Durval Ciamponi, da Federação Espírita de São Paulo. Isso não significa, necessariamente, a existência de ETs pilotando discos voadores pelo espaço sideral: mas formas de vida – inclusive minerais – que são habitadas por espíritos em diferentes estágios de evolução em lugares tão inóspitos quanto Saturno ou Plutão. Essa crença numa força divina interplanetária fez do Espiritismo, desde a década de 1960, um dos elementos que ajudaram a compor as religiões new age. "O Espiritismo antecipa toda essa onda de religiões e doutrinas da Nova Era", afirma Marcelo Camurça, da UFJF.

Kardec fatiou o homem em três porções básicas: espírito ("essência imortal"), corpo ("invólucro material") e perispírito ("corpo" que reveste o espírito). Quando uma pessoa morre, sua alma e seu perispírito libertam-se do corpo e passam a seguir um trajeto rumo à reencarnação. Um espírito irá encarnar tantas vezes quantas forem necessárias para atingir a perfeição. O mundo material, portanto, seria uma espécie de universidade onde os espíritos aprendem com as provações.

É nesse mundo que nos coube viver que cada ação seria avaliada como mais um aspecto da evolução pessoal. O velho adágio "aqui se faz, aqui se paga" recebe, no Espiritismo, uma validade bastante concreta. E são essas "dívidas"que explicariam, por exemplo, o nascimento de uma criança sem cérebro ou a paralisia de um adulto: tragédias pessoais que, do ponto de vista da doutrina, seriam necessárias para que o espírito refletisse e compreendesse que todos os reveses acontecem para seu benefício durante a evolução.

Temas incandescentes como aborto, eutanásia e suicídio são condenados – como na maior parte das religiões –, mas sua possibilidade existe porque cada um conta com o livre-arbítrio.

O percurso evolutivo de cada um explica as diferenças sociais, de saúde ou de capacidade intelectual. As benesses ou tragédias de cada um fazem parte do carma – que pode ser revertido graças a ações meritórias. Pois fazer o bem para os outros, no Espiritismo, é fazer o bem para si mesmo. Por isso a caridade é um dos elementos mais importantes da religião: ela serve para amenizar o sofrimento alheio e "conta pontos" na evolução de quem a pratica.

"Fora da caridade não há salvação", prega a mais famosa frase de Allan Kardec. Pode-se discordar ou mesmo refutar desdenhosamente os princípios do Espiritismo. Porém, é virtualmente impossível fazer troça ou ignorar o legado de respeito ao próximo difundido por essa religião. Um princípio que, tranqüilamente, pode ser seguido por qualquer um que habite o nosso planeta. Acredite em Deus ou não.

O "passe" é um dos elementos mais fortes do Espiritismo. Durante a sessão, o médium transmitiria a outras pessoas forças consideradas benéficas para sua saúde física e espiritual

A leitura dos livros básicos do Espiritismo é uma das exigências da religião iniciada por Allan Kardec

Kardec chegou a estudar Medicina, mas logo perdeu o interesse pelo mundo concreto

Nos primórdios do Espiritismo, a Igreja Católica queimava os livros de Kardec nas praças

O mundo dos espíritos – a alma de pessoas que morreram – comunica-se com os vivos por meio do pensamento e de textos psicografados

Alguns espíritos considerados mais evoluídos transmitiriam ensinamentos e contariam histórias através da psicografia. Somente Chico Xavier, que teria incorporado Emmanuel, publicou mais de 400 livros

No Brasil, grande parte dos conflitos religiosos foram amenizados pelo sincretismo

Os espíritas acreditam que um copo d’água como este pode ser energizado durante as sessões

Nas cinco obras que deixou para a posteridade, Allan Kardec estabeleceu os princípios básicos da doutrina espírita. Uma curiosa mistura de conceitos religiosos com alguma terminologia científica do século XIX. Conheça alguns dos principais termos do Espiritismo:

Universo: Criação de Deus. Todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados fazem parte dele. Comporta vários mundos habitados com seres em diferentes graus de evolução.

Deus: É considerado uma forma de inteligência suprema. Eterno, imutável, imaterial, justo, bom e onipotente.

Cristo: Ao contrário do que pregam a maior parte das religiões cristãs, Jesus Cristo não é o filho de Deus, mas um espírito mais evoluído. E um modelo para toda a humanidade.

Espíritos: Seres inteligentes da criação. São criados ignorantes e evoluem ao longo de várias vidas até alcançarem a perfeição. Dividem-se em "espíritos puros" (perfeição máxima), "bons espíritos" (em que predomina o desejo do bem) e "espíritos imperfeitos" (caracterizados pelo desejo do Mal).

