terça-feira, 17 de março de 2015

Manual Yamaha Mixer 212s, 312sc e 512sc disponível para download

Por Carlos Chagas

Para aqueles que precisam do manual do Mixer Yamaha 212s, 312sc ou 512sc agora estará disponível aqui no blog. Caso queira ele em inglês clique aqui. Ou em espanhol clique aqui. Infelizmente não existe a opção em português.


terça-feira, 10 de março de 2015

Igrejas em células: a divisão do trabalho

Por Carlos Chagas


Entendendo os papéis


Versículo Destaque
“Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos e deste modo cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2)

1. O Trabalho

Uma vez entendido o objetivo das células o que se deve ter em mente agora é como realizar o trabalho. Se o objetivo das células é colocar o cristão na ativa não faria sentido se somente um trabalhasse. Da mesma forma que se todos trabalharem para tudo fazerem como haverá organização? De quem será cada função?

Sabe-se que no trabalho das células o objetivo maior é a ministração e seu efeito nas pessoas, mas a mesma só surtirá efeito se houver um local, organização e disciplina para isso. Sendo assim, a organização começa no momento da nomeação dos trabalhadores e suas funções especificadas para o bom andamento do trabalho. Mas que funções seriam estas e quais são suas características? 

2. As Funções 

Para que uma célula cresça de forma organizada e sadia é importante a nomeação de pessoas e suas funções na mesma. Para isso conta-se com, no mínimo, 4 pessoas para que isso vá bem. Estes são: o líder, o secretário(a), o facilitador(a) e o anfitrião. Os dois últimos não precisam ser necessariamente as mesmas pessoas do encontro anterior. A troca de pessoas possibilita maior interesse do grupo bem como o descanso entre os componentes. 

3. O papel do líder 

Este é o componente que atua mais incisivamente no grupo. Responsável pelos demais componentes o líder não só ministra as lições como também ora, visita, ensina, motiva e modela o cristão, seja para torná-lo um novo líder, seja para simplesmente melhorá-lo na vida cristã. O líder é o primeiro de todos na célula. É o modelo a ser seguido. Portanto traz consigo a grande responsabilidade pelas vidas que o seguem. 

É de sua responsabilidade acompanhar de perto cada um da célula, freqüentar as reuniões para líderes para entender melhor a lição que será ministrada na semana, relatar os acontecimentos especiais da sua célula ao seu líder (pastor), moldar novos líderes e sempre manter a motivação do grupo. 

4. O papel do secretário(a) 

Este desempenha um papel também importante. É o cérebro da equipe guardando em anotações o que acontece na sua célula. Registra as datas importantes a serem lembradas nas reuniões, lembra o líder de cada uma delas, anota cada acontecimento que é crucial para a célula, desde uma nova conversão a um grande problema, registra número de visitantes, coleta dados importantes como endereços, nomes, motivos de orações, lições que foram ministradas de forma extra, etc. 

5. O papel do facilitador(a)

Parece ser um papel pequeno e de mínima importância, mas é com ele que tudo flui de forma simples, direta e sem problemas. Este é uma espécie de visionário: Enxerga de antemão os problemas e soluções que estão adiante do grupo. É com o facilitador(a) que fica a perfeita organização do local e do grupo para que a mensagem da semana flua sem tropeços ou dificuldades. Este existe no grupo para auxiliar o líder e/ou o secretário naquilo que faltou atenção. Falta de assentos, problemas na cozinha ou na sala, falta de objetos como bíblias, folhas para anotações, lápis, vassouras, locais para as crianças ou até mesmo a letra de uma música são apontamentos do facilitador que ajudam e muito no bom decorrer da ministração. 

6. O papel do anfitrião

Este desempenha um papel muito importante que é de receber os componentes em sua casa. Para o anfitrião fica o papel de preparar seu lar para receber bem a célula preparando assentos e até mesmo um lanche para o momento de comunhão da célula. A acomodação no lar é 50% de uma boa reunião.

Você está preparado para ser usado em uma célula?

7. Conclusão 

A organização é a chave para uma boa reunião. E nessa organização espera-se empenho de todos. Não só dos nomeados líderes, secretários, anfitriões e facilitadores se espera a participação e auxílio de todos, já que a vida cristã pede isso. Trabalhe, mas não seja exagerado na labuta. Aprenda a servir mas também a ouvir. Ministrar e ser ministrado. Esse é o lema das células. 

