Por Carlos Chagas
Ser cristão é estar intimamente ligado a Jesus Cristo, este que é Deus-Homem que dá novo sentido à vida e que ascende nova vida aos que o seguem. Mas como age os que o seguem?
3- O que distingue o agir cristão é o seguir a Cristo, o qual oferece ao homem um novo modelo de vida a ser praticada com plasticidade, perceptibilidade e realizabilidade, trazendo uma nova orientação básica e atitudes fundamentais, novas motivações, disposições, ações, um novo horizonte de sentido e uma nova fixação de meta.
a- Seguir a Cristo: Seguir a Cristo faz dos cristãos seres distintos dos demais mestres da história. Freud e Marx, por exemplo, escreveram suas obras e são estudadas até hoje, todavia seus estudiosos não precisam estar ligados à vida dos escritores. No caso dos cristãos, a leitura do Evangelho só tem significado quando lida considerando a vida, morte e ressurreição de Cristo. Só assim a nova vida prometida por Cristo toma forma.
Quando o cristão considera a história de Cristo deve ter em mente que Ele é certamente mestre, mas além de mestre, é a personificação viva e determinante de sua missão. Logo, seguir a Cristo significa entregar a Ele seu caminho e, ao mesmo tempo, trilhar seu próprio caminho (pois cada qual tem o seu) segundo a indicação d’Ele.
b- Plasticidade: Esse seguir a Cristo como escolha orientada só é possível quando oferecido por uma pessoa concreta; Jesus Cristo. Isso estimula no seguidor o pensamento, a fantasia, imaginação, emoção, espontaneidade, criatividade, inovação, ou seja, estimula todas as faculdades do cristão com o objetivo único de ser equiparado a Jesus o Cristo.
c- Perceptibilidade: Essa perceptibilidade oferecida ao cristão é encontrada na história de Jesus, por isso, oferecida. O nome de Jesus significa um poder, uma proteção, refúgio, exigência: Porque defende a humanidade, liberdade, justiça, verdade e amor, contra a desumanidade, opressão, inverdade e injustiça. Toda percepção gera um “pensar para agir”, logo, uma mudança, que deve ser em favor do Reino que já pode ser vivido, que são as boas qualidades já citadas acima.
d- Realizabilidade: Jesus, por ser pessoa histórica e concreta, não é como uma Lei. Ele é o convite da possibilidade da realização. Jesus possui uma realidade incontestável que pode até ser interpretada de diversas maneiras, mas não negada. Seguir Jesus é ter em mente a vontade de viver como Jesus sabendo que todas as possibilidades estão para serem observadas com análise do seguidor à luz de Cristo, e escolhidas as melhores. Portanto seguir a Jesus não é seguir o imperativo “deves trilhar o caminho, justificar-te, libertar-te”, mas aceitar o indicativo “Ele trilhou o caminho, e tu és, em vista d’Ele, justificado, libertado”.
e- Nova orientação e atitudes fundamentais: Essa nova orientação e atitudes fundamentais se iniciam quando este ser, o cristãos, se nega a cada dia para dar lugar à pessoa e vontade de Cristo. Isso não é anular-se, mas negar-se. Após a negação o homem, que agora é cristão, passa a receber novas orientações para novos objetivos que devem ser vistos como atitudes fundamentais. Isso deixará o homem mais genuíno e humano, melhorando seu relacionamento com: Consigo mesmo, com os demais homens, com a natureza, com o mundo e com Deus.
f- Novas motivações: Essas nascem a partir da teoria e práxis de Jesus. As novas motivações nascem das respostas que agora podem ser dadas às seguintes perguntas: “Por que o homem deve comportar-se justamente assim e não de outro modo?”, “Por que não deve odiar e sim amar?”, “Por que deve ele – pergunta esta que nem Freud pôde responder – ser honrado, compassivo e benévolo, mesmo que com isso venha a sofrer dano e, pela infidelidade e brutalidade de outros, venha a tornar-se ‘saco de pancadas’?”
g- Novas disposições e ações: Após a compreensão das intenções do mundo o cristão agora consegue se inclinar ao que é certo que, muitas das vezes, não é o que é comum a todos. Nasce então ações que testemunham Cristo e sua obra através das “cartas vivas” que são os cristãos, arautos da vida.
h- Novo horizonte de sentido e uma nova fixação de meta: A vida passa a ser lida com os olhos divinos uma vez que a forma de vida é a de Cristo. Novos sentidos são agregados ao cristão, mesmo que este seja engajado socialmente, reformador social, revolucionário, marxista, fascista, socialista, nazista ou representante de esquerda, ou seja humanista secular, existencialista, positivista ou racionalista, ou que tenha sido budista, hindu, mulçumano, judeu, monista ou panteísta, deísta, místico, espiritualista, adeptos a diversas religiões, ou que nutriu um sentimento altruísta com influências do Totalmente Outro, porque todos estes têm metas e novos horizontes, todavia não tão amplos como os de Cristo, que é provocador em todas as direções. Porque o seguimento de Jesus não possui um sentido último para vida, mas também para o sofrimento e a morte do homem, não só para a história dos sucessos como também para a história dos sofrimentos da humanidade.
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Inspirado no Livro: KÜNG, Hans. Ser Cristão. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
Inspirado no Livro: KÜNG, Hans. Ser Cristão. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
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