Por Carlos Chagas
Marcada pelo papel do monge a espiritualidade dos séculos IV e V era a vida deste como mártir, o qual testemunhava sua fé e as realidade sobrenaturais, mediante à renúncia da própria vida. Ser religioso, ou ser cristão, nesta época em específico, era copiar o modelo monástico (vem de monges) transformando a espiritualidade leiga numa espiritualidade baseada na perfeição, na literatura e na vida ascética (ascetismo é a negação dos prazeres dando lugar à moral e, neste caso, ao espiritual).
"Os pastores e escritores transformaram-se em mestres por sua ciência e santidade: surgiram as grandes sínteses do caminho espiritual (Basílio, Agostinho e Bento)" - Teologia da Espiritualidade Cristã - Danilo Bondoni.
Comparativo com a atualidade cristã evangélica:
Uma espiritualidade que preza não só a prática da fé e oração, mas também a leitura e os estudos, esta alia bem a razão e fé. Na contemporaneidade e, mais especificamente no meio evangélico, onde a fé é tão somente a hipervalorização do que é transcendente (espiritual) a parte racional do homem é posta de lado senão anulada. O que converge à razão já não tem mais valor.
Sabe-se que a espiritualidade primitiva alcançou bons frutos no campo teológico e que a mesma serviu para o melhor desenvolvimento do cristianismo. Todavia os dias atuais já não mais precisam do mesmo desenvolvimento, pois este já foi alcançado e agora é praticado. Entretanto, se faz necessária a manutenção e adaptação da teologia já adquirida por questões práticas. O homem é racional e necessitado de fé. Ambas as qualidades devem se aliar para que o homem seja nutrido em seu todo.
Seria importante para os evangélicos atuais a adaptação dos estudos e leituras sapienciais para a teologia prática atual a fim de que erros não venham a ser cometidos em toda a esfera cristã. Tal adequação da razão não deve, lógico, anular o objeto da teologia que é o próprio Deus. Assim, fica o desafio: Aliar a crença em Deus e sua necessidade por parte do homem a qual se alcança e se sacia por meio da fé e a utilização da razão, que é uma faculdade própria do ser humano, que o auxilia a ter maior ciência do que se deve fazer com a fé. Uma não anula a outra quando se tem equilíbrio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não esqueça de comentar esta postagem. Sua opinião é muito importante!