terça-feira, 30 de abril de 2013

001 - Cristão desfocado?

Por Carlos Chagas

Chico Anysio uma vez disse: "Quer mudar o país? Faça piada dele". De tempos para cá tenho pensado nisso buscando uma aplicação para a igreja, para o cristianismo. Após tantos escândalos, erros, posições erradas ou perigosas por parte dos cristãos passei a me arriscar nessa cômica e séria área. Os desenhos que serão publicados neste blog são de autoria minha não descartando a possibilidade do uso de imagens e ideias da internet ou de pessoas do ramo. Sendo assim, a tirinha abaixo é a primeira da série Com Vértice. Que a crítica seja construtiva, positiva e verdadeira para o Reino de Jesus Cristo, meu Senhor.


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domingo, 28 de abril de 2013

Charlatães cada vez mais se destacam nas igrejas

Por Carlos Chagas

Não é de hoje que no mundo se tem charlatães. Golpistas, cada vez mais adentram a vida de pessoas que, após suas ações, jamais se vêem violentadas como antes. Diferente do que muitos pensam, charlatães (ou golpistas) não são pessoas violentas, agressivas, mal humoradas e outros adjetivos sinônimos a estes. Pelo contrário, a maioria são pessoas "boas", que se apresentam com fala suave e com bons argumentos que os apresentam como sendo pessoas ótimas e exemplares.

Recentemente, ao pesquisar na net, minha esposa achou uma matéria que fala de uma seita aqui de Minas Gerais que usava da boa fé de pessoas para extorquí-las até onde não se pode mais. Para ler o artigo clique aqui. Daí fiquei lembrando das vezes que eu tentei falar de tais charlatães e ainda assim fui tachado de juiz (por julgar o próximo). Foi por estes que não me aceitaram que escrevi o artigo sobre se é certo julgar ou não o irmão (para ler clique aqui).

Mas até quando o meio religioso aceitará que estes ditem as regras? Cada dia que passa pessoas como Edir Macedo, Waldemiro Santiago, Jim Jones, Cícero Vicente de Araújo e outros adentram nas igrejas e pregam "suas verdades" e, quando questionados, são protegidos por aqueles que, futuramente ou certamente, serão suas vítimas. Que o povo de Deus tenha mais critério na prática cristã e que se lembrem do que o povo de Beréia fazia nos tempos bíblicos.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Transcendência?

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.

Hoje todos andam em círculos. O jeito moderno de coexistir trouxe o humanismo tecnológico evolutivo e o humanismo sócio-revolucionário que de nada serviram a não ser para identificar que houve um problema e que a solução estava, de longe, a ser praticada. 

O que fica como aprendizado é que jamais se pode inclinar a falsas alternativas e polarizações da sociedade hodierna tentando para um “quem sabe” novo porvir. Tal sonho se demonstrou ser um pesadelo o qual não pode mais vir à tona. Aquilo que diz respeito a domínio mostrou que o homem é perfeito para a arte de disciplinar muitas coisas, mas somente a si próprio é que ficou totalmente a desejar. O homem busca conquistar o mundo inteiro ameaçando perder sua própria alma. Vê-se que a maldade humana também se destaca na sociedade tecnocrática onde a liberdade, dignidade e responsabilidade humanas ficam ameaçadas. 

Naturalmente agora fica claro que não cabe ao homem apenas transcender o eclesiástico e teológico, mas também sua própria autonomia e regulamentação da atividade buscando assim um transcender teórico e prático. 

Teóricos conseguiram provar que a luta do homem pela emancipação dele da igreja ou de forças até então controladoras fez com que houvesse uma substituição de poderes, os quais buscaram fazer as mesmas coisas que os poderes anteriores faziam. A busca por liberdade fez com que o homem visse sua própria liberdade ser aprisionada por si próprio enquanto libertava o mundo. Agora cabe ao homem desconfiar dos demais e de si próprio uma vez que, em potencial, é capaz de retirar a liberdade de qualquer um inclusive de si. 