Caso queira baixar a lição em DOC clique aqui.

terça-feira, 3 de março de 2015

O surgimento da EBD para crianças

Escola Dominical, “a minúscula semente de mostarda que se transformou numa grande árvore”

Por Ruth Doris Lemos

Sentado a sua mesa de trabalho num domingo em outubro de 1780 o dedicado jornalista, Robert Raikes procurava concentrar-se sobre o editorial que escrevia para o jornal de Gloucester, de propriedade de seu pai. Foi difícil para ele fixar a sua atenção sobre o que estava escrevendo pois os gritos e palavrões das crianças que brincavam na rua, debaixo da sua janela, interrompiam constantemente os seus pensamentos. Quando as brigas tornaram-se acaloradas e as ameaças agressivas, Raikes julgou ser necessário ir à janela e protestar do comportamento das crianças. Todos se acalmaram por poucos minutos, mas logo voltaram às suas brigas e gritos. 

Robert Raikes contemplou o quadro em sua frente; enquanto escrevia mais um editorial pedindo reforma no sistema carcerário. Ele conclamava as autoridades sobre a necessidade de recuperar os encarcerados, reabilitando-os através de estudo, cursos, aulas e algo útil enquanto cumpriam suas penas, para que ao saírem da prisão pudessem achar empregos honestos e tornarem-se cidadãos de valor na comunidade. Levantando seus olhos por um momento, começou a pensar sobre o destino das crianças de rua; pequeninos sendo criados sem qualquer estudo que pudesse lhes dar um futuro diferente daquele dos seus pais. Se continuassem dessa maneira, muitos certamente entrariam no caminho do vício, da violência e do crime. 

A cidade de Gloucester, no Centro-Oeste da Inglaterra, era um polo industrial com grandes fábricas têxteis. Raikes sabia que as crianças trabalhavam nas fábricas ao lado dos seus pais, de sol a sol, seis dias por semana. Enquanto os pais descansavam no domingo, do trabalho árduo da semana, as crianças ficavam abandonadas nas ruas buscando seus próprios interesses. Tomavam conta das ruas e praças, brincando, brigando, perturbando o silêncio do sagrado domingo com seu barulho. Naquele tempo não havia escolas públicas na Inglaterra, apenas escolas particulares, privilégio das classes mais abastadas que podiam pagar os custos altos. Assim, as crianças pobres ficaram sem estudar; trabalhando todos os dias nas fábricas, menos aos domingos. 

Raikes sentiu-se atribulado no seu espírito ao ver tantas crianças desafortunadas crescendo desta maneira; sem dúvida, ao atingir a maioridade, muitas delas cairiam no mundo do crime. O que ele poderia fazer? 

Por um futuro melhor 

Sentado a sua mesa, e meditando sobre esta situação, um plano nasceu na sua mente. Ele resolveu fazer algo para as crianças pobres, que pudesse mudar seu viver, e garantir-lhes um futuro melhor! Pondo ao lado seu editorial sobre reformas nas prisões, ele começou a escrever sobre as crianças pobres que trabalhavam nas fábricas, sem oportunidade para estudar e se preparar para uma vida melhor. Quanto mais ele escrevia, mais sentia-se empolgado com seu plano de ajudar as crianças. Ele resolveu neste primeiro editorial somente chamar atenção à condição deplorável dos pequeninos, e no próximo ele apresentaria uma solução que estava tomando forma na sua mente. 

Quando leram seu editorial, houve alguns que sentiram pena das crianças, outros que acharam que o jornal deveria se preocupar com assuntos mais importantes do que crianças, sobretudo, filhos dos operários pobres! Mas Robert Raikes tinha um sonho, e este estava enchendo seu coração e seus pensamentos cada vez mais! No próximo editorial, expôs seu plano de começar aulas de alfabetização, linguagem, gramática, matemática, e religião para as crianças, durante algumas horas de domingo. Fez um apelo através do jornal, para mulheres com preparo intelectual e dispostas a ajudar-lhes neste projeto, dando aulas nos seus lares. Dias depois um sacerdote anglicano indicou professoras da sua paróquia para o trabalho. 

O entusiasmo das crianças era comovente e contagiante. Algumas não aceitaram trocar a sua liberdade de domingo, por ficar sentadas na sala de aula, mas eventualmente todos estavam aprendendo a ler, escrever e fazer as somas de aritmética. As histórias e lições bíblicas eram os momentos mais esperados e gostosos de todo o currículo. Em pouco tempo, as crianças aprenderam não somente da Bíblia, mas lições de moral, ética, e educação religiosa. Era uma verdadeira educação cristã. 

