sábado, 27 de fevereiro de 2010

O profeta Amós

Por Carlos Chagas

LASOR, William S.; HUBBARD, David A.; BUSH, Frederic W. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1999.

Pastor e coletor de sicômoros para si e seus animais, Amós é chamado por Deus para falar em Seu nome ao povo de Israel. Profeta de duras palavras e portador de julgamento severo, Amós procura, no início, negar seu chamado, o que não vem a continuar. Antes este foi considerado um profeta profissional (7:12). Amós profetizou contra o Reino do Norte. Após anunciar as palavras do Senhor, talvez ele tenha ido para Tecoa, ao Sul, escrever suas mensagens.

Amós profetizou nos dias de Jeroboão II (793 a 753). Este profetizou em favor dos pobres denunciando as práticas iníquas (3:2) do povo Israelita, especialmente as suas festas e assembléias (5:21). Em suma, ele denunciava uma religião que estava sendo mecânica.

Sua mensagem era de uma luta contra a avareza. Os ricos ficavam mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. O teor de suas expressões também é algo de destaque. Termos como “vacas de Basã” são do tipo escarnecedor, típico de quem não aceita, de forma alguma, tais práticas. Seu livro é um pequeno resumo de sua vida como profeta, pois contém grande precisão e beleza na escrita.

Quanto à sua estrutura, este possui recursos estilísticos, o que realça a denúncia dos pecados praticados por Israel. Tais pecados, em geral, estavam ligados aos crimes contra a humanidade. Estes estavam ligados à realeza, à nobreza e ao sacerdócio, os quais adquiriam sentenças severas. Seu livro pode ser dividido em: Introdução (1:1-2); sete discursos de julgamento contra as Nações (1:3-2:5); discurso transitório de julgamento contra Israel (2:6-16); três de julgamento contra Israel (3:1-5:16); dois oráculos de lamento contra Israel (5:18-6:14); cinco visões de julgamento contra Israel (7:1-9:10) e duas promessas de salvação (9:11-15).

Vale lembrar que o monoteísmo da época buscava uma ética. Amós não só defendia esta crença como também buscava defender a relação de aliança entre Deus e Israel. A responsabilidade para com outras pessoas faz parte da religião bíblica, e não só da bíblica mas de todas que tem um alvo transcendente.

Em Amós, a idéia do julgamento deve vir acompanhada de esperança. Se Javé é quem vai destruir a Nação, e é o mesmo que prometeu para esta mesma Nação cumprir os propósitos de sua Aliança, fica claro que ambas estão unidas de forma que nunca se separarão. Não se pode ter uma leitura apenas de destruição, pois no final do livro percebe-se duas promessas do próprio Javé. E este mesmo Deus se demonstra como Deus revelador e salvador não só para Israel, antes, em Amós, ele relembra a promessa de Gn 12:3 que é seu testemunho para as demais Nações.

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