A crítica humanista buscava excluir qualquer possibilidade metafísica para a solução dos problemas do homem. Mas o que se vê é que na sua esfera de ação não houve progressos. A hominização acontece, mas a humanização está longe. Assim, não seria possível reconsiderar a dimensão realmente outra, que não é encontrada na esfera humana para a solução dos problemas? Não deveria haver um retorno à metafísica? Ao transcendente? Eis alguns indicadores: 

- Como o humanismo não conseguiu evitar problemas como sofrimento, desgraça, dor, morte e outros, os quais abalam o homem, tematiza a questão da transcendência e com ela a questão da religião; 

- A tentativa do humanismo de provar que questões como sentido, morte, culpa, e outros, que eram consideradas questões que correspondiam à falta de trabalho, solidariedade de luta, existência dialógica ficou um tanto quanto inexplicado e, assim, reabre-se a chance do sentido da religião; 

- A valorização da religião pela psicanálise ao defender a ideia de cura e autoidentificação também legitima a religião. Segundo alguns psicanalistas devido a queda de religiosidade houve um aumento da falta de orientação, ausência de normas e de sentido, típicas dessa época. 

Além da importância da ciência e cultura também está em pé de igualdade a religião emergente desse novo estilo de vida que nasce. Esta nova forma religiosa que surge desse novo mundo que a rodeia busca agora domesticar a tecnologia, desenvolver novas capacidades, nova independência e responsabilidades individuais, e novas formas de relações e convívio. Porém será como aprender a andar. Esta religião deve ter paciência e não se esquecer das bases para que a dinâmica de aquisição de novos valores não venha a tropeçar. 





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terça-feira, 16 de abril de 2013

Entre nostalgia e reformismo

Por Carlos Chagas

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Vivemos uma época que até mesmo um historiador compromissado tem dificuldades de definir a mesma. A dificuldade não está somente em dizer o que acontecerá amanhã como também dizer o que é hoje. A contemporaneidade oferece grandes dificuldades de posicionamento para diversas áreas científicas atuais. Nas palavras de Golo Mann: 

vivemos numa época que se aplica o serrote aos galhos nos quais estamos aboletados. Poetas contra a poesia, filósofos contra a filosofia, teólogos contra a teologia, artistas contra a arte e assim historiadores ou ex historiadores ou sociólogos contra o ensino da história. 
 O mundo atual é totalmente tecnocrático e de evolução e revoluções aceleradas, as quais trazem para os contemporâneos a nostalgia devido à moda não mais existir como algo duradouro como era na década de 20 (séc. XX). Esta mesma nostalgia dita regras dentre as quais a luta pela melhora da atualidade já não mais deve ser objetivo do homem. 

Ainda sobre moda vale lembrar que foi na década de 70 os jornais Time e dër Spiegel relatavam o quanto que a moda trazia lucro para seus usuários. Sendo assim, numa época em que a moda já não mais era tão focada agora passa a ser reinventada a partir daquilo que um dia foi atual. Modas criadas sobre modas passam a ser o marco da década de 70 e 80. E nos dias atuais temos, no Brasil, a atualização da moda de forma idêntica de 40 anos atrás, como é o caso da música brega, do renascimento da cultura negra, retorno de símbolos antigos agora com novos ideais. 

Mas há um problema neste “retorno” à moda: Muitos, ao olharem para trás, não buscam uma reinvenção e releitura, mas tão somente uma adaptação nostálgica e nociva à sua época se abstendo dos estudos e críticas construtivas necessárias não só para sua época como também para a vida e sua extensão. Sendo assim, não seria interessante para o presente momento uma reflexão crítica e nãoromântica sobre o passado? Até onde não é nociva essa falta de interesse e comprometimento com a história que já se viveu? Até onde a nostalgia não atrapalha? Até quando a história será negada como objeto de reflexão para uma melhor construção de futuro e continuará sendo apenas algo passado e que não se volta mais? 

O uso da história como material construtivo e orientador não deveria vir como substituição de uma filosofia, meta ou religião, mas que sirva de subsídio orientador. Nas palavras de Weber “trabalhar concisa e vagarosamente em duro madeiro, com paixão e critério, ao mesmo tempo”. O que se sabe, até então, é que mais vale lutar por uma reforma do que se manter como conservador ou como saudosista. Os reformadores têm mais chance de transformar a sociedade, afinal, algo deve ser feito. Mas o quê? 

