terça-feira, 10 de junho de 2014

Consequências perturbadoras - Cristianismo anônimo?

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui.

Há 500 anos atrás o Concílio de Florença dizia que “fora da igreja não há Salvação”. Todavia tal pensamento foi refutado no Concílio Vaticano II, onde foi dito que em homens de boa vontade (participantes de religiões universais) e mesmo ateus “que buscam a Deus”, no mínimo por princípio, “podem conseguir a Salvação eterna”. Assim, ao que parece, para os católicos as religiões como tais, podem ser caminho para a salvação. 

Para alguns teólogos católicos isso não é uma reviravolta, mas uma nova forma de interpretar o antigo dogma. Se antes “igreja” era a “Santa Igreja Romana” agora são os participantes de boa vontade que, sem exceção, fazem parte da igreja “de algum modo”. Mas estes, no fim de todas as análises teológicas e de cunho católico, são considerados cristãos não formais, mas anônimos, ou melhor, “católicos anônimos”. 

Mas isso resolve o problema da “salvação fora da igreja?” Ao que parece, o não-católico só migra, para a cabeça do teólogo. E mais: Se interrogado, um não-católico não aceitará ser chamado de “cristão anônimo”. Da mesma forma, nas palavras de Hans Küng, “que diriam os cristãos se, graciosamente, fossem epitetados de ‘budistas anônimos’”? 

Não se resolvem os desafios das religiões apenas com alargamentos de compreensão de termos como “igreja” e “salvação”. Além do mais, isso apenas transformaria Jesus em um avatar, num Boddhisattva (Bodisatva), num profeta mulçumano, além de que a evangelização não serviriam como antes.


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