Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.
Nunca na história a palavra “Deus” foi tão usada como nos tempos hodiernos. Seu significado, por isso, se dilacerou buscando caracterizar tanto algo bom como algo temível. Entretanto se se resumir o estudo sobre “Deus” a algo tão somente humano, honestamente, dever-se-ia chamar tal ação de antropologia e não teologia. Falar de Deus é invocar o Logos.
O estudo sobre Deus sempre foi algo necessário e, por vezes, contraditório. E por causa desta contradição alguns setores, como o da filosofia, distanciou do discurso, não só por isso, mas por trabalhar com uma razão antropológica e não teológica. Se for visto o Deus conceituado através da história que a filosofia estuda serão encontrados: o “Deus” que é moral segundo Kant já não o é segundo Nietzsche e aquele que é ou era o Criador, teoria defendida por filósofos antigos, dentre eles, Aristóteles, já não mais existe, como defende Thomas Jonathan Jackson Altizer. Logo, se a história da filosofia exige esclarecimento, ela mesma faz duvidar da sua capacidade de levar a cabo algum esclarecimento.
No caso das religiões estas não nascem de uma intelectualidade adicionada ao cauteloso estudo de caso, mas de uma unidade experimental de conhecimento aliada à vontade e sentimento em busca da inter-relação entre revelação (Deus?) e realidade.
Não obstante, falar de religiões é se inclinar ao erro de se voltar à era pré-iluminista. Erro porque a forma como se aborda algo hoje é aos moldes modernos, e deve haver cautela ao abordar modernamente o termo, uma vez que falar de religião não é o mesmo que dissecar um sapo. Sendo assim, o que seria seguro dizer de Deus?