Homem: Espírito encarnado em um corpo material.

Reencarnação: O espírito atravessa várias existências como encarnado. Cada uma delas é um estágio evolutivo rumo à perfeição.

Desencarnar: A morte (desencarnação) é encarada como apenas mais um estágio da vida espiritual — considerada a verdadeira vida. Não é compreendida como uma cisão definitiva entre as pessoas que se amam, mas apenas uma separação temporária no mundo físico.

Livre-arbítrio: O homem tem várias escolhas na vida, mas responde por todas as suas ações.

Prece: A prece torna melhor o homem e é um ato de adoração a Deus.

Paradoxos do país tropical: a maior nação católica do mundo (cerca de 125 milhões de praticantes, segundo o censo do IBGE) ofereceu, desde os primórdios da colonização, um terreno fértil para a mistura de credos e favoreceu o surgimento de modalidades de fé genuinamente brasileiras. Religiões tão diversas quanto Candomblé, Catimbó, Pajelança, Tambor de Mina, Umbanda e a face nacional do Espiritismo formaram-se a partir de elementos comuns.

Uma das maiores explicações para o sincretismo brasileiro estaria no Catolicismo legado pelos portugueses. A fé católica que veio de além-mar é muito mais "íntima" e "pessoal" do que a de outros países cristãos da Europa. Em Portugal e, em seguida, no Brasil, a relação dos homens com Deus geralmente é filtrada pelo santo da predileção de cada um. Antes de recorrer a Deus, portugueses e brasileiros vão bater na porta do santo mais próximo. A profusão de anjos da guarda, de rezas particulares e de toda uma sorte de benzeduras favoreceu a mescla de elementos cristãos com outros originários dos rituais indígenas e africanos.

Outro elemento do Catolicismo popular que iria ser combinado com práticas religiosas nativas é a adoração aos mortos. Procissões populares e mesmo o hábito de "conversar" ao pé do túmulo de um ente querido favoreceram a penetração de credos em que o contato com o mundo dos mortos é um dos elementos básicos – como o Espiritismo.

Assim como, no campo racial, a mestiçagem serviu para anestesiar certos conflitos, a Igreja portuguesa soube incorporar – ou, no mínimo estrategicamente, não quis condenar – algumas manifestações religiosas inspiradas no Catolicismo que surgiram ao longo da história brasileira. Festas populares repletas de elementos de outros credos, divindades africanas que poderiam ser "permutadas" por equivalentes na fé cristã (Oxalá Jovem = Menino Jesus) e o saudável livre-trânsito, tipicamente nacional, entre mundos religiosos paralelos (milhões de brasileiros comparecem às quartas no terreiro e aos domingos na missa), forjaram a democracia religiosa nacional.

"O Catolicismo no Brasil sempre favoreceu a mistura", diz a médica e pesquisadora Eneida D. Gaspar, autora do Guia de Religiões Populares do Brasil. Eneida afirma que foi graças a essa postura mais flexível da Igreja que religiões como Umbanda – uma mistura de elementos cristãos, espíritas e africanos – ganharam forma no início do século XX.

Mas nem tudo são flores na trajetória das religiões brasileiras. A maior parte delas foi condenada no início justamente porque apresentava forte influência africana. Terreiros de Candomblé eram sistematicamente fechados pela polícia ainda nos anos 50.

A forma encontrada para o fim da discriminação diz muito sobre a alma brasileira: quando brancos de classe média, com conhecimento do Espiritismo, ingressaram nos terreiros, a nuvem de preconceito rapidamente se dissipou.

A Umbanda é um caso exemplar dessas transformações da religiosidade brasileira. Mesclando os principais ensinamentos do Espiritismo com o ritualismo e a força teatral do Candomblé, a Umbanda fez com que o preconceito contra práticas africanas – no idioma da discriminação, todas as religiões negras são "macumba" – fosse diminuindo com o passar dos anos graças à freqüência de um público de maior poder aquisitivo.

Paradoxalmente, no momento em que a Igreja parou de discriminar outras crenças, incorporando elementos africanos e indígenas, as igrejas neopentecostais – ou evangélicas – desestimulam seus fiéis à prática do sincretismo. Associam-no à prática de satanismo.

Para ler a PARTE 1/2 clique aqui.

