terça-feira, 30 de setembro de 2014

Rapidinhas - 07 - Música não e filme sim

Por Carlos Chagas

Já percebeu que no meio evangélico se diz que não se pode ouvir músicas "mundanas" (ou seculares; que não são louvores evangélicos) e somente louvores evangélicos? Quando questionados os evangélicos defensores desta opinião alegam que as músicas mundanas são criação de Satã (linha de pensamento mais usada) e que as mesmas são usadas por ele para sua própria adoração. Ainda dizem que após ser expulso do céu Satanás passou de adorador de Deus para adorador de sua própria imagem e, por isso, deixou de entoar cânticos ao Senhor para enoar para si seus próprios cânticos.

Ainda sobre as músicas alguns dizem que estas não louvam ao Senhor, já que falam de uma realidade que descarta Deus. Tais músicas falam de drogas, prostituição, lascívia, brigas, oas quais prefiguram o pecado. Logo, quem escuta tais músicas estão suscetíveis a pecar ou já pecam por escutar músicas que (1) são criadas por Satanás e que (2) desviam o homem de sua finalidade, que é adorar a Deus.

Mas diante dessas afirmações nascem dúvidas como: (1) Por que músicas seculares não podem ser escutadas mas filmes seculares podem ser assistidos? (2) Por que músicas ditas evangélicas podem ter duplo sentido (falar de Deus ou da namorada usando pronomes e substantivos como "você", "ele", "meu amor"...) e as músicas seculares não? (3) Desde quando Satanás obteve poder de criação? (4) O que é adoração, já que se sabe que a adoração é uma real entrega a algo ou a alguém e que esta não é tão fácil assim...?


terça-feira, 23 de setembro de 2014

A ausência de empatia no Brasil, o grande mal

Por Carlos Chagas

Entender o porquê de um mundo violento não é dificuldade para ninguém. Até mesmo para o mais boçal dos humanos entender de forma simples e direta é algo praticável. Todavia entender a complexidade já é algo par especialistas. No entanto acredito que se a prática do mínimo contra a violência acontecesse o mal seria erradicado em grande maioria.

Nos últimos dias temos visto pais assassinarem seus filhos, filhos assassinarem seus pais, brigas entre vizinhos que levaram à morte, roubos, sequestros, corrupções, brigas mortais no trânsito, na escola, entre outros. E no fim de tudo o que se vê o a falta do mais simples: O AMOR PELO SEMELHANTE AO LADO. E quando digo semelhante até mesmo um frango se torna do homem, quando este disputa um lugar e forma de se viver assim como o homem. Assemelham-se na disputa de vida.

Para que seja entendido essa falta de amor é só pensar o seguinte: Quando se está com raiva de alguém (no trânsito por exemplo) e que vem a vontade ou o ato de xingar ou de partir para a agressão física, tal prática ou vontade viria à tona se se o outro fosse seu melhor amigo, Deus, ou alguém de consideração? O que quero dizer aqui é que muito se faz de mal àquele que em muito pouco se se importa. A falta de empatia é o grande mal do século.

Num Brasil que agora vive o problema da aglomeração exacerbada de pessoas em grandes centros urbanos a construção de moradias coletivas e concomitante a isso a queda de princípios cristãos, dentre eles, o de amor ao próximo, guerras e mortes são instauradas aumentando o mal no mundo. Em tempos onde a religião é em muito falada e em pouco praticada o que vemos é o crescimento da brutalidade entre os homens. E a forma mais simples de se acabar com este mal é seguir o 2º mandamento de Cristo. 

Talvez este seja o maior desafio aos missionários brasileiros e estrangeiros instalados aqui. Princípios de mutualidade devem ser revistos pelos brasileiros para que o mal não mais reine aqui.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Não exclusividade, mas singularidade

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.


É fato que a falta de compromisso com os princípios religiosos bem como a apatia social e falta de compromisso com o futuro fazem da religião algo descartável e, talvez, nunca necessário. Mas especificamente o cristianismo perde seu valor quando valoriza o poder, a agressividade, ambição do poder, sede do lucro, coisas comuns e tão aceitáveis pelos próprios cristãos dos dias de hoje que fazem desta religião, se a mesma for só isto, digna de destruição. 

Mas sabe-se que o cristianismo não é de tudo ruim. Ainda existem os que nele acreditam. E pelo fato deste ter saído na frente das demais religiões se adequando e adequando a modernidade passa a servir de modelo para as demais religiões que cedo ou tarde, também enfrentarão a modernidade. 


Para voltar ao índice clique aqui.

Para continuar com o estudo clique aqui.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Diagnóstico auxiliar

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.

A exemplo do cristianismo as demais religiões estão convidadas à resposta frente as necessidades da modernidade. No momento não é interessante que as religiões se fechem em isolamento espiritual, antes, como o cristianismo, deveria se ater às propostas modernas como forma de crescimento e para a autocrítica.

Diferente do que muitos pensam, modernidade não diz respeito apenas às mudanças estruturais, econômicas e sociais, mas uma nova forma de consciência. E se hoje existem uma nova consciência também a uma nova concepção para todas as coisas, dentre as quais se encontram as religiões. O cristianismo foi a primeira grande religião a debater com a modernidade, obtendo com isso um amadurecimento a duras penas, mas sem ser aniquilado do mundo. Da mesma forma, todas as demais religiões universais deveriam observar alguns pontos críticos como:

a- Sabe-se que no islamismo o Alcorão é inspirado literalmente (palavra por palavra) e que o mesmo é infalível. Diante disso, até quando serão sustentadas pelos islâmicos tais concepções uma vez que o Ocidente, devido às pesquisas modernas, constatou que no Alcorão contém muito material de origem posterior e ocasional incluindo uma história muito humana? Como conceber o tradicionalismo religioso do islã frente descobertas do tipo eletricidade, micróbios, satélites e conquista da lua, sabendo que esta última é o símbolo sagrado do islã?

Por que o islã não deveria poder incluir em seu sistema, em sua teologia, hoje estéril, mas altamente evoluída na Idade Média, as modernas conquistas científicas, técnicas, econômicas, culturais, políticas, que não se originaram dele? Em tempos onde a mulher ganha seu “lugar ao sol” como defender o tradicionalismo? E diante da autoridade civil e penal, que a cada dia descarta a autoridade do Alcorão, como subsistir ante este esfacelamento?

b- Grandes religiões como o budismo e hinduísmo, que pregam a cosmovisão cíclica, que pensam em círculo (eterno retorno) estão diante da crise instaurada: Como responder a um mundo que lê sua história de forma dialética na concepção de uma evolução linear? Até onde estas religiões não se passariam por ridículas com suas leis infalíveis do carma e do agir e da recompensa automática?

c- Até onde a teoria do hinduísmo sobre reencarnação e castas seria aceita? Num mundo que hoje se encontra ciente de que as castas, no fim de tudo, só servem para esconder a verdadeira realidade de que tudo pode sofrer mudanças tais concepções podem caducar.

d- Que dizer da concepção monástica que se isola e considera tudo irreal e ilusório se tornando tão passivo que chega a ser dispensável? Num mundo tecnocrático onde laboratórios, computadores, portas automáticas, economia global são uma realidade negar isso tudo é o mesmo que não acreditar no que é considerado irreal por tão latente e palpável que é.

e- Ainda que o neoconfucionismo chinês busque a harmonia dos homens por que ainda há hipervalorização do tradicionalismo, se foi este tradicionalismo o responsável pelos maiores problemas da China no início do século XX?


Para voltar ao índice clique aqui

Para continuar com o estudo clique aqui.


terça-feira, 2 de setembro de 2014