terça-feira, 24 de junho de 2014

Rapidinhas - 04 - Olha, o erro não é meu, é do...

Por Carlos Chagas


A melhor explicação para um ateu, quando este diz que a religião não funciona, é vivê-la e provar com isso que o problema está no homem e não nos “ismos”. O grande mal do homem é tirar a culpa de si e colocar em um sistema. Adão pecou e transferiu sua culpa para Eva. Eva pecou e transferiu sua culpa para a serpente. A serpente errou e não tinha um quarto personagem para quem transferir a culpa... Ao menos, ficou claro no Gênesis que o homem é capaz de ser cara-de-pau o suficiente para mentir frente a Deus de um erro que não pode ser de outro.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Ignorância nobre?

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.

Eis o dilema: Fora da igreja HÁ Salvação. Por que não afirmar isso se de fato já o faz? Além disso, se o cristianismo, que antes destacava a pobreza das religiões e agora constata a riqueza das mesmas e diz que a salvação se encontra em qualquer lugar, o que lhe resta oferecer? Se há salvação fora da igreja por que, afinal, a Igreja e o cristianismo? 

No que tange ao protestantismo (evangélicos?) não cabe dizer que o cristianismo é a qualidade do Evangelho na tentativa de negar o mesmo enquanto “religião” uma vez que, com isso, se exclui do diálogo e se marginaliza do problema que, efetivamente, permeia a realidade. 

O problema fica latente: se antes as religiões eram tratadas pelo cristianismo como algo externo e quantitativo agora, juntamente com isto, é interno e qualitativo. Ou seja, assim como em anos atrás onde a sorte das demais religiões estava lançada, agora, juntamente com estas o cristianismo também se encontra. O cristianismo então se desafia e é desafiado. 
 
 
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terça-feira, 10 de junho de 2014

Consequências perturbadoras - Cristianismo anônimo?

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.

Há 500 anos atrás o Concílio de Florença dizia que “fora da igreja não há Salvação”. Todavia tal pensamento foi refutado no Concílio Vaticano II, onde foi dito que em homens de boa vontade (participantes de religiões universais) e mesmo ateus “que buscam a Deus”, no mínimo por princípio, “podem conseguir a Salvação eterna”. Assim, ao que parece, para os católicos as religiões como tais, podem ser caminho para a salvação. 

Para alguns teólogos católicos isso não é uma reviravolta, mas uma nova forma de interpretar o antigo dogma. Se antes “igreja” era a “Santa Igreja Romana” agora são os participantes de boa vontade que, sem exceção, fazem parte da igreja “de algum modo”. Mas estes, no fim de todas as análises teológicas e de cunho católico, são considerados cristãos não formais, mas anônimos, ou melhor, “católicos anônimos”. 

Mas isso resolve o problema da “salvação fora da igreja?” Ao que parece, o não-católico só migra, para a cabeça do teólogo. E mais: Se interrogado, um não-católico não aceitará ser chamado de “cristão anônimo”. Da mesma forma, nas palavras de Hans Küng, “que diriam os cristãos se, graciosamente, fossem epitetados de ‘budistas anônimos’”? 

Não se resolvem os desafios das religiões apenas com alargamentos de compreensão de termos como “igreja” e “salvação”. Além do mais, isso apenas transformaria Jesus em um avatar, num Boddhisattva (Bodisatva), num profeta mulçumano, além de que a evangelização não serviriam como antes.


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terça-feira, 3 de junho de 2014

Riqueza das religiões

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.

É difícil demais para um adepto de determinada religião aprovar a religião de outrem, mas o que não se pode negar é que todas as religiões buscam a mesma coisa: a salvação do homem, seja ela espiritual (céu, inferno, etc), seja ela material (miséria, medo, etc). Toda religião parte do pressuposto da fé, superstição e descrença de algo. Logo não dá para negar que: 

  • Não só o cristianismo mas todas as religiões lutam contra egoísmos, miséria, medo, injustiças, hipocrisias, falta de liberdade e outros, cada qual à sua forma de ver o mundo; 
  • Todas as religiões reconhecem o bem. Todas lutam para que o homem não se estacione em si mesmo, pois sempre há algo mais além desta vida e da morte; 
  • Todas as religiões dão ouvidos aos seus profetas e profecias. Isto inspira o homem à coragem e lhe dá força para o recomeço. 

Se se deixado de lado o preconceito, o egoísmo e as tendências de cunho religiosos o homem talvez entenderia que todas as religiões, com seus respectivos profetas (Jesus, Buda, Confúcio, Zaratustra, etc) estavam na busca e na luta pelos mesmos ideiais. A mesma sede guiou estes profetas a tal busca. E o mais interessante é que ainda que todos estejam motivados pela mesma sede cada religião fundada tem suas próprias característica e riqueza. 

Observando profundamente e relatando de forma ágil sobre cada religião poder-se-á dizer que o hinduísmo produziu a mais rigorosa ascese e meditação, além de filosofias profundas, como as Shankaras. Já o budismo tenta explicar que se sofre para a eliminação do sofrimento, que a causa deste sofrimento é nada mais que o egoísmo, a auto-afirmação, a sede de viver, que levam o home a uma outra reencarnação. A vitória para isso é a superação de todo este mal pelo próprio homem. Daí o nirvana (apagar-se). No confucionismo se vê muita valorização do humano, mas que não quer dizer que não há a valorização do caminho ao céu (tao). Existe uma lei moral cósmica, que está presente no homem na qual se revela o Caminho. No islamismo se destaca os cinco pilares fundamentais: o credo (prece), a contribuição aos pobres, o jejum no mês de Ramadã, uma peregrinação a Meca e submissão total a Alá, que é o único Deus, do qual o sofrimento é manifestação imutável e, como tal, deve ser aceito. 

Este é o universo das religiões. A religião (o ato de se religar a Deus, ao totalmente outro) se encontra somente na religião (organização da fé). Sabe-se que para falar de uma religião antes deve-se entendê-la e respeitá-la, e que é impossível descrevê-las tal como são, uma vez que suas convergências, afinidades, encontros, influências e entrelaçamentos estão em constante expansão. 


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