FONTES PARA PESQUISA:

Na livraria

Espiritismo, Eduardo Araia, Ática, São Paulo, 1996

Guia de Religiões Populares do Brasil, Eneida D. Gaspar, Pallas, Rio de Janeiro, 2002

O Que é Espiritismo, Allan Kardec, Instituto de Difusão Espirita, Araras, 1990

A Realidade Social das Religiões no Brasil, Antônio Flávio Pierucci e Reginaldo Prandi, Hucitec, São Paulo, 1996

A Magia, Antônio Flávio Pierucci, Publifolha, São Paulo, 2001

Na Internet: www.febrasil.org.br

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Artigo sobre o Espiritismo Kardecista: PARTE 1/2

Transcrito por Carlos Chagas

Este artigo é uma cópia original do artigo da Revista Super Interessante, edição de Setembro/2002. Este artigo não foi escrito com o intuito de difamar ou ir contra a fé espírita, mas apenas de informar cientificamente como que surgiu e como é a doutrina espírita. Em outro artigo, que complementará este, poderá ser encontrado uma refutação minha que, por ser eu um cristão, achei necessário expor tal posição. Isso não quer dizer que sou contra os espíritas. Tenho amigos espíritas e não abro mão destas amizades. Portanto, sou a favor dos espíritas, mas totalmente contra sua doutrina (espiritismo). Todavia eu os refuto com total respeito possível em suas doutrinas, assim como aceito suas posições ante à minha fé, a saber, a cristã.

QUE RELIGIÃO É ESSA?

Criado por um pedagogo, o Espiritismo surgiu na França no século XIX. Hoje, o Brasil possui a maior comunidade espírita do mundo. Saiba tudo sobre a religião que considera a morte apenas uma etapa da evolução pessoal e que acredita na vida em outros planetas

Jesus Cristo não é o enviado de Deus à Terra. É apenas um espírito mais evoluído que serve de guia para toda a humanidade.

A morte de um ente querido, por mais dolorosa que seja, não deve ser encarada de forma absolutamente negativa. Muitas vezes, é apenas o encerramento de uma missão no mundo dos vivos.

Vivemos cercados de espíritos, alguns bons, outros ruins.

As afirmações acima – que batem de frente com os princípios fundadores de muitos credos, entre eles a fé católica e todas as demais religiões dela derivadas – costumam ser proferidas de maneira desassombrada pelos espíritas em centenas de centros espalhados pelo Brasil. Pudera. Fazem parte das idéias básicas de uma religião professada por 2,3 milhões de brasileiros, segundo o último censo do IBGE.

A enorme receptividade do Espiritismo no Brasil é mais um dos inúmeros paradoxos da fé em terras tupiniquins. Embora a pátria-mãe do Espiritismo seja a França – país de Allan Kardec, o homem que, no século XIX, compilou e decodificou os princípios que até hoje orientam os 15 milhões de adeptos no mundo todo –, foi no Brasil que essa religião, gestada numa era em que a ciência se desenvolvia vertiginosamente, encontrou terreno fértil para se alastrar do Oiapoque ao Chuí. Por quê? A resposta está tanto no Espiritismo quanto no povo brasileiro.

O QUE É

Religião ou doutrina? Se você perguntar a algum freqüentador assíduo de centro espírita, provavelmente receberá a seguinte resposta: o Espiritismo é uma doutrina revelada pelos espíritos superiores a Allan Kardec, que a codificou em cinco obras: O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1859), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1863), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868).

Mas isso explica muito pouco. Doutrinas há de todas as cores e matizes ideológicos. O Marxismo também é uma doutrina baseada em um livro fundamental (no caso, O Capital, de Karl Marx), mas nem por isso deve ser encarado como uma religião. A Psicanálise, também. Assim ocorre com outras filosofias. A diferença básica está na forma de encarar a realidade. "Se você explica a realidade social pela realidade transcendente, sua visão é religiosa", afirma Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti, professora do Departamento de Antropologia Cultural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e estudiosa do Espiritismo no Brasil. Isso quer dizer que, sim, o Espiritismo é uma religião – pois apresenta toda uma série de explicações espirituais e divinas para eventos tão comezinhos quanto o mau humor do seu vizinho e tão devastadores quanto a morte de alguém em sua família.

Típico rebento do século XIX – o mesmo das teorias evolucionistas de Charles Darwin, da Tabela Periódica, da redescoberta das filosofias orientais e do Positivismo de Auguste Comte –, o Espiritismo consegue a proeza de mesclar Catolicismo primitivo (caridade), Budismo (reencarnações), Darwin (evolucionismo) e um caldeirão de credos esotéricos que estavam em plena voga nos anos 1800 – e que geraram filosofias tão diversas como o Espiritualismo de Emannuel Swedenborg e a Teosofia de Madame Blavatsky. "É uma religião de síntese", afirma Maria Laura.