Sabe-se que algo deve ser feito já que a vida não pára. Mas não basta apenas pesquisas criativas, argumentações importantes e/ou elucidativas, escolas experimentais, dinâmicas de grupo e nem ideias inovadoras a respeito da interação humana. Repito: Algo deve ser feito. Entretanto não há como fugir da pergunta: Algo de bom pode vir do homem uma vez que sua natureza apresenta-se louca e cruel, tanto no atacado quanto no varejo, coisas no qual o homem se revelou especialista? Será que ao menos o homem possui dentro de si algo de bom para que, a partir disso, sua natureza seja digna de crédito? 

Volta-se então para a estaca zero com uma coisa em mente: A razoabilidade associada ao equilíbrio de medidas deve focar a melhoria sem extremismos. Sem ditador; sem medidas generalizadas. Mas isto é anulado quando se percebe qual é a grande mola propulsora do mundo, a saber, o egoísmo, o qual é a expressão teórica e prática do autointeresse que anula antes mesmo da criação qualquer nobre norma moral destacando os interesses de um lado, enquanto o outro lado busca equilíbrio por meio de medidas práticas. Assim, o velho egoísmo, atitude humana de tradição, sempre busca lucro no sentido mais vasto possível. 

Portanto, o que se vê é a necessidade de mudança do próprio homem, coisa que não foi vista na tomada da iniciativa pelos humanistas. Foram vistas diversas alterações na sociedade todavia quase nada no próprio homem e na sua essência. E se a esperança, que motivava não só a religião, mas também os humanistas, ainda existe, não seria agora o momento de continuar ainda mais firme a caminhada? E se é para continuar, como então fazê-lo? 


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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Rapidinhas - 01 - Punir ou educar?

Por Carlos Chagas

Agora no Rio de Janeiro quem for pego sujando as ruas será multado. Mas não seria mais justo multar após educar? Perceba os vídeos atuais dos jornalismos televisivos: Mostra-se as ruas sujas e nas mesmas não se vêem lixeiras! 

Mais uma vez percebe-se que a punição é mais valorizada que a educação. O mesmo é visto na igreja quando se obriga um membro a fazer algo sem maiores explicações como dizimar, ofertar, vestir, comer, usar ou não algo. No final o que se vê é a promoção da punição para consertar a preguiça.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Humanismo mediante revolução político-social?

Por Carlos Chagas

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Fica claro que também, na área da revolução político-social, a ideologia humanista também se encontra abalada. Talvez o potencial humanístico se destaque melhor no marxismo para o qual o mundo deve grandes reconhecimentos. Os cristãos devem reconhecer que em teoria o marxismo descreve muito bem a forma como o capitalismo desumaniza o homem, quando este o escraviza o tornando subproduto de seu próprio meio. Marx não só apresenta tal coisa como também descreve como tornar o homem mais humano, quando este luta contra o autointeresse, o aproveitamento do lucro e o dinheiro como sendo uma divindade. Em outras palavras, Marx demonstra que a mercadoria não deve dominar o homem e sim o vice-versa. 

Fato é que a teoria de Marx não é somente muito interessante como também forte, todavia ao se pegar os países ou cidades que se adequaram às teorias marxistas, como Pequim e Moscou, ver-se-á que na prática não funcionou como a teoria demonstra. Os países devem sim a Marx pela sua enorme contribuição mas o fato é que o homem não se tornou mais humano com a prática deste socialismo (comunismo). Os grandes sistemas ortodoxos socialistas, como o marxismo e o leninismo, não valorizaram o homem quanto o homem. O que se viu foi a criação de um “aburguesamento do proletariado”, que é a classe média criada a partir de então, que serviu para mostrar que o marxismo, não só se revelou simplista demais na luta pelo conserto entre proletário e patrão, como também sua concepção da história do homem trouxe construções de realidades artificiais, não adequando à sua teoria, e criou falsos pressupostos da história. 

