terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um Deus domesticado

Por Carlos Chagas

Obs.: Para não escutar a música vá até o final do artigo e clique pause no player.

No IV Concílio de Latrão (1215) a Igreja buscou pregar que fora da igreja não há salvação. O Papa Bonifácio VIII (1294-1303) pregava que só a Igreja tem o poder de salvação e perdão dos pecados. Após a Reforma, a Igreja Católica pregava através do Papa Pio IV (1559-1565) no Concílio de Trento "... esta verdadeira fé católica, fora da qual ninguém pode se salvar". Mais recentemente, entre 1922 - 1939, Pio XI pregava que o rebanho deve ser um assim como Deus é um, no sentido de que a Católica é o aprisco e nenhuma outra (leia essas teses em um site católico clicando aqui). Na atualidade o Papa Bento XVI reafirma o discurso medieval de que só a Igreja Católica salva (para ler tal afirmação pesquise sobre o Bento XVI clicando aqui).

Muito me entristece quando percebo que a Igreja Protestante caminha para o mesmo problema: A domesticação de Deus. Hoje, para muitas Igrejas, Deus só se faz presente nos cultos e tão somente nesses. Frases do tipo "antes de você chegar, Deus aqui já estava", apesar da inconsciência do teor, pode estar passando a ideia de que Deus não habita noutro lugar senão na Igreja. Ou seja, não estava na minha casa pouco antes de vir à Igreja. Outra ideia equivocada é que louvores (músicas) libertam. Sabe-se que a Palavra de Deus é que liberta. E deve ser frisado que a Palavra de Deus não é a Bíblia fechada ou aberta, mas aquele conteúdo vivido por seu leitor. Logo, a Palavra de Deus só é a tal quando vivida e não somente lida. No que tange ao louvor, este só é louvor quando louva a Deus. Não é o fato de falar sobre Deus ou sobre santidade, ou por ter letra e musicalidade que este é louvor. Louvar é cantar a Deus, com o coração voltado à Ele.

Parece que o homem sempre quis trancar Deus num quartinho. Exemplo bíblico sempre existiu (Lc 13.1-2) para demonstrar que não é lá que Deus habita mas nos corações; na Sua Criação (Rm 8.9-11). Obs.: Não entenda Deus, como Ser Ontológico, morando dentro de você mas Deus, um Ser Relacional, pois Deus não possui limites como nós. A ideia da morada Ontológica de Deus na criação leva a problemas filosóficos que são combatidos com veemência até hoje.

Ainda sobre a tentativa de trancafiar Deus é que percebemos que o homem não admite que Deus age conforme sua vontade e da sua maneira. Para os homens Paulo dizia que é indisculpável a eles dizerem que Deus não existe porque até a natureza prova que Ele existe (Rm 1.20). E se a natureza prova tal coisa ela dá amostras de que Deus age até sem a ajuda do homem. Sua essência é perceptível na Criação.

A anos atrás, quando procurava pensar melhor a minha fé em um Deus que é mais que um Deus doméstico, eu o procurava através de tudo que era possível. Em um belo dia eu o louvei através de uma música secular (profana para muitos) por perceber que muitos atributos Dele haviam sido creditados a outros. Percebi que muitos falavam de amor em músicas que não eram para Ele. Logo, a ideia que se tem é que se a música não é para Ele é para Satã (coisa que evangélico é fera para fazer). O que eu fiz? Com a música considerada profana eu consegui louvá-lo em meu quarto de forma que nunca consegui fazer com músicas do tipo louvores. A música do qual eu falo está no player abaixo. Seu nome é Velha Infância do Tribalistas. Para escutá-la clique no play.



Faça isso. Louve a Deus até no inferno. Mesmo que situações digam não. Mesmo que roubem os atributos divinos e ainda que Satã apareça na sua frente dizendo que aquela música ou atributo não é de Deus, não aceite. Adore a Deus com os atributos que são Dele. Devolva a Deus a glória que é somente Dele. Quanto a essa música, aproveite-a pra cantá-la para sua esposa(o) ou namorada(o). Ame pois esse é o maior dos dons.

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