E só poderia ser assim mesmo. Seu iniciador, Allan Kardec (1804-1869), era um pedagogo que fundou na própria casa um curso gratuito de Química, Física, Anatomia e outras ciências que galvanizaram as mentes curiosas do século XIX e ajudaram a preparar o terreno para as revoluções científicas da nossa era. Kardec inclusive chegou a estudar Medicina, mas logo abandonou os planos de atuar nessa profissão. É por essa razão que, desde o início do movimento espírita, ele sempre fez questão de apresentar, com um vocabulário inspirado nas ciências, eventos como comunicação com espíritos e o movimento de objetos sem ação humana aparente. Num texto bastante famoso, o iniciador do Espiritismo explica seu método: "Apliquei a esta nova ciência, como tinha feito até então, o método de experimentação; nunca elaborei teorias preconcebidas: eu observava atentamente, comparava, deduzia as conseqüências...".

A identificação explícita com o método de dedução científica foi uma tentativa de livrar o Espiritismo da pecha de irracionalidade num tempo em que a Razão era um verdadeiro dogma. E também foi – numa estratégia inversa – uma afirmação do Espiritismo como reunião de doutrinas religiosas, científicas e filosóficas para fazer frente às verdades incontestáveis da Igreja Católica. E essa, logo iria mostrar seu desagrado com a nova religião. Porque a afirmação do Espiritismo foi uma luta difícil e demorada, como se verá a seguir.

COMO SURGIU

Um dia, andando pelas ruas de Paris, Hippolyte Léon Denizard Rivail encontrou-se com um amigo de nome Carlotti, que lhe descreveu uma série de eventos extraordinários, supostamente provocados pela ação direta de espíritos.

Curioso e ainda descrente, Rivail começou a freqüentar algumas reuniões – e teria visto seu ceticismo virar picadinho ao observar mesas e outros objetos ganharem movimento sem a ajuda de qualquer pessoa ou mecanismo especial. Disposto a entender esses fenômenos, Rivail mergulhou no estudo de várias correntes do misticismo e começou (num gesto que viria confirmar suas inclinações científicas) a experimentar e repetir vários daqueles que seriam fenômenos de comunicação com o mundo dos mortos.

Numa das sessões que presenciava, Rivail ouviu de um médium que ele já fora um celta chamado Allan Kardec. E que, como Kardec, ele deveria reunir os muitos ensinamentos e conclusões dos últimos séculos numa doutrina que propagasse os ideais de Cristo e trouxesse alívio para os corações dos homens. Imbuído desse espírito (sem trocadilhos), Kardec começou a trabalhar na síntese que gerou o Espiritismo.

Em 1857, Kardec trouxe à luz O Livro dos Espíritos. É a partir dessa obra que se pode falar em Espiritismo (a palavra, aliás, é um neologismo cunhado pelo próprio Kardec para diferenciar a nova religião dos inúmeros espiritualismos que estavam na moda). E – outro elemento de diferenciação com as demais religiões – tinha a retórica livremente inspirada no vocabulário e no método expositivo dos livros de ciências naturais do século XIX. Uma linguagem sintética, facilmente compreensível e nada hermética.

Contudo, a nova religião iria despertar a fúria da Igreja Católica. Os motivos dão força a um debate que, mesmo hoje, mais de cem anos depois, ainda inflamam adeptos e estudiosos acadêmicos. Primeiro motivo: no Espiritismo, Cristo não é o filho de Deus – mas um espírito mais evoluído. Segundo motivo: a Redenção no Catolicismo é um evento único, total, universal. No Espiritismo ela se dá em conta-gotas, a cada passo da evolução de cada um dos espíritos.

Só essas duas diferenças já serviriam para provocar uma cisão. Sem falar na possibilidade de reencarnação, que não existe no Catolicismo. Mas – pelo menos entre os espíritas – a identificação com a fé cristã é total. "A fé espírita é baseada nos ensinamentos de Jesus: logo, é uma religião cristã", afirma Durval Ciamponi, presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo.

"O Espiritismo não é uma religião cristã", diz Antônio Flávio Pierucci, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) e um dos maiores estudiosos da religiosidade brasileira. "Os espíritas utilizam o Cristianismo para se legitimarem." Pierucci vai mais longe. Afirma que esse vínculo com a Igreja Católica pregado pelos espíritas serviu, durante décadas, para lutar contra a discriminação: "O Espiritismo faz força para não parecer uma religião exótica".

Esse alinhamento com os evangelhos pode ser explicado pelas perseguições sofridas pelos adeptos do Espiritismo. Já em 1861, o bispo de Barcelona, na Espanha, promoveu um auto-de-fé com livros espíritas. Uma enorme fogueira queimou os livros de Kardec. Junto com a Igreja, nessa mesma época cientistas e políticos europeus (influenciados pela Igreja ou não encontrando na doutrina o rigor que ela declarava ter) iniciaram uma poderosa campanha de difamação do Espiritismo.