Marx até chegou a marcar o fim do capitalismo alemão e inglês. Primeiro para 1848, depois para 50, 70 e finalmente para a virada do século! Falhou. Sua esperança de implantação do comunismo frustrou. O que se viu na história foi o socialismo se implantando em países considerados agrários e “atrasados” economicamente enquanto que o capitalismo se demonstrou evolutivo e sensível a correções. Além do mais conseguiu trazer revoluções sociais profundas como a proibição de trabalho infantil e amparo à velhice. No que se sabe jamais no Ocidente ou no Oriente se viu algum sistema ser criado que substituísse ou corrigisse o capitalismo de forma a não criar danos maiores. 

Já o marxismo soviético renomeado de Stalinismo, tentou com uma revolução mudar a história de seu país a começar com a implantação do socialismo para depois finalizar com o comunismo tão sonhado por Marx. Mas este plano também falhou. Nas palavras de Hans Küng: “O comunismo soviético surge como uma nova forma de alienação do homem com uma ‘nova classe’ de funcionários, com traços ’religiosos’ (messianismo, absolutismo do sacrifício) e aspectos ‘eclesiais’ (textos canônicos, fórmulas quase-litúrgicas, credo, hierarquia infalível, tutela do povo, inquisição e medidas compulsórias), características também presentes no maoísmo chinês”. Tudo isso para ser realizada uma pergunta: Em quê o marxismo contribuiu que fosse o aprimoramento ou elevação do homem da religião? Qual a diferença entre marxismo e religião? Se religião é o ópio do povo, em que o marxismo se apresenta como não sendo o ópio do povo? Chega a ser lamentável a situação soviética quando um patriota de nome Alexander Soltchenizin publica o Archipel GULAG (1974) onde ele revela que esse sistema, econômica, social e ideologicamente estático, a curto prazo, não demonstra a mínima preocupação de mudar essencialmente a história em voga com vistas à liberdade do homem, no interior. 

Na história o cristianismo já foi acusado de queimar bruxas, sacrificar pessoas ao sistema, as igrejas já se puseram contra à mensagem principal do Evangelho, entre outras situações. Àqueles que lembram isso fica dito que já estão em nível superior e na obrigação de serem melhores. E também na história agora se pode perguntar: Vai contra o comunismo aquele partido que não aceita a violência por atacado, a ditadura que liquida sem dó nem piedade todos os opositores, que esmaga qualquer “contra-revolução” sem consideração pelas vítimas? 

No caso do marxismo aplicado na Tchecoslováquia como humanístico-pluralista se comparou com o marxismo-leninismo ortodoxo em sua tragédia. Já o neomarxismo Conseguiu ir contra a revolução usando a mesma arma: a revolução. E seus efeitos foram os mesmos, que é matar, só que desta vez seus mestres, os marxistas ortodoxos. Se o marxismo ortodoxo comprovou ser nocivo o ato de alguém pensar contra, o neomarxismo fez o mesmo na prática de seu pensamento antes chamado de “nocivo”. 

Ainda sobre o neomarxismo sua prática demonstrou que estavam sim num beco sem saída. Chegar ao absurdo de usar a violência contra a violência é um exemplo. A busca pelo pacifismo recorreu à guerras e motins e por pouco não entraram em estado terrorista. Enganos políticos e cegueira ideológica e prisões de pessoas que pensavam diferente do regime em voga eram coisas comuns. Assim, destacou-se um sistema que diz valorizar o homem matando ele e que não tinha perspectiva alguma para um fim proveitoso e não violento. 

Fica nítido que nem o marxismo ortodoxo, nem o neomarxismo conseguiram estabelecer o socialismo sequer através da revolta. Muito menos o estabelecimento do comunismo. Fica então a pergunta: Não seria porventura interessante para o movimento suspender-se a si mesmo como se fosse um auto-extermínio, uma vez que essa teoria quando é aplicada na vida do ser humano trai as próprias metas por meio da violência e opressão? Não seria essa revolução algo que se desmacara como sendo o “ópio do povo”? Em suma se diz: É o humanismo revolucionário que caminha para a desumanização do homem. E por causa de tudo isso deveria não mais existir a esperança por um mundo melhor? Deveria jogar fora a criança juntamente com a água do banho? Ou desistir significa não aceitar o marxismo como uma teoria que explica total e eficazmente a realidade oferecendo exclusivamente a solução para o homem? 

