Postado por Carlos Chagas
Há algum tempo li uma matéria muito interessante sobre a criança e as armas de brinquedo. Tal matéria me levou a pensar sobre qual postura cristã deveríamos ter mediante uma criança que quer ganhar uma arma de brinquedo. Antes de mais nada vamos à matéria abaixo:
De Cristina Coelho
A resposta é sempre polêmica, pois há os que acham que sim e os que acham que não. Será que esses brinquedos realmente são prejudiciais para a formação moral das crianças? Será que uma arma de brinquedo na mão de uma criança estimula a violência? Proibir a venda de armas de brinquedo diminui atitudes violentas nas crianças?
No dia a dia, as crianças, principalmente os meninos, brincam espontaneamente de luta, imitando seus super heróis favoritos. Um graveto ou até mesmo a própria mão podem se transformar numa arma. As crianças elaboram suas vivências diárias nas brincadeiras de faz de conta. Cabe ao adulto demarcar para elas os momentos em que o brincar ultrapassa o limite do faz de conta tornando-se real e podendo realmente machucar. De acordo com a educadora e psicóloga Beatriz Ferraz “quando uma criança inicia uma brincadeira, ela sabe que está atuando em um universo que não é o do mundo real e sim o do faz de conta, portanto sente-se com mais liberdade para colocar seus sentimentos em jogo, pois sabe que não sofrerá as consequências do mundo real”. Portanto, as armas de brinquedo devem ser diferentes das armas reais, “com um material diferente, de plástico, colorido, leve, com formato diferente. Esses elementos ajudam a criança a diferenciar o brinquedo do objeto real e, por consequência, ajudam a compreensão de que as armas que possuem não são de verdade - as ações que fizer com as mesmas, também não terão uma consequência real.” A criança tem necessidade de analisar e entender a realidade ao seu redor e uma das maneiras de conseguir isso é através das brincadeiras de faz de conta. “Conversar em casa sobre o que assistem na televisão é de fundamental importância para as famílias, pois dessa forma ajudam seus filhos a formarem os valores sobre aquilo que estão entrando em contato e a partir daí, terem opiniões e conhecimento sobre o assunto.” Para a escola tal discussão é também significativa.
O adulto não deve estimular a criança a brincar com armas de brinquedo, não por causa da brincadeira em si, é porque pode passar uma mensagem de que a violência é algo aprovado por ele, algo natural. A brincadeira é sempre uma simulação, uma representação do mundo real e a criança sabe distinguir a realidade da fantasia. Volto a afirmar, mais uma vez, o diálogo é essencial. E necessário que os adultos conversem com a criança sobre a violência que ela está exposta e a violência que está nos jornais, na TV, na rua. Não dá para negar.
O Estatuto de Desarmamento, em vigor desde 2003, proíbe a fabricação de armas de brinquedo que se pareçam com as verdadeiras. Para a doutora em sociologia Irene Rizzini, vice-presidente da Childwatch International Research Network, “a arma de brinquedo por si só, não estimula um comportamento agressivo numa criança. E preciso um conjunto de fatores. Se a criança tiver elos fortes com adultos que realmente se importam com ela, os brinquedos agressivos não provocarão atitudes predominantemente violentas dela perante a vida.”
A professora da faculdade de pedagogia da USP Tizuko Morchida Kishimoto vai mais longe. “Não é porque o menino brinca com a arma ou aponta o dedo que ele vai virar bandido. Se a criança quiser brincar de guerra, nem precisa de arma de plástico.”
“Melhor do que comprar um brinquedo violento ou não, é sentar no chão ao lado de seu filho e brincar como criança. Além de ser divertido, é o melhor incentivo para o equilíbrio emocional que uma criança pode ter.”
Cristina Pinto Coelho - CRP 13511/04 - Psicóloga escolar da Escola Algodão Doce
Para uma abordagem teológica sobre o assunto clique aqui.
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