Robert Raikes, este grande homem de visão humanitária, não somente fazia campanhas através de seu jornal para angariar doações de material escolar, mas também agasalhos, roupas, sapatos para as crianças pobres, bem como mantimentos para preparar-lhes um bom almoço aos domingos. Ele foi visto freqüentemente acompanhado de seu fiel servo, andando sob a neve, com sua lanterna nas noites frias de inverno. Raikes fazia isto nos redutos mais pobres da cidade para levar agasalho e alimento para crianças de rua que morreriam de frio se ninguém cuidasse delas; conduzindo-as para sua casa, até encontrar um lar para elas. 

As crianças se reuniam nas praças, ruas e em casas particulares. Robert Raikes pagava um pequeno salário às professoras que necessitavam, outras pagavam suas despesas do seu próprio bolso. Havia, também, algumas pessoas altruistas da cidade, que contribuíam oara este nobre esforço. 

Movimento mundial 

No começo Raikes encontrou resistência ao seu trabalho, entre aqueles que ele menos esperava – os líderes das igrejas. Achavam que ele estava profanando o domingo sagrado, e profanando as suas igrejas com as crianças ainda não comportadas. Havia nestas aturas, algumas igrejas que estavam abrindo as suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito salutar que estas tinham sobre as crianças e jovens da cidade. Grandes homens da igreja, tais como João Wesley, o fundador do metodismo, logo ingressaram entusiasticamente na obra de Raikes, julgando-a ser um dos trabalhos mais eficientes para o ensino da Bíblia. 

As classes bíblicas começaram a se propagar rapidamente por cidades vizinhas e, finalmente, para todo o país. Quatro anos após a fundação, a Escola Dominical já tinha mais de 250 mil alunos, e quando Robert Raikes faleceu em 1811, já havia na Escola Dominical 400 mil alunos matriculados. 

A primeira Associação da Escola Dominical foi fundada na Inglaterra em 1785, e no mesmo ano, a União das Escolas Dominicais foi fundada nos Estados Unidos. Embora o trabalho tivesse começado em 1780, a organização da Escola Dominical em caráter permanente, data de 1782. No dia 3 de novembro de 1783 é celebrada a data de fundação da Escola Dominical. Entre as igrejas protestantes, a Metodista se destaca como a pioneira da obra de educação religiosa. Em grande parte, esta visão se deve ao seu dinâmico fundador João Wesley, que viu o potencial espiritual da Escola Dominical, e logo a incorporou ao grande movimento sob sua liderança. 

A Escola Bíblica Dominical surgiu no Brasil em 1855, em Petrópolis (RJ). O jovem casal de missionários escoceses, Robert e Sarah Kalley, chegou ao Brasil naquele ano, e logo instalou uma escola para ensinar a Bíblia para as crianças e jovens daquela região. A primeira aula foi realizada no domingo, 19 de agosto de 1855. Somente cinco participaram, mas Sarah, contente com “pequenos começos” contou a história de Jonas, mais com gestos, do que palavras, porque estava só começando a aprender o português. Mas, ela viu tantas crianças pelas ruas, e seu coração almejava ganhá-las para Jesus. A semente do Evangelho foi plantada em solo fértil. 

Com o passar do tempo aumentou tanto o número de pessoas estudando a Bíblia, que o missionário Kalley iniciou aulas para jovens e adultos. Vendo o crescimento, os Kalleys resolveram mudar para o Rio de Janeiro, para dar uma continuidade melhor ao trabalho e aumentar o alcance do mesmo. Este humilde começo de aulas bíblicas dominicais deu início à Igreja Evangélica Congregacional no Brasil. 

No mundo, há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem, sem pensar ou imaginar a extensão de influência que seus atos podem ter. Certamente, Robert Raikes nunca imaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres, analfabetas da sua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer para ser um grande movimento mundial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, em mais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plantada e regada, que cresceu para ser uma grande árvore cujos galhos estendem-se ao redor do globo. 

Ruth Dorris Lemos é missionária norte-americana em atividade no Brasil, jornalista, professora de Teologia e uma das fundadoras do Instituto Bíblico da Assembléia de Deus (IBAD), em Pindamonhangaba (SP)