terça-feira, 27 de maio de 2014

Rapidinhas - 03 - Explique seu "ismo"

Por Carlos Chagas


Por que quando um ateu diz que Deus não existe e que a religião não funciona a reação primeira do cristão é defender seu “ismo”? Não seria melhor pedir desculpas e viver mais intensamente o Evangelho? Ao que parece, explicar o Evangelho é melhor para o cristão que vivê-lo no que tange ao convencimento de seu próximo de que seu estilo de vida é sim importante e válido.

terça-feira, 20 de maio de 2014

A Ira de um Anjo - (Child of Rage)

Por Carlos Chagas




Vídeo retirado do You Tube: http://www.youtube.com/watch?v=8Bp-cgUQpbk

Já faz alguns meses que assisti ao vídeo acima, mas assim que o assisti eu achei interessante colocá-lo aqui no blog. Por quê?

1- A realidade

Todos os dias crianças são violentadas. Não só física, mas psicologicamente também. Pensando na sociedade, esta, a cada dia, sofre com abusos em sua rede social de ser. A cada dia, transformações que não são bem aceitas ou corretas passam a transformá-la a longo prazo. Desde a impunidade que a cada instante gera revoltas para conserto particular da justiça à política de fachada que só serve para ganhos particulares de dinheiro, pela qual nascem os revoltados e revolucionários.

O caso de Beth demonstra como que a realidade pode ser tão diferente para pessoas do mesmo convívio. Seu irmão menor viveu com ela no mesmo lugar e sofreu os mesmos abusos, todavia, os mesmos foram demais para ela, causando assim uma reação adversa como tentativa de solução do problema. Tal caso demonstra também como que uma simples bola de neve pode se transformar em avalanche.

2- O compromisso

Parei para pensar se se esta menina fosse adotada por pessoas não religiosas (areligiosas). O problema de Beth eram dois: Falta de amor e falta de senso do certo e errado. O primeiro provocou o segundo e, para a sua sanidade, o segundo só poderia ser consertado pela prática do primeiro juntamente com instruções.

Num mundo onde todos falam mal de religião somente por essa é que ainda vemos alguns (e estes de fato são raros) que ainda insistem em amar. No caso de Beth, seus pais adotivos não desistiram do caso. O maior desafio veio quando sofreram uma separação temporária para segurança de todos e para que ela recebesse a educação psicológica correta; mais profissional.

Acredito piamente que se fosse ali, no lugar dos pais de Beth, um ateu ou um cientificista, por mais que tivesse amor, ainda trataria com muito mais descaso que qualquer outro religioso. Ainda acredito que só na religião o outro (altruísmo) é mais valorizado na sua integralidade.

3- A responsabilidade

Quantos pais "fabricam" crianças e não as educam? Cada dia mais, nessa sociedade dita "evoluída", mais regressão vemos quando o assunto é a humanização. Muitos confundo "hominização" com "humanização" e, por fim, adotam meios que destroem os fins.

Beth será uma pessoa eternamente marcada pelo estrago que seus pais fizeram. Não há retorno. Por mais que seja curada a cicatriz fica. E é diante de tal realidade que vem a nós a responsabilidade de não cometer o mesmo erro.

O vídeo é indicado para estudantes de psicologia, psicanálise e psiquiatria. Também é indicado para todos que buscam a justiça da criança e o amor para com todos, ou seja, para todos os cristãos em particular.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Desenho "O Mágico" de 2010 e sua releitura para a Igreja

Por Carlos Chagas

Já faz um tempo que assisti a um desenho que, para mim, está entre os melhores que já vi. O Mágico (L'Illusionist - 2010) conta a história de Tatischeff, um mágico que vive em uma época de transformações, as quais exigem das pessoas o mesmo. Diante desta realidade Tatischeff tenta, de sua forma, encontrar uma nova forma de sobreviver, ao mesmo tempo que tenta se encontrar novamente. Nessa busca conhece Alice, uma garota que motivada pelo que o mágico pode lhe oferecer passa a segui-lo sem saber que neste encontro ambas as vidas sofrerão transformações imensas, as quais jamais serão esquecidas por eles.



