sábado, 27 de fevereiro de 2010

Resenha: Uma igreja sem propósitos

Por Carlos Chagas



PROPÓSITOS COM REFLEXÃO

BARRO, Jorge (org). Uma igreja sem propósitos: os pecados da igreja que resistiram ao tempo. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

Jorge Barro é diretor da Faculdade Teológica Sul Americana (FTSA) em Londrina, Paraná. É Doutor em Missiologia, pastor presbiteriano e conferencista. É casado e tem dois filhos. Este também é o organizador do livro do qual se trata a presente resenha.

Esta obra de Jorge Barro pode ser dividida em três partes. Ele trata de comparar as sete igrejas do Apocalipse com as igrejas de hoje em suas formas de pensarem e agirem. Depois passa para uma atualização do texto e logo após para uma aplicação de tal atualização.

Barro cita os principais pecados encontrados nas igrejas do Apocalipse fazendo uma análise de cada um e colocando uma possível solução senão uma reflexão para atitudes erradas e não pensadas. Os pecados mais falados foram: A prostituição da igreja de Pérgamo que é comparado com a prostituição com os deuses pós-modernos pela igreja de hoje, sejam imagens esculpidas, sejam imagens criadas nas mentes humanas. A tolerância com a libertinagem da igreja de Tiátira, que tem seu início com uma mente corrupta e que, conseqüentemente, passa tais ensinos para as demais enfraquecidas pelo sistema corruptor, onde ganha forças com o número cada vez mais crescente de adeptos. O pecado da dupla personalidade, mais conhecido pelo termo “duas caras” era o fruto da igreja de Sardes. Esta crescia em número porém em desagrado diante de Deus. Já o pecado da falta de identificação com a pessoa de Deus fica com a igreja de Esmirna, a qual viria a sofrer perseguições devido a isso. Coisa que acontece com algumas igrejas cristãs hoje, seja como a história dos mártires da igreja primitiva, seja de forma política. O pecado do abandono do primeiro amor era o da igreja de Éfeso. Algo que é atual nos dias de hoje.

As igrejas de Filadélfia e Esmirna foram as únicas elogiadas devido à solidariedade, ações e puras no viver diário. Eram fervorosas em suas expressões de espiritualidade e perseverantes nas provações.

Logo após tais colocações, Barro busca a reflexão de tais pecados e atitudes supra-relatas. O autor enfoca os propósitos de ambos os lados, os das igrejas primitivas e os das igrejas atuais, buscando uma familiarização com os erros que se repetem. Após a identificação, o autor sugere que os líderes atuais pratiquem a aplicação da reflexão de forma práxis, para que tal método não se perca.

É muito interessante a forma como o autor busca uma interação com os dias atuais. Barro chama a atenção das igrejas para não continuarem no erro das primeiras igrejas, mas para repensarem seus passos caso se identifiquem com os erros. Mas ele faz tal alerta levando a uma práxis teológica e não a mais um devocional ou a uma mera aplicação. Seu intuito é ensinar e não simplesmente advertir. A sua linguagem aplicada em sua obra é bastante incisiva, dando a direção certa sem muitas delongas. Importante também de mencionar é que o título de sua obra não é mera crítica à obra de Rick Warren, mas sim uma forma de dar mais um passo rumo ao sucesso desejado. O livro de Jorge Barro tem a intenção de ajudar não só o ideal de Rick Warren, mas de muitos outros “modelos” de crescimento de igrejas, porém com uma nova cosmovisão.
É uma obra interessante indicada para pastores que desejam reder frutos no Reino de Deus, e para membros que querem ser fiéis, tanto para seus pastores e líderes, quanto para Deus.

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