sábado, 13 de março de 2010

Nova Era e Cristianismo: Conflitos de Idéias

Por Carlos Chagas



ANDRÉ, Marco. Laços da Nova Era: Toda a informação de que você precisava sobre as expectativas místicas do novo milênio. Belo Horizonte: Betânia, 1998.

Marco André é um conhecido escritor da Editora Betânia autor de livros como: A maior questão da vida, Por que batizar?, Quem é Jesus, Laços da Nova Era, dentre outros. Nesta última obra André procura apresentar o movimento de Nova Era que permeia a atualidade e compará-los às verdades do Evangelho de Cristo conforme sua concepção teológica.

No livro Laços da Nova Era André apresenta de forma clara o surgimento da religião chamada Nova Era, que tem iniciado sua propagação com mais afinco nos anos finais do século XX. Sua obra pode ser dividida em 5 partes: Introdução, onde ele apresenta a obra; na segunda parte ele faz uma localização histórica do movimento; na terceira parte o autor apresenta o movimento de Nova Era em todos os detalhes; na quarta parte André fala da inserção que o movimento de Nova Era alcançou na sociedade atual; e na parte final André faz um releitura à luz de uma concepção cristã fundamentalista.

Já na introdução o autor deixa claro sua intenção: Defender de todas as formas sua visão sobre o cristianismo. Nesta introdução o autor investe grande parte de suas palavras para defender-se enquanto evangélico. Em todo momento ele busca se mostrar coerente no pensamento. Somente no último parágrafo ele apresenta como se decorrerá a obra.

Na segunda parte fica claro como surgiu o ideal-base do movimento Nova Era. O autor aponta, de forma clara, e com bastante propriedade, como a história foi dando os indícios do surgimento da nova religião. Sendo assim a terceira parte do livro preocupa-se em detalhar todo o movimento, desde seus pensamentos sobre a realidade vivida pelos humanos, quanto aos símbolos usados pelos aquarianos.

Na quarta parte André explica como o mundo tem se inclinado a aceitar a mensagem pregada pelos aquarianos. De forma explícita André exemplifica com nomes quais empresas aderiram ao movimento e como foram as mudanças no mundo. Algumas destas mudanças forma paradigmáticas.

Na última parte do livro o autor preocupa-se com a apologética cristã. Ele chama seus leitores à responsabilidade do Evangelho de Cristo que deve ser entendido como somente correta na leitura de cristãos apenas. André preocupa-se com a propagação da doutrina aquariana e explica que sua preocupação deve ser a de todos os cristãos que buscam zelar pela Palavra de Deus.

A obra, apesar de suas riquezas em detalhes e de um bom índice, foge um pouco do que pode ser considerada uma leitura sadia. Infelizmente o autor peca em seu livro quando se traz uma informação pertinente sobre o movimento Nova Era e logo após uma passagem bíblica com uma interpretação cristã de julgamento sobre tal informação assimilada. Isso torna a leitura prejudicial para quem está apreendendo o movimento. Constantemente o autor compara a Nova Era como religião de Satanás. Contudo o conteúdo é coerente com a proposta falhando apenas no aspecto de julgamento da religião. O autor aprofundou muito bem no movimento de Nova Era, todavia pecou em usar uma teologia cristã conhecida como teologia fundamentalista. Isso demonstra que o autor se aprofunda em uma religião apontando seus erros de elaboração, mas não percebe seus próprios erros em sua teologia. Deve ser dito de passagem que o autor usa essa teologia mesmo sabendo que não é possível um diálogo pela mesma, o que faz do livro apenas uma redação de uma religião que está condenada, portanto, ruim no aspecto do conhecimento.

A obra é indicada pelo autor a todos quanto se dizem cristãos e evangelistas do século XX e XXI. Mas percebe-se que a obra é mais indicada a adeptos da teologia fundamentalista e pentecostal. Em outras palavras, indicada a cristãos norte-americanos e cristãos brasileiros de igrejas evangélicas tradicionais, históricas, pentecostais e neo-pentecostais.

Um comentário:

  1. Infelizmente fui obrigado a excluir o último comentário deste post por se tratar de mera propaganda de uma pessoa que não me pediu autorização para tal coisa.

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