Uma comparação com a igreja atual

Senti a vontade de postar este desenho no blog porque vi semelhanças na vida de Tatischeff assim como na vida da igreja cristã atual. Não há como não perceber o quanto o mundo se transforma no desenho, transformação esta que não há como frear e nem como não se envolver, já que todos vivem em uma sociedade na qual as transformações conseguem seu objetivo.

Assim como Tatischeff a igreja, às vezes, perde lugar para as tendências. Não que isto seja algo ruim mas a adaptação ao novo ambiente tem de ser algo sadio para ambos os lados. Mas não foi assim para Tatischeff. Este procurou mudar para o interior na intenção de se manter em seu velho estilo. O grande problema que ele encontrou é que em seu velho não mais conseguiria a interação com o povo. Talvez com um ou com outro, todavia já era mais um agente de transformações.

Diante de poucas interações Tatischeff conhece Alice, uma garota do interior que passa a se interessar pelo mágico devido ao que ele pode e lhe oferece. Ao ver que não pode ganhar tanto dinheiro no interior e que ali o mercado não é tão promissor, Tatischeff resolve voltar para a cidade grande na tentativa de se entregar a tal transformação. Mal sabia que Alice o seguiria. Esta, na busca de saciar seus desejos passa a caminhar com ele e ele assume a responsabilidade de levá-la consigo.

Durante sua estadaem uma cidade grande Tatischeff tenta um emprego diferente continuando a oferecer a Alice os presentes que ela queria ganhar. Concomitantemente seus amigos começam a cair em decadência. Alguns entram em depressão, outros viram bêbados, outros continuam a luta. Alice, em dado momento, percebe que o mágico não pode lhe oferecer o que aquela sociedade pode: A igualdade estereótipa, além do amor pelo sexo oposto. Alice se apaixona por um rapaz da moda, bonito e com um futuro promissor que se adequa à realidade que eles vivem.

Após descobrir que Alice já não mais continuará junto com ele, Tatischeff reconhece seu erro: Não pode vencer o sistema proposto, além de também não querer. Percebe que seu erro foi de oferecer o que desejam e não o que necessitam (o amor?). Entende que ainda é tempo de conserto. Resolve voltar atrás e rever sua filha, representada pela foto, que em certos momentos do desenho ele aprecia sem tomada de maiores atitudes, como é no final.

Desenho melancólico e de certa forma depressivo, mas descreve bem a realidade. E se comparado com a história da igreja e sua caminhada podemos perceber ligações interessantes. Uma delas é a oferta daquilo que não é o importante. Alice recebia sapatos e roupas, o que não era o importante. Apesar de parecer estranho sua opção no final foi certa devido às circunstâncias. Ela terá a oportunidade de aprender o que é o amor e de se desligar, quem sabe, de seu egoísmo. Comparado com a igreja, muito milagre é oferecido mas pouco amor. A caminhada evangélica (de Evangelho) tem sofrido com certa destonação onde o cristianISMO fala mais alto que o EVANGELHO.

Apesar de o mágico ter escolhido desistir de sua forma de vida, assim como fez os demais amigos, parece ter feito boa escolha e que seu futuro não terá o mesmo final que os demais, já que optou desistir pelo amor ao próximo, à filha, diferente dos amigos que desistiram para o supérfluo (bebida). Tatischeff também da uma lição de vida ao voltar atrás e consertar seu erro. É o que ensina Ap 2.4-5a.

Grande tem sido a luta das igrejas pela enculturação forçada e pela cristianização do homem ao invés da evangelização. Seu erro é latente quando se percebe tantos escândalos e a indiferença dos demais à tal realidade. Nem sempre o ato de transformar o meio vivencial e o não-envolvimento com o mesmo é a solução. Percebe-se mais um preconceito que efetivamente um conceito.

Por fim, mágicos não existem e sim a realidade. Não adianta maquiar e enganar porque a realidade não se esconde. Mágicos não existem porque estes não são tão belos quanto a verdade. A verdade sim existe e não é de ninguém, para que seja de todos. Não maqueia porque ensina. E a verdade ensina com amor, o objetivo que deveria estar em todos. Eis a oportunidade: Conhecer o amor. Afinal, quem se interessa?



