terça-feira, 22 de outubro de 2013

A realidade - Parte 2

Por Carlos Chagas

Este artigo faz parte da série O que é ser cristão? Caso queira acessar o índice clique aqui


 
Continuação do artigo "A Realidade - Parte 1"

3- Eis o impasse:
- Se Deus existe deve ser provado pela realidade;
- Se Deus não existe também deve ser provado pela realidade;

Para falar de Deus se parte de dois princípios: Um é a “fé” da religião, categoria esta que fundamenta toda sua teologia; e outra é a “descrença” ou hipótese, que fundamenta todo o discurso e argumentos dos, no caso, ateus.

Logo o homem se vê num impasse. Deve decidir pela fé ou descrença que, esta última que em análise mais aprofundada é a “fé da ciência”, mais conhecida como “hipótese” (algo ainda não comprovado racionalmente). O homem se encontra sem coação intelectual.

O que deve ser entendido é que mesmo que o homem não decida nada ele assim já está decidindo. Ir para a “fé da religião” é decidir por nada segundo os ateus. Mas não decidir por ela é ficar no nada já que Deus não foi anulado pelos ateus e o niilismo. Mas o desempate dessa briga se dá agora.

O que se percebe é que a verdade, ao invés de não existir, ela simplesmente não pode ser aceita, segundo o ateísmo. Por quê? Porque nos dias de hoje parece que a verdade só o é quando é banal. Quanto mais profunda a verdade mais o homem deve se abrir para ela. A verdade atual só o é quando se tem segurança e esta segurança só está no plano mais raso, mais simples. Mas o homem deve orientar para ela o intelecto, a vontade, o sentimento para alcançar a autêntica certeza, esta que não necessariamente vem acompanhada de segurança. 

No fim de tudo, percebe-se que:
- O não a Deus (recusa) denota uma confiança radical, mas sem base, depositada na realidade.
- A sim a Deus (aceitação) denota uma confiança radical, fundamentada, para com a realidade. Quem afirma Deus sabe pelo que confia em Deus.

Logo, não é um empate.

4- O ateísmo que tenta se apresentar como algo racionalmente aceitável está longe disso. O ateísmo não busca nem apresenta uma meta final consistente de apego da realidade. Antes só apresenta críticas destrutivas sem novas construções. Chega ao niilismo. O ateísmo não dispõe de mecanismos para indicar alguma condição de possibilidade da realidade incerta. Assim, tenta se apresentar como racionalmente certa, mas que na verdade não passa de irracional e nociva ao homem. 

O ateu se expõe à falta de meta, ao risco da falta de base, de suporte e objetivo. Além do mais, o ateísmo, que nasceu para questionar a religião, é questionado por todos nas mesmas questões, questões estas que visam as mesmas tentativas históricas: Sobre a vida humana. Seriam estas perguntas:

- O que podemos saber? Desde o motivo de sua existência até o sentido da realidade.
- O que podemos fazer? Desde o que fazer até o sentido da amizade.
- O que podemos esperar? Desde o sentido da existência até a tentativa de não aceitação da morte como absurdo.

O fato é que para um ateu que entende sua história entende agora que se antes a iniciativa era destruir a religião porque não responde a essas perguntas agora se vê perguntando a mesma coisa. E o pior: Também não sabe responder e perde para a religião, porque esta ainda busca sentido de vida.



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