No final das contas, grande parte dos estudiosos acadêmicos do Espiritismo considera a religião uma espécie de neocristianismo. "Jesus

Cristo é um elemento comum entre as duas religiões. As diferenças não apagam as semelhanças", afirma Maria Laura.

E assim, identificado com o Cristianismo, o novo credo se alastrou pelo mundo. Chegando ao Brasil em 1860, o Espiritismo logo foi adotado por intelectuais, militares e funcionários públicos. Porém, o rastro de perseguição também chegou até aqui. O Código Penal de 1890 classificava o Espiritismo como crime. Apesar disso, a religião se fortalecia e expunha à população um dos seus lados mais meritórios: a caridade. E o ato de fazer bem às comunidades próximas dos centros espíritas se tornou uma marca tão forte no Espiritismo brasileiro que ajudou a transformar a religião e a lhe emprestar uma face tipicamente verde-amarela. É isso, em parte, que ajuda a explicar o salto quantitativo do Espiritismo no Brasil.

Há até uma cidade fundada exclusivamente por espíritas. Palmelo, a 200 quilômetros de Goiânia, GO, surgiu a partir da criação de um centro espírita, em 1929. Recebendo cerca de 50 000 visitantes todos os anos, que ali procuram consolo para inúmeras aflições físicas e espirituais, Palmelo (que foi emancipada em 1953) não permite a venda de bebidas alcoólicas e, em suas ruas, placas apresentam "pílulas" de ensinamentos espíritas extraídos dos livros de Allan Kardec.

A cidade goiana, porém, é um fato isolado. No resto do Brasil, os agrupamentos espíritas distinguem-se pela sobriedade e pelos baixos níveis de proselitismo. E mesmo com sua enorme difusão em terras brasileiras, a religião continua sendo, até hoje, uma fé professada pela classe média urbana (que, por receio de discriminação, não costuma ostentar traço algum da sua opção religiosa). "O Espiritismo difundiu-se entre profissionais liberais e pessoas da classe média dos centros urbanos porque exige leitura e instrução", afirma Marcelo Camurça, professor de Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais.

Quem já freqüentou um centro espírita sabe disso. A atmosfera lembra ligeiramente um congresso universitário. Um auditório atento, muitas vezes municiado de algum dos livros de Kardec, escuta as leituras e os comentários feitos por um ou mais "palestrantes" reunidos em uma mesa. Tudo de um modo sóbrio e nada espetaculoso. "A sobriedade é uma das maiores fontes de identificação do Espiritismo entre a classe média", afirma Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti.

A disciplina é outra exigência não assumidamente declarada. Vai daí o grande número de militares que, desde os primórdios, mergulhou nos ensinamentos de Kardec. Um dos mais famosos espíritas fardados do Brasil é o general Alberto Cardoso, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e líder de um centro espírita na capital federal.

Por causa de suas origens declaradamente científicas e pelo discurso que prega a racionalidade, o Espiritismo vem atraindo médicos – céticos diplomados e profissionais – nas últimas décadas. Fundada em 1968, a Associação dos Médicos Espíritas do Brasil (Amebrasil) reúne cerca de 1 200 médicos que estudam e tentam transpor para a prática diária da Medicina alguns dos princípios do Espiritismo.

É uma questão polêmica. O Espiritismo prega o tratamento homeopático e são célebres na trajetória brasileira da religião os casos de médiuns (como o mineiro José Arigó, que incorporava um suposto doutor Fritz e, inspirado por ele, fazia escatológicas cirurgias em milhares de pessoas entre os anos 50 e 70) que reúnem multidões de desvalidos em operações de fundo de quintal. Está-se falando de dois elementos que configuram prática ilegal da Medicina: receitar remédios e operar doentes sem licença para isso.

No entanto, esses aspectos não são levados em conta pelos médicos espíritas. "Sempre usei a alopatia e o próprio Chico Xavier sempre se operou pela Medicina tradicional", afirma Marlene Rossi Severino Nobre, médica aposentada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo e presidente da Amebrasil. Marlene – que trabalhou com Chico em Uberaba no início da década de 60 e com ele chegou a psicografar algumas obras – não divisa conflito algum entre Medicina e Espiritismo. "O médico espírita leva aos seus pacientes os ideais de caridade da doutrina Espírita", diz. "A Medicina é muito reducionista", afirma. Para ela, a única explicação para a vida biológica, para o surgimento das células e para a evolução do Homem é a ação de forças superiores, ainda pouco compreendidas pela humanidade.