Mágicos não existem

A vida e o homem. O homem e sua busca. A busca pela vida e a negação do homem pela busca. Por que lutar? Pelo que desejar? É clara a resposta: a vida. Mas por que não se alcança? Por que a vida não é bela? Quem sabe. Quem sabe é pelos enfeites? Quem sabe é pela troca de valores ou pela valorização do supérfluo?

Tão certo como é andar para frente é o homem ser deixado para trás. O tempo passa, a evolução vem e a transformação é necessária. Mas como obter a vida? Se tudo e belo e é encontrado nesta como alcançá-la? Como oferecê-la? Quem sabe está nos trocados que ludibria o olhar de uma donzela ou ofusca o do mendigo? Não seriam estas moedas o verdadeiro sentido da vida? Não. Se fosse as cidades seriam os oásis vitais. E o que vejo é só tristeza!

Mas que tristeza é essa? Por que essa me procura? Me seduz? Me conquista? Talvez, se por um instante, valorizasse o artefato como mais um instrumento e dele não esperasse o total sentido de vida! Se o meu dom, o dom de fazer mágicas, não surtisse em mim o sentimento de que com isso mudaria o mundo num passe de mágica. Deveria eu entender que ser mágico é transformar a mim mesmo, ou quem sabe apenas me confortar... não sei o que dela esperar.

Mas algo me mostra, me indica e ainda assim não quero enxergar, que em todo dom, seja de fazer rir, seja de encantar, seja de acompanhar, o que de fato e de tudo vale é o dom de dar vida. Estar do lado não para ganhar, mas para sentir e oferecer. Rir não para dormir e amanhã começar novo dia, mas de sentir o prazer do sorriso alheio. Caminhar a segunda milha não pela obrigação mas por oferta. Hoje sei. Hoje entendo. A vida não é mar de rosas, mas pode ser enfeitada assim. Mas quando enfeito, o que vejo, é apenas a morte das flores e não o seu cheiro.

Por que sou assim? Sei que a vida não é magia. Sei que viver não é algo mágico. Mágicos não existem! A vida sim. E esta, pela minha magia, a ocultei. Quero viver, mas não consigo. Quero caminhar e sei como fazê-lo mas não dou o primeiro passo. Por quê? Por quê?


terça-feira, 6 de maio de 2014

O desafio das religiões universais - Salvação fora da igreja

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.

Apesar de, na história cristã, ter tido teólogos que protestaram contra a interpretação da fé cristã como religião não faz com que o cristianismo deixe de sê-la. O cristianismo é uma religião entre religiões.

Salvação fora da igreja 

Religiões valorizadas 

Nenhuma religião pode mais se ver como isoladas das demais. Da mesma forma pode achar que substituirá outra religião sem instaurar uma crise. Sabe-se que por mais que o cristianismo adentre em países hindus, taoistas, budistas e outros, não terá grande eficácia em sua “cristianização”. E nesta “cristianização” é que se percebe o quanto o cristianismo é europeu, não buscando se adequar ao ambiente alvo dos missionários.

E hoje, no ambiente eclesial cristão, se vê o grande paradoxo: A mesma igreja que diz que na Bíblia Deus deixou claro sua intenção de salvação da humanidade (aliança de Noé) e que no NT Deus deixa claro que deseja salvar a todos sem distinção de pessoas e que não-cristãos também poderão ser justificados como observadores da lei (Rm 2.12-16), ou seja, salvação fora da igreja, é a mesma que tacha as demais religiões como mentirosas, como malignas e, às vezes, na melhor das hipóteses, donas de vestígios da verdade!

Agora, com o aumento do conhecimento pelos meios de comunicação e interação como livros, por exemplo, as religiões de forma geral recebem um novo olhar, pois todas, de certa forma, caminham com raciocínios similares, que precisam ser superados, além de que muitas religiões se apresentam como a única chance religiosa de fato com valores providenciais à existência.

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