terça-feira, 17 de maio de 2011

O Santo Sudário: Será que realmente existe ou é uma farsa?

Por Carlos Chagas

Por muitos séculos a Igreja Católica Romana disse possuir o pano que envolveu Jesus Cristo após a sua morte (antes da Ressurreição). O nome que se dava para este tipo de pano era Sudário (sudarium), espécie de lençol que servia tanto para enxugar o suor como também para tampar o rosto de um morto ou seu corpo inteiro. Segundo informações o Santo Sudário é um tecido retangular que mede 4,36 metros de comprimento e 1,10 de largura. Tem cerca de 34/100 de espessura e pesa cerca de 2,450 kg. Atualmente se encontra numa Igreja de Turim na Itália, onde está a mais de 4 séculos.

Polêmicas têm sido levantadas sobre a suposta mortalha e sobre a imagem que aparece no pano. Até o século XIX não havia estudos mais sérios sobre a mortalha de Jesus. Apenas em 1898 que a primeira fotografia foi tirada do Santo Sudário onde, a partir de então, iniciou-se um estudo detalhado (científico) do pano. Muitas coisas foram descobertas. Dentre elas estão:

1- Após a inversão do positivo/negativo da fotografia é que de fato ficou mais visível o corpo de uma pessoa que, para religiosos, é o corpo de Jesus. Mas para cientistas, este pode ser de outra pessoa ou simplesmente uma farsa.

2- Em 1988 várias outras fotos (desta vez centenas de fotos) foram tiradas do Santo Sudário. E não só fotografias, mas também um pedaço do tecido que, mesmo com forte crítica religiosa, foi permitido para testes radioativos de Carbono 14. Após os testes ficou comprovado que havia realmente sangue humano no tecido e que o mesmo não foi pincelado e sim impregnado por contato, o que comprova que o tecido pode não ter sido feito por artistas plásticos ou por pintores.

3- No primeiro teste de C14 ficou comprovada a idade do tecido: Entre 1260 - 1390, o que levantou a ideia de que da Vinci pode ter sido o criador do tecido. Mas após um casal de veneradores do manto atestar que o manto havia sofrido uma retecelagem na Idade Média para conservação do mesmo, os cientistas reavaliaram seus testes e perceberam que o C14 apontou tral data já que o tecido da Idade Média influi mais peso na datação que o tecido primitivo.

4- Após análises microscópicas, em 1973, cientistas encontraram uma espécie de pó originário de plantas da Palestina, sendo muitas delas típicas e frequentes de Jerusalém e arredores. Para os defensores do manto isso comprova que o manto é de Jerusalém (Fonte: Clique aqui).

5- Mas em 1977, uma equipe de estudiosos da universidade de Turim usaram novamente o microscópio para análises. Dessa vez afirmaram que a imagem do Santo Sudário era composta por inúmeras gotículas de tint fabricadas a partir de ocre (argila de cores variadas usada em pinturas) (Fonte: Clique aqui).

6- O pesquisador Francis Filas afirmou, após análises tridimensionais do manto, que haviam usado duas moedas nos olhos do morto (costume da época). Ele identificou que a moeda do olho direito era um dilepton lituus, cunhado sob Pôncio Pilatos, entre 29 - 32 d.C.

7- Pessoas que defendem a veracidade do manto alegam que o incêncio de 1532 que quase queimou o manto pode ter afetado a química do mesmo, deixando-o impróprio para análises.

Após a tentativa de datação por C14 pelos estudiosos em 1988 ter fracassada, dois problemas maiores surgem: Raymond Rogers, o "cabeça" da pesquisa morreu em 2005. E com ele a pesquisa já que foi ele próprio que iniciou estudos para a comprovação de que o teste tinha contaminação de tecidos medievais. O outro problema é que o relicário (caixa com betume que a Igreja católica usa para guardar o Santo Sudário) está contaminada com Timol, uma espécie de conservante que mata qualquer bactéria. Este Timol afeta a composição do manto deixando-o impossível de ser datado por C14.

Diversas outras controvérsias foram lançadas sobre o manto. Abaixo você verá dois vídeos que demonstram os dois lados: O dos defensores e o dos que atacam o relato de o Santo Sudário ser verídico. Mas infelizmente a história do Santo Sudário continuará indefinida, já que o manto não pode ser tocado e porque a ciência atual não tem "cacife" para a análise, uma vez que provou não ter capacidade de fazer testes no manto. Vamos aos vídeos:

Vídeo mais defensivo:



Vídeo mais ofensivo:



P.S.: Se o 2º vídeo iniciar do meio para frente mova no cursor de tempo para o início.

2 comentários:

  1. Prezado,

    A ciência é baseada em fatos, não em dogmas. A ciência que faz datação C14 é a mesma que te possibilita falar ao celular ou escrever um e-mail, ou seja,a ciência é extremamente avançada. Datação de C14 é brincadeira de criança para a Física, pois a Física faz este teste, mesmo em 1988, com a mesma facilidade que o papa reza um ave maria em latim. Para vc não ter dúvidas sobre a veracidade da datação C14 da leia: Física Básica 4, Moyses Nussensveig editora Edgar Blucher, ou continue nas trevas da ignorância.

    Engenheiro Físico Gattai

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    1. Prezado;

      Obrigado pelo comentário. Não sou físico como você e, por isso, o que representa o C14 para datação é algo desconhecido por mim. Quanto às trevas da ignorância todos caminharemos nela já que o homem não consegue (mesmo sendo imparcial) ler objetivamente seu "Sitz in Leben". Costumo dizer que antes, no AT o povo perecia por falta de conhecimento e hoje por conhecimento em demasia.

      Abração

      Escritor de "blog" CHAGAS

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