Nos próximos anos, os médicos da Amebrasil pretendem intensificar uma série de experimentos para comprovar eventos como campo magnético e experiências de quase-morte, até hoje inexplicados pela ciência tradicional. Sem contar com aval universitário algum, nem com qualquer tipo de estímulo de órgãos tradicionais de fomento à pesquisa como Capes e CNPq, a Amebrasil equilibra-se numa corda-bamba entre ciência e fé. É uma polêmica que promete esquentar os meios médicos e espíritas brasileiros num futuro próximo.

Mas um comportamento sóbrio, a prática da caridade e a adesão crescente de setores da Medicina não explicam totalmente o ibope do Espiritismo no Brasil. A fé espírita germinou aqui mais do que em qualquer outro lugar porque encontrou um terreno fértil para grande parte de seus princípios. Uma mistura muito brasileira de crenças católicas populares herdadas de Portugal, adoração aos mortos e religiosidades indígena e negra ajudou a alastrar o alcance da fé (veja quadro na página 51).

E foi no Brasil que surgiu o maior médium desde Allan Kardec. Francisco Cândido Xavier (1910-2002), franzino e modesto, com uma saúde combalida desde sempre, encarnou como ninguém os ideais de comedimento, benevolência e austeridade do Espiritismo. Sua adesão à fé obedeceu aos insondáveis princípios de uma predestinação.

Órfão ainda na infância, Chico teria começado a se comunicar e a se aconselhar com o espírito da mãe. Na escola, durante as comemorações do Centenário da Independência, em 1922, a turma de Chico deveria escrever uma redação sobre o acontecimento nacional. Durante a aula, o menino teria se perturbado com a presença de um homem ao seu lado, ditando-lhe o texto – que obteve menção honrosa.

Com 18 anos e buscando uma explicação para os fenômenos que o teriam acompanhado desde a infância, Chico já é um freqüentador de centros espíritas. E logo fica bem claro para todos que aquele rapaz de saúde frágil é um médium destinado a limpar as últimas nódoas de marginalidade que ainda recobrem o Espiritismo no Brasil. É a partir desse momento que ele teria entrado em contato com as primeiras manifestações do espírito Emmanuel – o que lhe renderia o posto de "co-autor" de nada menos que cerca de 400 títulos por ele psicografados sob inspiração do espírito e que venderam 25 milhões de livros em todo o mundo.

Com Emmanuel (que teria sido o senador romano Publius, depois um escravo cristão dilacerado por leões e, finalmente, o padre Manuel da Nóbrega, já em terras brasileiras), Chico realizou vários avanços na doutrina formada por Kardec, alastrando a sabedoria espírita para outros campos, como ciências sociais e economia. Imbuído do espírito de caridade, Chico destinou toda a renda a entidades sociais e aposentou-se com um modesto salário de funcionário público.

Quando morreu, em 30 de junho deste ano, deixou uma multidão de seguidores e leitores em todos os cantos do planeta e uma lição de humildade e amor ao próximo que transcende os limites do Espiritismo.

Continua na PARTE 2/2. Para lê-la clique aqui.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Apostila de História do Cristianismo Antigo e Medieval - Disponível para Download

Por Carlos Chagas

Para aqueles que necessitam de uma apostila que auxilie na caminhada histórica sobre como se deu o Cristianismo através dos séculos não pode deixar de adquirir esse material. Montado por mim mesmo essa apostila possui não só o resumo em tópicos sobre os principais eventos cristãos mas também cronologias e alguns mapas, ótima para entender o ambiente da época.

Para baixá-la clique aqui.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Valorize o sonoplasta da sua Igreja

Por Carlos Chagas

Domingo, dia 01 de agosto de 2010. Era para ser mais um domingo comum de louvor. Era... porém, neste dia abrimos o primeiro dia de agosto com um primeiro problema do mês: Um Reset inesperado da mesa de som. Na minha igreja (Igreja Batista Betel no Flamengo / Contagem / MG) usamos a mesa 01V96 VCM da Yamaha (Veja na foto abaixo):


Para quem opera esta mesa sabe o quanto ela é poderosa e fácil de operar. Chega a ser mais fácil do que essas mesas simples de amadores. Mas eu não sabia o quanto ela chega a ser complicada quando sofre um reset inesperado.

Nesse Reset (reinício de atividades no ponto 0, ou seja, no estado que vem de fábrica) perdemos todas as equalizações de vozes, todas as cenas dos grupos de louvor, todas as configurações de usuário e, o pior, todas as pré-definições de instalação da mesa. Esta última perda mencionada fez com que o som ficasse totalmente comprometido. Alguns canais foram trocados, algumas funções desabilitadas e o Subwoffer não mais funcionava, o que me fez entrar em desespero, já que faltava apenas 50 minutos para o início do culto de domingo. 