Continua a pergunta: a grande recusa da juventude extremista (neomarxismo) deverá ser respondida com outra grande recusa dos estabelecidos (marxismo ortodoxo)? Não se pode ser marxista e tão somente marxista e achar que mudará o mundo. Mas há a possibilidade de ser marxista e ao mesmo tempo religioso, no caso, cristão. Ser cristão não é possibilidade apenas do marxista, todavia de todos que queiram. E vale lembrar: Para ser humanista não é necessária a descrença em Deus, como fizeram os marxistas que se achavam revolucionários. 



Assim, parece que para o marxista, por ser arreligioso, morre sua esperança pelo objetivo um dia concretizado. Mas para o cristão, em seu ideal religioso e de esperança, ainda existe uma possível cogitação: Não é exatamente o cristão a pessoa capaz de contribuir decisivamente nesse ponto? 


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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Sobre o Pr Marco Feliciano

Por Carlos Chagas



Será que alguém, em sã consciência, já parou para pensar em como que a Igreja Católica Medieval se tornou tão rica como é hoje? Fazendo o mesmo que o Pr Marco Feliciano fez e faz nos dias atuais. No video acima você pode constatar algumas "atrocidades religiosas" que este pastor comete. Digo atrocidades porque tal ato é barganhar com Deus. Usando de pressão psicológica Marco Feliciano consegue que pessoas doem cheques, motos e até cartões de crédito exigindo a senha do mesmo na desculpa de que Deus o abençoará de forma extraordinária. Conforme o Código Penal Brasileiro, artigo 283, charlatanismo é crime e, configura-se charlatanismo a ludibriação de outro por meio de palavras oferecendo algo em troca que pode não ser ou que não venha comprometer a quem dá o golpe. A pena é reclusão de 6 meses a 2 anos.

No que tange a charlatanismo temos centenas de exemplos que poderiam ser citados aqui, mas o que gostaria de salientar é um outro caso. Como pode uma pessoa ser tão violenta com os fiéis de uma igreja extorquindo-as da melhor forma possível, pregando que usar determinadas roupas, utensílios como relógios e pulseiras, tendências de moda como relaxamento de cabelos e até depilação é errado e pecado, do nada, começar a fazer as mesmas coisas indo contra o que outrora havia dito se tornar o líder do Comitê de Direitos Humanos? Como pode uma pessoa ser duas caras ao ponto de ir contra homossexuais (pessoas) e não contra o homossexualismo (movimento) e ainda assumir tal posto? Como representar um negro se seus discursos antigos posuíam tons de injúria racial? E o pior: Como falar de Direitos se este priva o povo de seu direito de expressar sua revolta quando proibiu a qualquer um de adentrar a sala do Comitê alegando necessidade de se trabalhar melhor?

Sinceridade, desde muito tempo eu já tinha um pé atrás com o Pr Marco Feliciano devido sua radicalidade religiosa e pelas suas pregações tendenciosas ao erro (escutei muitas delas, especialmente as do arrebatamento onde seus erros teológicos são latentes), mas vê-lo como líder dos Direitos Humanos foi um soco na boca do estômago. Um cara que se dizia pentecostal, que por sua vez é apolítico, virar a casaca e desmentir na maior cara-de-pau que jamais fez ou disse tais coisas é, no mínimo, digno de repreensão. Disse "no mínimo"!

Que fique aqui a lição a nós evangélicos sobre nossos líderes: Perceba a soberba disfarçada de humildade. Seja político dentro da igreja porque senão estes tais serão políticos aqui fora!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Não é um adeus à esperança

Por Carlos Chagas

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Não é porque se pula para uma nova concepção que esta será a definitiva na história. Até mesmo os humanismos passaram por transformações ao longo da história. O humanismo clássico, por exemplo, sofreu transformações com Copérnico (a terra não é o centro do cosmo), com Marx (dependência humana das desumanas condições sociais), com Darwin (o homem surgiu da esfera subumana) e com Freud (a consciência do homem nasce de seu subconsciente, ou seja, do irracional). Logo, não só a igreja, mas o humanismo está à mercê de transformações e também há um leque de esperança ante a tais mudanças. 

