Por Carlos Chagas
Vivemos um tempo em que a aceitação dos homossexuais deve acontecer. A cada dia que passa os homossexuais ganham mais credibilidade na sociedade adquirindo, de forma ampla, seus direitos enquanto uma classe. Não obstante outras classes, dentre elas alguns cristãos, procuram de forma veemente condenar tais pessoas de orientação homossexual.
É diante desta tentativa de condenação dos homossexuais por parte de alguns cristãos que percebo o quanto a leitura bíblica e sua interpretação está tão desencontrada. Textos como Lv 20.13, que condenam a prática homossexual entre homens, são muito usados por religiosos para então condenarem os mesmos, com a alegação de que o homossexualismo é abominação e que, segundo este trecho bíblico, deve ser observado e seguido "à risca", ou seja, não mais podem haver práticas homossexuais, pois é abominação ao Senhor. Utilizando-se desta mesma forma de interpretação dos textos bíblicos não mais poderemos aceitar uma mulher, em seu período menstrual, tocar coisas que os demais tocam, pois se assim for, todos estarão imundos até à tarde e deverão se retirar do contato com os demais devido à imundícia (Lv 15.19-30). Ainda sobre o AT, se este condena o homossexualismo com uma simples interpretação literal do texto o mesmo permite a venda de sua filha como escrava (Ex21.7-8). Ou seja, quem tem 8 filhas terá sucessos econômicos!!!
Não paramos aqui. Se formos ler o AT como se lê de forma descompromissada com a cultura vigente e com os milênios que nos separam e com a contextualização que deve ser feita, aceitaremos a escravidão, que é defendida não só no AT mas no NT também (Paulo é um na epístola de Filemon). O que quero destacar é o total descaso destes cristãos que dizem saber demais de Bíblia, mas no quesito interpretação, são nota 0. Sinto dizer que com essa má interpretação o que estes cristãos conseguem é mais a promoção dos homossexuais devido à sua falta de intelecto que a promoção da ordem culturalmente já aceita com interpretações forçadas, sem compromisso com a teologia judaica e sem credibilidade religiosa ou histórica com o AT.
Mas o que fazer?
Não cabe ao cristão proibir o homossexual de sê-lo, nem proibir os mesmos de praticar tais atos. O Evangelho, segundo Cristo, é para se viver e, como consequência desta vivência, todos se contaminarão de amor, ao ponto de abandonarem tais práticas. Não posso dizer que tais práticas (as homossexuais) são erradas, mas que no presente, no mínimo, não são sadias devido à visão teológica cristã de hoje.
Assim como as mulheres e os negros passaram a ter nomes e liberdade respectivamente, assim também será a causa homossexual. Mas é diante disso que a teologia cristã deve se abrir ao diálogo: Até onde ambas andarão, as pedidas dos homossexuais e a teologia cristã se reformando, onde um não destruirá o outro? Também não cabe ao adepto ao homossexualismo atacar a teologia cristã querendo destruí-la pois se assim for, seus próprios ideais se demonstram falhos nas práticas.
Por fim, cabe aqui uma consideração: Que não haja brigas e nem ofensas, mas educação ou orientação. Cabe expor, a ambos os lados, os caminhos a seguir e o fim de cada um. É no sentar com o diferente e excluído que nasce a vida e o agrado a Deus (João 4)!
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