segunda-feira, 8 de março de 2010

O que é ser cristão? PARTE 2/3

Por Carlos Chagas

Ser cristão está intimamente ligado a Jesus Cristo. Mas quem é este?

2- O Cristo não é nenhum outro a não ser o histórico Jesus de Nazaré: Nem sacerdote, nem revolucionário político; nem adepto de seita ascética e nem piedoso moralista, mas provocador em todas as direções.

a- Não era sacerdote: Havia em Jerusalém uma espécie de assembléia religiosa-política (saduceus). Apesar de muitos considerarem Jesus como representante da assembléia religiosa-eclesiástica ele não era sacerdote. Leigo, manifestamente solteiro e líder leigo. (Leigo = do povo). Não era teólogo pois não criou grandes teorias e sistemas. Todavia tão somente pregava a vinda do Reino de Deus, sem aparato científico, mas com simples palavras, por parábolas e histórias.

b- Não era Revolucionário Político: Apesar de existir naquela época partidos revolucionários como os zelotes e fanáticos, Jesus não era um destes. Se ele tivesse mandado matar líderes fariseus, ou comandado uma reforma agrária, ou mandado queimar livros de bibliotecas públicas, ou mandado queimar títulos de dívidas no arquivo de Jerusalém, ou comandado revoltas contra as forças de ocupação romanas, já teria ele caído no esquecimento. Contudo ele pregava a não-violência e o amor aos inimigos.

c- Não era adepto de seita ascética: Os ascetas da época se isolavam (Qumran) ou monges da época se demonstravam em caráter asceta para se mostrarem como santos em sua forma de vida (essênios). Todavia Jesus jamais se isolou do povo e de seu meio. Nunca procurou se mostrar perfeito segundo o estilo de Qumran e jamais fundou uma Ordem com características ascetas (vestimenta, votos, regra, imposições ascéticas e tradições especiais).

d- Não era um piedoso moralista: Apesar de Jesus ser visto como um novo legislador jamais ele se enquadrou ao movimento da época conhecido como farisaísmo. Nunca se viu Jesus ensinar uma Nova Lei, ou técnica de peidade e jamais teve inclinação para as questões políticas e morais no que tange à interpretação da Lei. Ao contrário, ele pregou uma nova liberdade em face à legalidade: o amor ilimitado.

Concluíndo: Jesus conseguiu e consegue ser mais rigoroso no cumprimento da Lei que os fariseus, mais próximo de Deus que os sacerdotes, mais revolucionário que os revolucionários, mais livre do mundo que os ascetas e mais moral que os moralistas. Mas qual era a mensagem que ele deixou para a vida? O que se exige do homem quando este deseja segui-lo? Afinal, quem age cristãmente? Continua na PARTE 3/3.

Para ler a PARTE 1/3 clique aqui!

Inspirado no Livro: KÜNG, Hans. Ser Cristão. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

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