Humanismo mediante evolução tecnológica? 

Se for feito um estudo sobre a evolução do homem durante sua existência será comprovado que quase 80% de sua existência foi vivendo em cavernas e que só por fim (250 anos) é que o homem veio a experimentar a revolução industrial. Sabe-se que esta foi de grande transformação do homem enquanto ser social. Mas o maior desafio ainda há de vir. Segundo estudiosos a revolução tecnológica é que trará ao homem enormes transformações, não só de vida, mas também no mundo em todos os aspectos. 

O humanismo atual trabalhava com a realidade boa de tal revolução tecnológica, mas somente agora é que se discutem realidades como o esgotamento das fontes minerais, do fim da raça humana, superpopulação, carência de gêneros alimentícios, poluição ambiental, distúrbios sociais, colapso industrial, que no mais tardar poderá ter início no ano 2100. Claro que a catástrofe não virá necessariamente mas, no mínimo, pode vir. 

Segundo a crítica social neomarxista fica claro que o homem está prestes a se submeter com forças que atualmente são consideradas medievais. Parece ser um retorno às práticas rudimentares só por causa do grande e acelerado crescimento industrial e tecnológico. Vejamos algumas características: 

- Uma sociedade mais rica, maior, melhor, dotada de invencível capacidade produtora e nível de vida sempre mais elevado. 

- Mas, simultaneamente, e justo por isso mesmo, uma sociedade de dissipação aperfeiçoada, de produção pacífica de imensos meios de destruição. 

- Um universo tecnológico com a chance de aniquilamento total e, desse modo, um mundo sempre cheio de falhas, de sofrimentos, miséria, necessidades, pobreza, violências e crueldades. 

- Com a libertação, ou melhor, “liberalização” da política, da ciência, da sexualidade, da cultura, uma escravidão nova através dos grilhões do consumo. 

- Com produção crescente, a integração em gigantesco aparato. 

- Com a oferta multiplicada de mercadorias, o incremento dos desejos individuais do consumidor e a sua manipulação através de planejadores de novas necessidades e de aliciadores da propaganda. 

- Com o trânsito mais rápido, maior assanhamento do homem. 

- Com o aumento aperfeiçoado da medicina, incremento de doenças psíquicas, bem como uma vida mais longa, mas, muitas vezes, sem sentido. 

- Com o bem-estar a subir, mais gastos e desperdícios. 

- Com o domínio da natureza, a sua destruição. 

- Com aperfeiçoados meios de massa, funcionalização, abreviamento, empobrecimento da língua e doutrinação em grande estilo. 

- Com a crescente comunicação internacional, maior dependência das multinacionais (e logo também dos sindicatos). 

- Com a expansão da democracia, mais equiparação e controle social pela sociedade e pelos poderes constituídos. 

- Com o aprimoramento da técnica, a possibilidade de manipulação requintada (invadindo, eventualmente, até a área da genética). 

- Com a expansão da racionalidade no detalhe, o decréscimo do sentido para o todo. 

Toda essa lista demonstra apenas um mundo hominizado mas de forma alguma um mundo humanizado. Vemos produtividade todavia opressão; nos vemos crescimento e ao mesmo tempo destruição; vemos a mistura de ciência e superstição, alegria e miséria, vida e morte. Em suma, vemos um humanismo evolutivo, cuja consequência não desejada, mas real, é a desumanização do homem. 

Sendo assim, fica a dúvida: Por causa de uma ideologia devemos abandonar a esperança? Firmados numa razão incerta, devemos negar o instinto religioso? Seria interessante acreditar numa ciência que critica a religião como sendo algo que nunca pensa no futuro, mas por causa desta ciência, passamos a acreditar num futuro que, já de antemão, vemos que vai ser desumano? Por que trocar a religião que é chamada de “desumana” por uma ciência que também, a passos largos, se demonstra cada vez mais desumana ou hominizada? 



É importante perceber que a ciência diante de uma evolução tecnológica fica muito aquém daquilo que ela mesmo promete. Continua o desafio à humanidade de se tornar humana (agora sem a ciência e sem a religião?) mesmo se adequando à vontade da ciência e acreditando nas mentiras que a mesma apresenta. 


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