Como eu não domino esta mesa, recorri aos meus fiéis amigos e irmãos de ministério "sonoplástico": Fernando ("Nandão"), Daniel e Ronald, numa convocação iminente, na tentativa de solucionarmos os problemas. Apesar da prontidão dos três, não conseguimos resolver quase nada. O que fizemos??? Fomos à autoridade máxima da sonoplastia que conhecemos e confiamos: Nosso amado irmão e amigo Marco Aurélio da Igreja Batista do Tirol, que se dispôs no ato da ligação telefônica, resolver nosso problema.

O mais incrível é que o Marco Aurélio chegou justamente no horário do culto (18:00) e às 18:20 ele já havia diagnosticado todo o problema, já havia solucionado e já havia equalizado todos os microfones e aparelhagens. INCRÍVEL!!!

Após o culto o nosso 2º Salvador (porque o primeiro e maior é Jesus Cristo, é claro), Marco Aurélio, desconfigurou tudo de novo para que aprendêssemos juntos a solucionar a BOMBA.

Eis os passos que precisávamos seguir:

No painel de botões da mesa (canto esquerdo) necessita clicar em "Patch" (Veja na figura o círculo Vermelho). No painel da mesa aparecerá várias opções. Na tela, vá na guia "In Patch" (Veja na figura o círculo Verde). Como a mesa foi resetada ela desconfigura toda a organização do usuário. Sendo assim, como nós usamos um ADAT (sistema de recepção e distribuição de sinal), que é uma peça extra da mesa, ou seja, não faz parte dela, após o reset ela já não mais reconhece a harmonia posta pelo usuário entre ela (mesa) e a peça (ADAT).

Esse ADAT, na minha igreja, é usado para transmitir o áudio dos microfones nos PA's e do Subwoffer. É um hardware que auxilia a mesa na recepção e envio de sinal. Logo, após o reset da mesa, os microfones, que foram pré-configurados do ADAT para a mesa, com saídas de áudio dos canais 13, 14, 15 e 16, retornaram para as posições origianis de fábrica, que são os canais 17, 18, 19, 20. E o Subwoffer não mais funcionava. Portanto a necessidade de reconfigurar o painel PATCH.

Voltando na guia "In Patch" precisávamos configurar os canais da seguinte forma:
  • 13: ADAT 1
  • 14: ADAT 2
  • 15: ADAT 3
  • 16: ADAT 4
  • [...]
  • 20: ADAT 8
  • 21: AD 13
  • 22: AD 14
  • 23: AD 15
  • 24: AD16
  • 25 SL 01
  • [...]
É só seguir a seqüência. Aqui, transferimos a entrada de áudio, que estavam nos canais 17, 18, 19, 20, para 13, 114, 15, 16, e harmonizamos os restantes.

Depois salvamos em Lib estes passos acima.

Bom. Já estava configurado a entrada dos áudios, mas faltava configurar onde queríamos que tais áudios saíssem. Portanto fomos até à guia "Out Patch".

Lá, configuramos da seguinte forma:
  • ADAT 1: AUX1
  • ADAT 2: AUX2
  • ADAT 3: AUX3
  • ADAT 4: AUX4
  • ADAT 5: AUX5
  • ADAT 6: AUX6
  • ADAT 7: AUX7
  • ADAT 8: AUX8
E OMNI:
  • 1: AUX1
  • 2: (Em branco)
  • 3: AUX8
  • 4: AUX8
Assim, ficou configurada as saídas de áudio. Sendo que:

  • AUX1 é o retorno geral;
  • AUX2 é o retorno de fone do baterista;
  • AUX3 é o retorno de fone do baixista;
  • AUX4 é o retorno de fone do guitarrista;
  • AUX5 é o retorno de fone do tecladista;
  • AUX6 é o retorno de fone do violonista;
  • AUX7 é o painel de controle por Faders do volume de Subwoffer individual.
Em OMNI eu uso a saída 1 para os retornos gerais e 3 e 4 para gravar o áudio no notebook com Stéreo.

Depois disso, fomos até Out Lib e salvamos a configuração de saída.

