Por Carlos Chagas
Citação do livro: SMITH, Wilfred Cantwell. O sentido e o fim da religião. São Leopoldo: Sinodal, 2006.
O problema levantado nesta citação é o mesmo tratado pelo método histórico-crítico na abordagem teológica dos textos bíblicos: Deus é seletivo e, assim sendo, é injusto historicamente, quando o assunto é sobre salvação? A pós-modernidade alcançou um nível de ciência histórica e conceitual que já tem definida para si o problema da "divina eleição exclusiva de um povo". Para a pós-modernidade é impossível Deus, que é amor, selecionar apenas alguns como seus "salvados".
Desde o séc. XX o método histórico-crítico tem trabalhado uma possível leitura bíblica que destrói a idéia da Bíblia como sendo um relato de "um povo escolhido por Deus" construindo então a idéia de "um povo que escolheu Deus". Logo, a Bíblia deixa ser um instrumento divino-dogmático, para um relato de um povo que experimentou verdadeiramente de uma história com o Deus Vivo. Concluindo, o método histórico-crítico trabalha a idéia de que todos os povos, sem distinções, puderam experimentar do Deus Vivo, uma história de salvação, mesmo que esta não esteja relatada na Bíblia.
Finalizando o pensamento sobre salvação exclusiva de um povo ser incabível, a própria Bíblia trabalha a idéia de um "Deus para todos". No livro de Amós, capítulo 9, versículo 7 está escrito: “Não sois vós para mim, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? Diz o SENHOR. Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e de Caftor, os filisteus, e de Quir, os siros?” Deus, para o profeta Amós, não é Deus de Israel apenas, mas do mundo. Logo, Deus pode ser alcançado por todos, basta estes quererem.
"Se Deus é o Deus de toda a humanidade, por que a religião verdadeira, a abordagem correta de Deus, está confinada a um único segmento da história humana, de maneira que esteve indisponível à grande maioria de bilhões de seres humanos que viveram e morreram desde os primórdios até os dias de hoje? Se Deus é o Criador e o Pai de todos, ele pode ter outorgado a verdadeira religião apenas para uma minoria eleita? Por que, na providência de Deus, a vida religiosa da humanidade assumiu a forma pluralista que a história nos mostra? (...) pessoas devotas de 'outras fés' podem ter fé implícita, podem ser consideradas cristãos anônimos ou podem receber a salvação da forma 'ordinária' disponível dentro das religiões mundiais, distinta da forma 'extraordinária' que a igreja disponibiliza. (...) E, assim, impõe-se novamente a questão original por que o Pai amoroso de todos tratou alguns (os que nasceram em territórios cristãos) como filhos de primeira classe e outros (que nasceram em territórios não-cristãos) como filhos de segunda classe. Não basta responder que é a Bíblia que o declara, pois um problema análogo apresenta-se em relação à própria Bíblia. Ela contém a palavra definitiva e exclusiva de Deus sobre toda a raça humana, passada, presente e futura? Ou ela consiste, antes, nas escrituras de uma tradição entre muitas outras, escrita, ademais, em uma época anterior ao surgimento da questão ecumênica mundial?"
Citação do livro: SMITH, Wilfred Cantwell. O sentido e o fim da religião. São Leopoldo: Sinodal, 2006.
O problema levantado nesta citação é o mesmo tratado pelo método histórico-crítico na abordagem teológica dos textos bíblicos: Deus é seletivo e, assim sendo, é injusto historicamente, quando o assunto é sobre salvação? A pós-modernidade alcançou um nível de ciência histórica e conceitual que já tem definida para si o problema da "divina eleição exclusiva de um povo". Para a pós-modernidade é impossível Deus, que é amor, selecionar apenas alguns como seus "salvados".
Desde o séc. XX o método histórico-crítico tem trabalhado uma possível leitura bíblica que destrói a idéia da Bíblia como sendo um relato de "um povo escolhido por Deus" construindo então a idéia de "um povo que escolheu Deus". Logo, a Bíblia deixa ser um instrumento divino-dogmático, para um relato de um povo que experimentou verdadeiramente de uma história com o Deus Vivo. Concluindo, o método histórico-crítico trabalha a idéia de que todos os povos, sem distinções, puderam experimentar do Deus Vivo, uma história de salvação, mesmo que esta não esteja relatada na Bíblia.
Finalizando o pensamento sobre salvação exclusiva de um povo ser incabível, a própria Bíblia trabalha a idéia de um "Deus para todos". No livro de Amós, capítulo 9, versículo 7 está escrito: “Não sois vós para mim, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? Diz o SENHOR. Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e de Caftor, os filisteus, e de Quir, os siros?” Deus, para o profeta Amós, não é Deus de Israel apenas, mas do mundo. Logo, Deus pode ser alcançado por todos, basta estes quererem.
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