Por Carlos Chagas
Vida: Muitos tentam descobri-la;
Outros apenas desvendá-la;
Mas o que ela seria?
E ao descobrir, como praticá-la?
O que sou eu nessa imensidão descrita por um poeta?
Uma ontologia, um espírito, um animal?
Definição de uma ciência racional?
Ou uma constante em auto-descoberta?
Teologicamente: Sou pecador?
Traição, vítima, evolução ou involuído?
Ser idêntico, semelhante, decaído, devedor?
Na verdade sou andarilho de um mundo enganador.
O mundo diz algo,
Outra coisa a vida mostra,
Não sei mais no que devo acreditar,
Todavia sei em quem posso confiar.
Filosoficamente: Eu existo?
Sou o que sou ou sou eterno vir-a-ser?
Dúvidas e questionamentos vêm disto,
Mas o fato é que nessa busca não deva eu desfalecer.
Ontologias e teorias, isso é o que se produz,
Mas ao invés de falar da vida falamos de nós mesmos,
Descobrindo-se então que não a somos;
O que é a vida? A pergunta renasce mais uma vez,
Arrancando novamente de nós toda intelectual altivez.
A vida é um mistério assim como quem a criou,
Faz de nós marionetes num teatro de drama,
Onde a trama não se conhece nem como se formou,
Mas o final disso tudo todos esperam que seja algo bem bacana.
Viver não é falar e nem formular,
A vida é a sabedoria nascida do experimentar e do saber consertar;
Os erros que se praticam no ato de caminhar,
O Caminho no qual sempre tendemos vacilar
Viver não é entender e nem conceituar,
Crianças disso sabem como testemunhar,
Nas cirandas e nas rodinhas,
Rindo ou chorando, deixando a vida os levar.
A vida não é se atarefar,
No corre corre para a vida nos deparamos com a morte,
E esta nos mostra que inútil foi o trabalhar,
Pois antes de eu morrer descubro que morto estava,
E isso já não posso mais negar.
Mas o que é efetivamente a vida?
Sábia não é a pergunta mas sim a busca,
A mais louvável das atitudes que em ti se pode achar,
A vida nada mais é do que o outro,
Pois somente no outro a vida se pode encontrar.
No Outro vida e morte se confunde,
Na Cruz as duas parecem uma como nunca na história se compreendeu,
Minha vida veio de Sua morte, e mesmo morto a morte não o venceu,
Mostrando mais uma vez que a vida só tem sentido Naquele que por mim morreu.
Mas o sentido continua; a caminhada vital não parou,
O Outro, o Totalmente Outro, já nos falou,
Façam aos pequeninos, e então a mim o farão,
Logo, é nele e no próximo que o cheiro de vida estacionou.
Ame o próximo e assim a vida renascerá;
Ame a si mesmo, mas não mais que o outro,
Pois somente assim a vida você verá
E em todos os vitais sentidos terá você um novo encontro.
A vida é assim: Um convite à Esperança.
Faz de mim um aluno com fervor
Que aprende que não se ganha a vida por vingança,
Mas com fé e temperança e sobretudo com amor.
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