Então ficou faltando apenas configurar o perfil do usuário. Então clicamos na guia "DIO/SETUP" e no "PREFER 1". Desmarcamos TODAS as opções e começamos a marcar apenas as que nos interessavam. Foram elas:

  • AUTO Pan Display;
  • AUTO Equalizator Display;
  • AUTO Channel Select;
  • Store Confirmation;
  • Recall Confirmation;
  • Patch Confirmation.;
  • DIO Warning;
  • MIDI Warning;
  • Cascade COMM Link;
E em MIDI/Host: Studio Manager Post: USB; ID: 1.1

Mas para que todas essas informações? Simplesmente para que você enxergue que sonoplastia não é lugar de oba-oba, mas é ministério no deserto. Aquele que almeja a sonoplastia deve estar ciente de que só ouvirá reclamações e quase nunca elogios. Portanto, que o silêncio (ausência de reclamações) venha a ser tomado como elogio. E se você é daqueles que gosta de reclamar do som de domingo aconselho a você a assumir uma sonoplastia, para que você veja de perto que problemas como este acontecem a todo o tempo. Este é só um dos muitos que presenciamos e solucionamos. Vida eterna aos sonoplastas. Glórias ao Nosso Deus.

Agradecimentos:

Aos sonoplastas da minha igreja: Fernando, Ronald e Daniel. Sem vocês o sofrimento daquele dia seria bem mais doloroso e sem graça nenhuma... Depois nós rimos à bessa....

Ao Marco Aurélio pela sua paciência, devoção ao ministério e a Deus, pela sua disciplina e sabedoria no ramo, e por quebrar tantos "galhos"... meus sinceros agradecimentos!!!

Ao nosso líder de louvor, Júlio Amaral que, mesmo não entendento "patavinas" ainda se dispõe a sofrer com a gente. Esse aí é discípulo de Cristo mesmo. Valeu por caminhar conosco em nosso calvário.

À Deus pelo prazer proporcionado em experimentar algo ímpar em nossas vidas. Muito obrigado por este caminho, porque é só aqui que a vida tem graça e SOM audível!!! Nós O amamos!!!

Caso queira baixar o manual desta mesa clique aqui.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Qual é o maior monumento religioso do planeta?

Transcrito por Carlos Chagas

O título pertence a Angkor Wat, um templo hinduísta – depois convertido em mosteiro budista – com cerca de 40 quilômetros quadrados, construído no Camboja no século XII. Como se não bastassem suas dimensões colossais, Angkor Wat faz parte de um complexo de mais de 100 templos, totalizando aproximadamente 2 000 quilômetros quadrados. Ali ficava a cidade de Angkor, capital do sofisticado Império Khmer, que durou meio milênio, do século IX ao XIII. Em seu apogeu, no século XII, o reinado abrangia todo o sudeste da Ásia, incluindo os territórios hoje ocupados por Tailândia e Vietnã. Angkor não era apenas seu centro religioso e político, mas também fruto da sua maior conquista tecnológica: um sistema de armazenamento e distribuição de água, cujas represas e canais de irrigação abasteciam plantações de arroz que proporcionavam colheitas abundantes. O povo agradecia aos deuses por essa dádiva nos cultos realizados nos templos de Angkor e cada imperador que subia ao trono mandava erguer mais um monumento religioso. Foi o rei Suryavarman II, que reinou de 1113 a 1150, quem construiu o maior deles: Angkor Wat (Templo da Cidade). O desenho do templo reproduz o Universo segundo a visão hinduísta, religião oficial do Império Khmer até ser substituída, no final do século XII, pelo Budismo. Assim, o imenso fosso que circunda a construção representa os oceanos, enquanto as muralhas externas significam os limites do mundo. As cinco torres do templo central simbolizam os cumes do monte Meru, na Índia, considerado o centro do Universo e morada dos deuses, entre eles Vishnu, a quem é consagrado o santuário principal. Além disso, a decoração de Angkor Wat é tão rica que não há ali nenhuma parede que não tenha alguma figura esculpida em relevo – várias delas ilustrando episódios do Mahabharata e do Ramayana, os dois grandes poemas épicos da religião hinduísta.

Quando o povo hai (ancestrais dos atuais tailandeses), invadiu a região, em 1431, obrigando os khmers a fugir, a capital foi abandonada e Angkor Wat acabou, com o tempo, engolido pela selva. O monumento só foi descoberto em 1858, pelo naturalista francês Henri Mouhot. “Foi um achado importantíssimo, porque Angkor Wat é o maior legado religioso, arquitetônico e cultural de uma das mais interessantes civilizações do mundo antigo. Sua existência é a prova cabal da prosperidade e da avançada tecnologia alcançadas pelo Império Khmer, ainda pouco conhecido por falta de material escrito”, diz a arqueóloga Elizabeth Moore, chefe do Departamento de Estudos Orientais da Universidade de Londres. Em 1996, Elizabeth participou do projeto da Nasa que mapeou Angkor por meio de satélites, parte dos esforços de recuperação e proteção do complexo, vítima de muita depredação. Ali está sendo realizada, atualmente, a maior restauração de uma construção religiosa já executada – mais um recorde para Angkor.


FONTE: Revista Super Interessante. Edição de Setembro/2002.